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•MORGANA•
𓆟 𓆞 𓆝 𓆟 𓆞 𓆝 𓆟 𓆞 𓆝


Nunca me importei muito se alguma palavra ou ação minha machucava alguém, na maioria das vezes eu tinha problemas demais para me preocupar com os sentimentos alheio, mas dessa vez as coisas eram diferentes.

Eu e Mateo tínhamos uma relação íntima maravilhosa, não precisávamos de toques sentimentais para demonstrar algo, pelo menos era isso o que eu pensava até ter aquela discussão confusa com meu professor na noite anterior. Não sabia exatamente qual era o problema, mas tenho certeza que algo interferia na nossa boa convivência.

As aulas passaram rapidamente hoje, mal consegui me concentrar no que os professores falavam, minha mente apenas despertou quando Mateo entrou pela porta e começou a sua matéria. Confesso que era levemente difícil olhar para aquele homem ensinando coisas e ter que fingir indiferença total a ele, mas hoje foi quase impossível fazer isso. O moreno sequer olhou para minha cara, nem mesmo um sorrisinho discreto.

Estendi o tapete próprio para meu objetivo no chão da sala e respirei fundo tentando pensar se essa alternativa daria mesmo certo, eu parecia mais uma idiota do que qualquer outra coisa.

Escutei o som da porta sendo aberta e no mesmo instante cuidei para afastar os pensamentos negativos da minha cabeça, arrumei minha postura rapidamente e tentei parecer o mais normal possível, isso era impossível já que todos os meus instintos estavam em alerta. Os sons de passos foram se aproximando e em segundos ele entrou no cômodo, o moreno analisou a sala e mordi meus lábios fortemente sem nem perceber.

— O que é isso?

— Um tratado de paz, acho que precisamos conversar.

— Morgana, eu estou mesmo cansado, será que não podemos...

— Por favor — Me aproximei e vi uma parte dele se afrouxar.

— Estou ouvindo.

— Não, desse jeito não — Ele me olhou confuso — Uma vez nós tivemos que fazer uma sessão idiota de yôga para nós conectarmos — Olhei para trás vendo o que preparei — Esse é uma das minhas lembranças favoritas com você.

— Então, você afastou todos os móveis, encheu a sala de velas aromatizantes e colocou uma roupa de esporte para conversar comigo?

— Isso mesmo — Abri um sorriso genuíno — Exagerei? — Ele soltou uma risada com resistência e não respondeu nada.

Mateo tirou os sapatos e foi em direção ao tapete que tinha colocado propriamente para isso. Ele sentou e estendeu as mãos para mim. Não sabia o efeito que esses simples gestos tinha em mim, mas uma diversão correu por minhas veias e minha única reação foi acompanhá-lo. Ele arrancava sentimentos tão confusos da minha mente.

Sentei na sua frente, cruzei as pernas e uni nossas mãos uma com a outra, lembrava de já ter vivido isso com ele. Fechei os olhos e reuni a coragem que estava quase indo embora.

— Nunca fui uma pessoa sentimental e acho que depois de alguns meses de convívio comigo creio que já tenha percebido isso, mas Mateo, você é... Importante para mim — Mal conseguia respirar nesse momento — E não falo isso por causa de tudo que me ofereceu desde que te conheci, você é mesmo alguém que eu me importo... Não sei como isso foi acontecer, na verdade ainda tenho dúvidas se você não fez nenhum tipo de ritual para amolecer meu coração, mas eu sei que têm uma parte de mim, uma grande parte, que se sente muito mais feliz ao saber que vou te vê quando eu acordar — As mãos dele apertaram as minha com força mas não ousei abrir os olhos, apenas escutei meu coração batendo de forma acelerada dentro do meu peito — Já estive com outros homens na minha jornada de vida, mas nenhum deles me interessou e não estou dizendo que você é algum tipo de homem único, está fora dos meus princípios aumentar o seu ego, mas se o que você quer é dividir uma cama, transar ou só conversar, então estou disposta a abrir todas as exceções para você, porquê eu... Eu gosto mesmo de você, Mateo.

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