Nosso Segredo

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•MATEO•
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Minha família nunca foi uma parte da minha vida que eu gostasse com tanto carinho e isso vinha devido ao longo histórico horrível que tinham. Sempre fiz o possível para não deixar pessoas de nível pessoal conhecerem esse meu lado, mas agora era quase impossível não fazer com que minha aluna não fosse introduzida nesse meio.

Tinha cometido o erro de apresentar Morgana aos meus parentes, em específico minha mãe, que não poupou seu show quando descobriu o que supostamente Morgana significava em minha vida. Não era todos os dias que se apresentava sua noiva para seus familiares, principalmente quando eles eram loucos.

Hoje teria um jantar e isso significava que um bom estresse seria tomado dentro de mim, como se já não fosse problema o suficiente ainda teria que trazer Morgana comigo, ela odiaria essa noite tanto quanto eu.

Minha mãe me ligou logo cedo me avisando sobre o tal jantar, disse até mesmo com que roupa eu deveria ir e para minha surpresa ela havia convidado minha aluna, dona Elizabeth a detestava por isso logo desconfiei de suas reais intenções.

Mas o maior problema tinha sido cometido da minha parte. Avisei Morgana que sairia hoje e ela tinha sido chamada para me acompanhar, claro que falei que ela não precisava ir, mas a insistente fez com que eu a trouxesse junto, até mesmo permitiu que eu chamasse uma babá para Pedro, algo raro de acontecer já que ela tinha um cuidado redobrado com ele e pessoas desconhecidas mal podiam chegar perto do pequeno. Acho que Morgana ainda tentava me recompensar por ter acolhido ela e seu irmão.

Estacionei o carro e precisei de alguns segundos para recolher a pouca paciência acumulada em minha mente. Minha companheira ao meu lado pareceu entender o que acontecia.

— É tão ruim assim? — A morena perguntou e como o esperado estava estampado em meu rosto que eu não queria nada disso.

— Bem pior na verdade — Passei a mão em meu rosto e coloquei minha atenção nela — Desculpe por isso, não queria te trazer aqui.

— Sou tão horrível de se ter por perto? — Ela sorriu mas entendi o que sua cabeça pensava. Acho que minha aluna não tinha entendido meus reais sentimentos.

— Não estou falando isso porquê não quero sua companhia, só gostaria que você não ficasse nesse ambiente por causa deles, você já têm problemas o suficiente para lidar com minha família doida e problemática.

A única coisa que reinou sobre nós depois de minha palavras foi um curto silêncio, ela parecia raciocínar minha frase.

— Não sei como te ajudar com isso — Meu corpo se instalou de um calor repentino assim que senti um toque em minha mão, o seu toque — Mas caso chegue um momento em que você sinta que já está sobre seu limite, respire fundo e pegue minha mão por baixo da mesa, talvez isso vá ajudar a entender que você não está sozinho nesse momento.

Eu não sabia o que dizer e quanto mais tentava encontrar palavras convenientes para esse momento, mais me sentia impressionado com sua empatia repentina. Fazia muito tempo que não me sentia assim, como se... Realmente existisse alguém a quem me apoiar, alguém que cuidaria de mim caso eu caísse.

Nunca imaginei que essa pessoa seria Morgana.

— Acho que tô pronto para isso, podemos ir — Ela abriu um sorriso lindo mostrando suas covinhas tão raras de se vê. Meu coração se apertou dentro do peito.

•MORGANA•
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A família de Mateo não era a mais unida que já havia visto em minha vida, eles até podiam tentar fingir que guardava respeito uns pelo outros, mas qualquer um que havia crescido em uma família mal estruturada sabia reconhecer uma problemática nascida por sangue.