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MATEO
𓆟 𓆞 𓆝 𓆟 𓆞 𓆝 𓆟 𓆞 𓆝


Sempre adorei acordar na casa da minha tia, algo nos sons de pássaros e nos raios de sol entrando pelas cortinas claras me agradava bastante. Mas nesse momento tudo o que eu conseguia sentir era vontade de dormir por mais longas horas.

Alguns flashs de lembranças sobre a noite anterior fazia eu entender o motivo de meu corpo está tão dolorido, fazia um bom tempo que eu não tinha uma noite agitada daquele jeito. Morgana tinha me cansado o suficiente para eu não querer levantar da cama cedo.

Ergui o braço para a direção em que ela estava deitada quando finalmente resolvemos dormir e a única coisa que tive contato foi com o grande vazio do colchão. O cheiro dela permanecia alí, mas a ausência de sua presença me fez abrir os olhos.

Nunca pensei que minha aluna fosse do tipo que tinha uma noite e no dia seguinte largava o parceira na cama, na verdade nunca pensei que ela seria assim comigo. Não podia reclamar sobre tal atitude, eu mesmo já tinha feito isso diversas vezes com outras mulheres, mesmo assim não deixava de me incomodar esse fato.

Levantei da cama com relutância e já sentindo raiva em meu peito, não tinha motivo para ter essa irritação, mas algo me incomodava o bastante para eu não conseguir tirar a expressões carrancudas do rosto. Fui em direção ao banheiro e fiz tudo que precisava para parecer apresentável pela manhã, uma dor de cabeça terrível latejava minha mente.

Depois de uma hora de arrumação, finalmente estava pronto para descer e lidar com minha família. Apesar de não parecer, eu estava com paciência, isso tudo graças a buceta que comi ontem e foi embora correndo pela manhã, Morgana conseguia me causar um mix de sentimentos que não combinavam.

Andei pela casa gigante me preparando em como agir logo pela manhã. Abri as portas duplas e toda a atenção que estava diante a mesa veio até mim, meus familiares, amigos e a peste da minha aluna me olharam, abri um sorriso mínimo.

— Bom dia, querido! — Minha tia foi a primeira a me receber — Sabia que você já estava vindo, por favor sente-se com a gente.

— Bom dia a todos — Cumprimentei e eles retribuíram.

Fui em direção ao lugar vazio que ficava o mais longe da morena e me sentei entre minha prima e meu amigo, que estava com uma aparência péssima, depois da bebedeira de ontem eu sabia que teria que vê-lo acabado. Ignorei a presença de todos e foquei meus olhos apenas na morena a minha frente, ela parecia desconfortável naquele momento.

Queria poder continuar com o contato visual, apenas para olhar a mulher a minha frente, mas uma voz masculina traçou a atenção de todos na sala e em segundos um fogo de raiva me preencheu. O moreno entrou na sala parecendo mais reservado do que o comum.

— Bom dia, família — Matias cumprimentou todos em geral.

— Querido, não sabia que você iria vir — Minha tia não parecia tão feliz assim em vê-lo.

— Não pude aproveitar a festa ontem mas soube que teria um jantar hoje, desculpem o atraso — Ele foi em direção a cadeira vazia e se sentou do lado da minha garota — Olha só, não sabia que esse tipo de comemoração era seu estilo.

— Têm muitas coisas que não sabe sobre mim — Sua resposta me agradou.

— Educada como sempre, só tenta não acertar minha cara dessa vez — Segurei a respiração tentando não mostrar nenhum sinal de irritação. Desde quando eles tinham conversas internas?

Olhei para a Morgana que já me observava como se pedisse desculpa pelo olhar e apenas fiz um sinal discreto para que ela me seguisse. Levantei da cadeira chamando um pouco do foco.

— Desculpa, mas não estou com fome.

— Têm certeza? Você mal beliscou na comida — Minha tia perguntou parecendo preocupada. Ela odiava a situação entre eu e meu irmão tanto quanto minha mãe.

— Parece delicioso, mas me sinto meio mal para comer.

— Tente pelo menos um pouquinho, você precisa está disposto para hoje.

Eu queria conseguir responder alguma coisa, queria pelo menos prestar atenção no que ela falava, mas assim que o babaca colocou sua mão sobre a da minha aluna eu senti vontade de mata-lo ali mesmo. Saí do meu lugar e circulei a mesa.

— Foi mal, precisamos ir — Tomei a mão da Morgana e a levantei.

— O que? — Ela surpresa surpresa.

— Voltamos depois, cuidem do Pedro — Não esperei a resposta de ninguém.

Puxei a morena que não era nada pesada e a arrastei pela enorme casa até que encontrasse um lugar seguro. Fechei as portas do escritório e olhei a mulher que estava mesmo nervosa agora.

— Por acaso você é idiota?! — Ela esfregou a mão no pulso que eu estava segurando a segundos atrás.

— O que ele quis dizer com aquilo?

— Do que tá falando?

— Do Matias... Desde quando você fala com ele?

— Eu mal troquei cinco palavras com ele, por que está tão explosivo assim? — Seu olhar em minha direção foi intimidante. Ela logo abriu um sorriso maldoso — Está com ciúmes, Mateo?

— Não, porra! Só não quero você perto dele — A verdade era que eu estava surtando — Já disse que não vou te dividir com ninguém.

— Não sou seu objeto para brincar, então não ouse falar desse jeito.

— Não foi isso que você disse ontem — Comecei a andar em sua direção.

— Não falei nada ontem, aliás, acho que estava delirando naquela noite, então por favor, esqueça o que aconteceu — Ela tentou se afastar mas não deixei.

— Você sabe que isso não vai acontecer — Sua respiração pesou com minha aproximação — Cada maldito segundo do que fizemos está na minha cabeça.

— Mateo... - Ela virou o rosto mas eu a fiz olhar para mim. Encostei seu quadril na mesa atrás de nós.

— Por que não estava na minha cama quando acordei?

— Você parecia cansado, não queria te acordar.

— Você também estava cansada — Olhei para a marca roxa em seu pescoço, eu que tinha feito aquilo — Nunca mais me abandone em uma cama depois de transarmos.

— Quem disse que isso vai se repetir?

— Nós dois sabemos que vai.

Ela estava prestes a dizer alguma coisa quando tomei sua boca com a minha e a beijei de uma forma não muito bruta, mas que demonstrava todo meu anseio pela garota. Morgana não me afastou.

Não menti quando disse que ainda lembrava das coisas que aconteceu ontem. Era como um disco arranhado que tinha marcado minha cabeça de um jeito profundo. O que essa peste fez para que eu derrepente só quisesse ela?

— Seu beijo é horrível — Ela murmurou assim que nos separamos um pouco.

— O seu é pior — Nossas respirações entrelaçadas mostrava que ambos precisávamos de um pouco mais — Me beija de novo.

Voltamos a ficar grudados mais uma vez e quando notei já estávamos unidos como na noite anterior. Não importava o qual cedo fosse e nem o local totalmente inapropriado que estávamos. Apenas não conseguia ficar longe dela.

Esse era um começo que seguiria um caminho totalmente inesperado. O qual fundo podemos nos foder com tudo isso?

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