CAPÍTULO VINTE SEIS

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___Quem era que estava no carro?— pergunta Mon-El, a voz fria e dura,olhando feio para o carro.

Ele só tem quatorze anos, mas é bem mais alto que Kara,com o cabelo preto despenteado e braços e pernas finos e desengonçados.

___Minha patroa.— responde ela,enquanto espia da entrada da casa e observa o carro se afastar.

Ela fecha a porta atrás de si e, incapaz de conter a alegria, dá um abraço rápido e espontâneo em Mon-El.

___ Tudo bem.

Mon-El se desvencilha do abraço, com o rosto corado,mas os olhos castanhos brilhando com uma alegria constrangida. Kara sorri para o rapaz, que ao retribuir timidamente o gesto, revela sua paixonite. Ela dá um passo para trás, tomando cuidado para não ser carinhosa demais com ele. Não quer magoá-lo. Afinal, ele e a mãe tem sido tão generosos com ela.

___ Cadê Nia?

___ Na cozinha. — A expressão de Mon-El muda para o desânimo. O mesmo acontece com o tom de voz.

___ Tem alguma coisa errada. Ela não para de fumar.

___ Ah,não.

Com um pressentimento, Kara sente o pulso acelerar. Tira o casaco, pendura-o em um dos ganchos na entrada e se dirige à cozinha. Nia está sentada junto à minúscula mesa de fórmica, segurando um cigarro. A fumaça sobe em círculos. Apesar de pequena, a cozinha está organizada e limpa como de costume, e o rádio balbucia alguma coisa em polonês ao fundo. Nia levanta a cabeça, aliviada ao vê-la.

___ Que bom que você conseguiu chegar em casa mesmo com a neve. Eu estava preocupada. Teve um bom dia?.— pergunta, mas kara percebe o sorriso forçado e a tensão nos lábios enquanto ela dá uma longa tragada do cigarro.

___ Tive. Está tudo bem? Seu noivo está bem?

Nia é sete anos mais velha que Kara,loura e curvilínea, com olhos castanhos que se iluminam com seu senso de humor travesso,ela deu um teto para kara. Agora porém está com  um ar cansado, a pele pálida e os lábio crispados. A cozinha fede a cigarro, o que normalmente Nia detesta. Mesmo sendo fumante.

Ela sopra a fumaça no cômodo.

___ Está. Meu noivo está bem. Não tem nada a ver com ele. Feche a porta e sente aqui.

Kara sente um temor percorrer sua espinha. Talvez Nia peça para ela ir embora. Ela fecha a porta da cozinha, puxa a cadeira de plástico e se senta.

___ Alguns homens do serviço de imigração vieram aqui hoje, procurando você.
Ah,não.
Kara empalidece, e ouve o sangue martelar nos ouvidos.

___ Foi depois que você saiu para o trabalho. — Acrescenta Nia.

___ O q-que .... você disse para eles? — balbucia kara ao mesmo tempo em que tenta conter o tremor das mãos.

___ Não conversei com eles. Foi o vizinho, o Sr.Forrester,que falou. Bateram na porta dele porque a gente não estava aqui. Ele não gostou nada da cara dos homens e disse que nunca tinha ouvido falar de você. Contou ainda que Mon-El e eu estávamos viajando, na Polônia.

___ Eles acreditaram ?

___ Acreditaram. Pelo menos o Sr.Forrester acha que sim.

___ Como me descobriram ?

___ Não sei.— Nia faz uma careta.

___ Quem sabe como essas coisas funcionam ?
Dá mais uma tragada no cigarro.

___ Tenho que escrever para a minha mãe, e ela falar com a sua.

___ Não!—kara agarra a mão de Nia.

LADY-LUTHOR -KARLENA Onde histórias criam vida. Descubra agora