CAPÍTULO QUARENTA E DOIS

263 24 11
                                    


LENA POV


Não era isso que eu tinha em mente quando a trouxe para cá. Sua inexperiência é um problema. Gosto de mulheres sexualmente aventureiras, que sabem o que estão fazendo, o que querem e que conhecem seus limites. Ser a primeira pessoa de uma mulher é uma grande responsabilidade. Seco o cabelo com o secador no banheiro.
  É um trabalho difícil, mas alguém tem que fazê-lo.
POR QUE NÃO EU?
OLHO PARA A CAFAJESTE NO ESPELHO.
MULHER. CRESÇA.

Talvez ela queira um relacionamento sério.
Já tive dois namoros longos,mas nenhum durou mais do que oito meses. Ou seja, não tão longo assim. Charlotte era socialmente ambiciosa e passou para os braços de uma baronesa de Essex. Arabella gostava demais de drogas para o meu gosto. Quer dizer, quem não gosta de cheirar uma carreira de vez em quando? Mas todo dia? Sem condições. Acho que agora está em outra clínica de reabilitação.

Um relacionamento com Kara? O que isso implicaria?
  Estou me precipitando aqui. Depois de secar os cabelos, coloco um roupão e volto para o quarto. Ela não está mais no cômodo.

DROGA. MEU CORAÇÃO SE ACELERA.
SERÁ QUE ELA FUGIU? DE NOVO?

Bato na porta do quarto dela. Nada. Entro, então fico aliviada ao ouvir o chuveiro.

PELO AMOR DE DEUS,CONTROLE-SE .

Deixo-a e vou me vestir.







KARA POV:


Kara acha que nunca mais vai sair daquele banho. Em sua casa em kukes, o chuveiro era rudimentar e era preciso passar o rodo no chão a cada uso. Na casa de Nia, o chuveiro ficava acima da banheira. Este aqui tem um espaço próprio fechado e a água quente sai da maior ducha que ela já viu. Ainda maior do que a do banheiro do apartamento da  Lady Lena. É maravilhoso e diferente de tudo que ela já experimentou.  Ela lava o cabelo e raspa cuidadosamente o corpo com a lâmina descartável que Nia lhe deu.

Esfrega-se com o sabão líquido que trouxe de casa. Sua mão ensaboada passa pelos seios e ela fecha os olhos.

QUERO VOCÊ, KARA. MUITO.
Lena a quer.

Sua mão desce.
Em sua imaginação, é a mão de Lena em seu corpo. Tocando-a. De um jeito íntimo.
Ela também a deseja.

Lembra-se de ter acordado nos braços da Lady sentindo o calor e a força do corpo dela em sua pele. Sente um frio na barriga com a lembrança enquanto sua mão se move. Mais rápido. Mais rápido. E mais rápido. Ela se apoia nos azulejos aquecidos. E ergue a cabeça. Sua boca se abre e ela inspira fundo.

LENA.
LENA.
AH.

Seus músculos lá de dentro se tensionam quando ela goza.
Abre os olhos,arfando.
É isso que ela quer... não é?
Será que pode confiar nela?
SIMMM.

Ela não fez nada que traísse sua confiança. Na noite anterior, a protegeu dos pesadelos, foi gentil e delicada. Deixou que ela dormisse com ela para que não tivesse mais medo.

Ela se sente segura com Lena.
Há muito tempo não se sentia assim.  É uma sensação nova, por mais que ela saiba que Dante e Ylli ainda estão atrás dela.

NÃO. NÃO PENSE NELES.

Ela gostaria de saber mais sobre mulheres. Homens e mulheres em kukes não interagem como na Inglaterra. Em seu país, os homens interagem com homens, e as mulheres, com mulheres. Sempre foi assim. Como não tem irmãos e sempre era separada dos primos em eventos sociais, sua experiência se limita aos poucos alunos que conheceu na universidade e ao pai,claro.
Kara passa a mão pelo cabelo.

Lena é diferente de todas as mulheres que já conheceu.
Com a água caindo no rosto,ela decide parar de pensar em problemas. Hoje, como Lena disse,estão de férias. Suas primeiras férias.
  Envolvendo o cabelo com uma toalha e o corpo com outra,ela entra no quarto. Uma batida rítmica vem lá de baixo. Ela ouve. A música parece contrastar com o que ela sabe a respeito de sua patroa. Suas composições passam a ideia de uma mulher mais introspectiva e calma do que aquela música aos berros.

LADY-LUTHOR -KARLENA Onde histórias criam vida. Descubra agora