•MORGANA•
𓆟 𓆞 𓆝 𓆟 𓆞 𓆝 𓆟 𓆞 𓆝Tínhamos voltado para casa a alguns dias e desde então as coisas ficaram estranhas. Pedro tinha voltado para o orfanato e isso foi uma parte bem dolorosa da minha semana, mas se tudo desse certo ele voltaria para os meus braços. Todo o resto estava bem, exceto por minha relação com meu professor.
Eu tinha feito uma grande loucura de ter caído na cama do Mateo, não sabia exatamente sobre que efeito estava quando decidi que a melhor coisa a se fazer era transar com ele, mas a besteira já estava feita e agora nada é como antes. Não repetimos a dose desde que voltamos para o apartamento, mas tenho certeza que os olhares que o moreno envia em minha direção não eram tão inocente quanto deveria.
Juntei todo meu material e comecei a guardar em minha bolsa. O sinal já tinha sido tocado e os alunos sumiram rapidamente, exceto eu que fiquei distraída fazendo alguns rabiscos, até mesmo Lia já deveria estar em casa. Fechei o zíper da mochila e assim que me virei para poder ir, dei de cara com a loira que me olhava de um jeito estranho.
— Boa tarde, Morgana — Paula me olhou como se eu fosse sua maior inimiga da vida.
— Oi — Tentei passar por ela mas a loira oxigenada se colocou na minha frente.
— Quero falar com você.
— Tenho que ir embora.
— Garanto que vai ser rápido — Olhei a mulher com um certo ódio gritante no meu peito. Respirei fundo e deixei que ela falasse — Não consegui conversar com Mateo a semana toda, ele não pôde atender minhas ligações.
— E desde quando isso é problema meu?
— Só quero ter certeza que está tudo bem, por que ele não veio hoje?
De fato ele não tinha vindo e o motivo era que durante a viagem ele tinha pegado uma gripe feia e tirou uns três dias para descansar.
— Olha só Paula, é melhor você correr atrás dele, não sou pombo correio para ficar distribuindo notícias entre vocês dois.
— É por isso que todos te odeiam, você mal têm um pingo de educação para uma conversa, mas vou te avisar de uma vez... Mateo ne explicou tudo o que aconteceu para você ir morar com ele, não pense que você vai ter alguma chance, não pode competir comigo.
— Não se preocupe, faço questão que ele seja todo seu — Falei as minhas últimas palavras e saí da sala sem deixar ela fazer mais nada.
Minha vontade agora era de pegar ela e jogar de um prédio bem alto, mas me contentei em guardar tudo que tinha para dizer a falsa loira na minha cabeça. Se Paula soubesse as coisas que Mateo fez comigo será que teria essa bola toda?
~#~
Eu estava furiosa e nem sabia o motivo por dentro desse sentimento, simplesmente resolvi ficar irritada. Talvez fosse pelo fato de Pedro não está aqui comigo, ou talvez fosse pela mulher que veio até mim tirar satisfação.
Entrei dentro de casa e não tentei disfarçar minhas expressões que não deveriam ser as mais calmas possíveis. Como eu fui me deixar entrar nessa situação caótica?
Passei pelo corredor e rezei dentro da minha cabeça para não trombar com ninguém que não queria, e com isso eu me referia ao Mateo. Como eu não era a pessoa favorita do destino o dito cujo, que eu queria o mais longe de mim, apareceu por trás e escutei sua voz rouca me chamando.
— Morgana — Me virei em sua direção e observei o estado acabado e deplorável que ele se encontrava. A gripe tinha sido forte mesmo.
— Deveria está na cama.
— Ouvi você bater a porta, está tudo bem?
— Sim — Ele me olhou de forma suspeita.
— Isso é pelo seu irmão? Porquê se for, eu já conversei com o advogado, ele vai falar com alguns juízes e...
— Eu disse que tô bem! — Seus olhos se arregalaram levemente, nem eu esperava essa minha reação.
Mateo me observou por alguns segundos como se procurasse a resposta para saber o que tinha de errado comigo. Minha vontade nesse momento era de socar a cara dele, mas tinha muita consideração por seu estado de saúde no momento.
— O que aconteceu?
— Nada — Tentei me afastar mas ele veio até mim.
— Responde, o que aconteceu? — Fiquei quieta e ele segurou meu rosto com força, não a ponto de me machucar, mas o suficiente para fazer meus olhos se fixarem nos seus — Fala logo.
— Que inferno, Mateo! Já disse para não fazer isso — Tentei tirar sua mão do meu rosto — Sua amiguinha veio me cobrar satisfação.
— Quem?
— A única que você comeu na escola, até onde eu sei — Ele me soltou e me olhou sério — A vaca não me deixou sair e falou coisas sobre você, ela espera uma ligação sua inclusive.
— Disse o que exatamente?
— Besteiras, como sempre.
— Vou falar com ela, Paula não têm o direito de dizer nada para você.
— E depois disso vêm o que? Vai foder ela de novo?
— Foi só uma vez e eu pensei que tinha deixado claro que a única pessoa da qual tenho interesse em foder é você — As palavras me atingiram direto no peito.
Odiava quando ele me fazia ficar sem palavras, aquele ego estúpido dele sempre superando sua altura, o pior de tudo é que eu era uma trouxa para ficar boba com as implicações.
— Vou precisar repetir? — Ele perguntou e colocou um sorriso idiota no rosto — Não têm que ter um ataque de ciúmes por isso.
— Não foi um ataque de ciúmes! — Empurrei seu corpo para longe de mim e voltei a andar.
Fui até o meu quarto e tive a consciência que ele seguia meus passos. Entrei no cômodo e só pude ouvir ele fechando a porta, virei em sua direção.
— O que você quer?
— Você fica linda assim — Ele veio até mim — Gosto quando fica brava.
— Não provoca, Mateo — Meu professor colocou suas mãos em minha cintura calmamente — Você não estava doente?
— Sim, acho que você vai ter que cuidar de mim — O moreno sentou na cama e me puxou para seu colo — Vamos começar por aqui.
— Eu te odeio tanto — Nem sequer fazia esforço para me soltar.
— É recíproco — Nossas bocas se grudaram e não pude controlar a vontade de querer beijar ele.
Dizia a verdade, eu odiava esse babaca arrogante, odiava seu rosto simétrico e perfeitinho, odiava seu corpo estruturado e gostoso, odiava sua boca que tinha beijos incríveis e meu Deus, como eu odiava o fato dele ficar tão lindo até mesmo sem o aspecto de saúde.
— Se eu ficar doente juro que te mato.
— Cuido de você, não têm problema — Ele deitou na cama e observou enquanto eu tirava a blusa, seu semblante mudou derrepente — Foi sem sutiã para a escola?
— É o que parece.
— Nunca mais faça isso — As mãos grandes cobriram meus seios sem esforço — Não quero ninguém olhando para eles.
— Tão ciumento, professor — Provoquei e não deixei ele retribuir. Tomei seus lábios como se fossem meus.
Agora sim eu tinha certeza que não andava com o melhor dos juízos.
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Nosso Segredo
FanfictionO tão sonhado, último ano do ensino médio, acaba de começar para Morgana, uma jovem impulsiva, magoada e com cicatrizes abertas que ainda não se curaram. Com novas mudanças na escola e na sua vida particular tudo se desestabiliza, principalmente qua...