LADY-LUTHOR -KARLENA

CAPÍTULO 08

Meu telefone vibra enquanto estou a caminho do escritório. É Andrea Rojas.

- E aí, safada.- Diz ela.- Como você está?
Tom de voz dela é sério, e sei que está se referindo ao meu estado de espírito depois da morte de Lex. Não a vejo desde o funeral.
- Estou sobrevivendo.
- Topa uma disputa?
- Adoraria. Mas não posso. Tenho reuniões o dia todo.
- Coisa de nobreza?
Eu rio.
- Sim coisa de nobreza.
- Que tal mais para o fim de semana? Minha espada está enferrujando.
- Sim eu topo,ou quem sabe sair para beber.
- Ok vou ver se Lucy já voltou.
- Ok, obrigada Andrea.
- Sem problemas, sabe que estou aqui se precisar né?
- Sim eu sei,obrigada.

Desligo estou de mau humor. Sinto falta de poder fazer o que quiser,droga. Se quisesse lutar esgrima no meio do dia,eu podia. Andrea é minha parceira de treino e uma das minhas "amigas" mais próximas que eu não peguei por incrível que pareça. Mas preciso ir para o escritório trabalhar mais uma vez.
Lex. A culpa é sua.

A música está altíssima no Loulou's. O som do baixo reverbera em meu peito. Prefiro assim. O barulho diminui a necessidade de conversar fiada. Abro caminho entre as pessoas para chegar ao bar. Preciso de uma bebida e de um corpo quente e ávido.

Passei o último dia e meio em reuniões entediantes com dois gestores de fundos que cuidam dos consideráveis portfólio de investimentos e fundos de caridade da família Luthor; os administradores Imobiliários da Cornualha, Oxfordshire e Nortumbria; o gestor que cuida das propriedades de Londres, e com a construtora que está reformando os três quarteirões de mansões em Mayfair. William Dey, diretor de operações de Lex e seu braço direito, esteve presente em todas elas. William e Lex eram amigos desde o Eton College;ambos haviam frequentado a London school of Economics, até que Lex largou os estudos para cumprir seu dever aristocrático após a morte do nosso pai.

William é implacável e ambicioso, nunca fui com a cara dele. Mas sabe lidar com um balanço patrimonial como ninguém e também com os inúmeros funcionários do Condado.

Peço um drink. Me pergunto se a lealdade de William vai se estender a mim ou se ele vai tirar proveito da minha ingenuidade, ou do meu "sexo frágil" por ser mulher, enquanto tento entender todas as minhas novas responsabilidades. Não sei. Mas a verdade é que não confio nele,e faço uma anotação mental para tentar me manter circunspecta durante nossos encontros.

Tomo um gole da bebida e olho ao redor. É isso que quero agora: uma mulher linda,disponível, magra ou não.

Afinal, hoje é a quinta-feira da Foda.

A risada rouca chama minha atenção, e nossos olhares se encontram. Noto a admiração e o tom de desafio em seu olhar,e minha boceta reage empolgada. Tem belos olhos cor de avelã, cabelo castanho comprido e brilhante, e está bebendo shots. Além disso, está deslumbrante com um vestido curto de couro e botas de salto fino até as coxas.

SIM ELA SERVE.

São duas da madrugada quando entramos no meu apartamento. Pego o casaco de Letícia e ela logo se vira, passando os braços pelo meu pescoço.

- Vamos para a cama. - Sussurra ela e me beija.

Com força. Sem preliminares. Seu casaco ainda está na minha mão e tenho que me equilibrar na parede para impedir que a gente caia. Seu ataque me pega de surpresa. Talvez ela esteja mais bêbada do que eu pensava. Sua boca tem gosto de batom e jägermeister, uma mistura intrigante. Entrelaço os dedos no seu cabelo e me afasto, libertando minha boca.

- Tudo no seu tempo linda.- censuro rente aos seus lábios. - Vou guardar seu casaco.
- Foda-se o casaco. - diz ela, e me beija outra vez.
Muita língua.
Prefiro foder você.