Capítulo 51 - Ressaca

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Dor. Era a única coisa que senti quando acordei, uma dor intensa, tanto na minha cabeça, quanto no meu estômago. Abri os olhos devagar, percebendo que eu estava no meu quarto na casa da Heather, tentei me sentar na cama, mas a dor em minha cabeça aumentou, então decidi continuar deitada.

Depois de algum tempo, ouvi batidas na porta, era como se alguém estivesse batendo um tambor dentro do meu cérebro.

– Entra – gritei e percebi que até minha voz causava dor em mim.

A porta se abriu e Heather entrou no quarto com Theodora.

– Bom dia Senhorita Astrid! – Heather andou até a cama. – Como estás?

– Com dor – resmunguei. – O que aconteceu ontem?

– Não se lembra do que houve? – Theodora me encarou.

– Não. – com dificuldade me sentei na cama. – Só me lembro de estar na casa do Viggo, eu discuti com o Soluço, depois discuti com a Katherine, ela me bateu..

– A senhorita Pierce te bateu? – Theodora perguntou abismada.

– Sim e dá para falar mais baixo, minha cabeça está explodindo – levei as mãos à minha cabeça.

– Perdão, senhorita.

– O que mais se lembra? – Heather me encarou.

– De ir para a sala e beber alguma coisa, só isso, depois tudo ficou confuso. Por quê? – intercalei o olhar entre as duas – Aconteceu alguma coisa?

As duas se entreolharam e depois voltaram a atenção para mim.

– Não – disseram juntas.

– Não aconteceu nada? – perguntei desconfiada.

– A senhorita só ficou um pouco mais alegre, mas não se preocupe com isso agora, se preocupe em melhorar, mais tarde conversamos sobre o que aconteceu ontem – Heather disse simpática.

– Por que eu sinto que devo me preocupar? Eu fiz alguma besteira? – aumentei um pouco o tom de voz e isso foi o bastante para sentir uma pontada em minha cabeça – ai.

– Vou pedir que lhe preparem um chá, quando estiver se sentindo melhor, conversaremos, agora descanse – Heather sorriu para mim e em seguida saiu do quarto com Theodora.

Voltei a deitar e me cobri com a coberta, minha cabeça doía cada vez mais, assim como meu estômago. Eu não me lembrava do que tinha acontecido, mas levando em conta a intensidade da minha dor, eu sabia que tinha sido algo grave, eu só esperava que eu não tivesse feito nada no qual eu iria me arrepender.

Me senti estranha e o mal estar no meu estômago aumentou, senti a cama ficar diferente e o peso da coberta sumiu. Abri os meus olhos devagar, percebendo que eu não estava mais no quarto e sim deitada no meu sofá, no século 21.

Com muito esforço me levantei e fui até a cozinha. Cada passo que eu dava enviava uma pontada de dor para a minha cabeça e eu tinha que me esforçar muito para me manter em pé.

Abri a gaveta do armário e peguei remédio para a dor, tomei e depois me arrastei até o meu quarto. Me deitei na cama e depois de gemer de dor por algum tempo, acabei adormecendo.

– Asty, acorda – ouvi uma voz distante – Asty, acorda.

Senti quando alguém me balançou e devagar abri os olhos, vendo minha irmã sentada na cama ao meu lado.

– Cami, está aqui há muito tempo?

– Uns trinta minutos – ela sorriu – eu trouxe comida.

– Eu não quero comida, eu quero remédio. Eu estou morrendo – choraminguei.

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