CAPÍTULO 53

94 12 5
                                    



Ela tenta fingir reprovação, mas seus olhos brilham de malícia. Sorrio para ela e passo o polegar pelo seu lábio inferior.

____ Diga "Lena". — Quero ouvir meu nome  naquele sotaque provocante mais uma vez.

SEU ROSTO VOLTA A CORAR.

____  Diga. Diga o meu nome.
____  Lena —sussurra ela.
____  De novo.
____  Lena.
____  Assim está melhor. Acho que precisamos limpar você, linda. Vou preparar um banho para nós.

Jogo as cobertas de lado, saio da cama e, pegando meu robe e vou na direção do banheiro.

PORRA.
ESTOU ME SENTINDO...
ZONZA.
SOU UMA MULHER ADULTA E ESTOU ZONZA!
SEXO COM ELA É MELHOR DO QUE  COCAÍNA.... QUE QUALQUER DROGA! A QUALQUER DIA.
LIGO AS  TORNEIRAS DA BANHEIRA, EM SEGUIDA ACRESCENTO ESPUMA DE BANHO E  VEJO A ÁGUA SE TRANSFORMAR EM UMA NUVEM COM CHEIRO ADOCICADO.  DEIXO UMA TOALHINHA DE ROSTO LOGO AO LADO.

Enquanto a água enche a banheira, fico maravilhada com os acontecimentos do dia. Finalmente transei com minha diarista. Em geral, depois de levar uma mulher para a cama, mal posso esperar para ficar sozinha. Mas não me sinto assim hoje.  Não com Kara. Continuo encantada por qualquer que seja o feitiço que ela lançou em mim. Além disso, vou passar esta semana e talvez a próxima com ela ... A perspectiva é animadora.
Minha buceta se contrai em concordância. Olho para meu reflexo no espelho, flagro meu sorriso eufórica e, por um instante, não me reconheço. Que porra está acontecendo comigo?
Passo a mão pelo meus longos cabelos, na tentativa de domá-lo,e me lembro do sangue dela na minha mão.
UMA VIRGEM.

Preciso me casar com ela agora. Rio do meu pensamento ridículo enquanto lavo as mãos, mas me pergunto se algum dos meus antepassados já esteve nessa situação. Dois deles se envolveram em relacionamentos escandalosos bem documentados, mas meu conhecimento da história da família é, na melhor hipóteses, precária.  Eu era a única pelo menos eu acho isso, de que se envolve com a pessoa do mesmo sexo. Eu sou a ovelha negra da família. Lex conhecia muito bem a história e a linhagem. Ele prestava atenção. Meu pai se certificou disso. Minha mãe se certificou disso. Era parte dos deveres de Lex como herdeiro. Ele sabia que manter a integridade de tudo significava muito para a família.
MAS ELE NÃO ESTÁ MAIS AQUI.
PORRA. POR QUE  NÃO PRESTEI ATENÇÃO.

Com a banheira cheia, volto para o quarto,me sentindo meia desanimada.  Mas só de ver Kara olhando para o teto ja me animo.
MINHA DIARISTA.

Sua expressão é indecifrável. Ela se vira, me vê e fecha os olhos na hora.
O que foi?
AH, ESTOU PELADA.

Quero rir, mas decido que provavelmente não é uma boa ideia, então me apoio no batente da porta, cruzo os braços e espero paciente até que ela reabra os olhos.
Depois de alguns segundos, ela baixa um pouquinho o lençol até o nariz
e espia com apenas um olho aberto.
Sorrio.
____  Pode olhar o quanto quiser.
Abro os braços.
Ela pisca, e seus olhos brilham com uma combinação de
constrangimento, diversão, curiosidade e, ao que me parece, um pouco de
admiração. Ela dá uma risadinha e cobre a cabeça de novo.
____ Você está me provocando. — A voz dela sai abafada.
____ Estou mesmo. — Sem conseguir me conter, vou até a cama, e os nós
dos dedos dela empalidecem quando apertam a colcha com ainda mais
força. Eu me inclino sobre ela e roço os lábios em seus dedos. — Solte —
sussurro, e fico surpresa quando ela obedece. Arranco a roupa de cama e ela
dá um gritinho, mas a ergo em meus braços e me ponho de pé. — Agora
nós duas estamos peladas — digo, encostando o nariz em sua orelha.

Ela passa os braços em volta do meu pescoço e eu a carrego, rindo, até o
banheiro, e a coloco sentada na borda da banheira. Ela cobre os seios
imediatamente.
____ Não precisa ficar tímida. — Pego uma mecha do seu cabelo e a
enrolo no indicador. — Seu cabelo é lindo. Seu corpo também.
O meio sorriso e o olhar tímido dela me dizem que é isso que precisa
ouvir. Puxo gentilmente a mecha, e ela se inclina na minha direção para que
eu possa beijar sua testa.
____ Além disso, olhe só.
Indico com o queixo a janela panorâmica atrás da banheira. Kara se
vira, e sua respiração forte deixa claro que ela adorou a vista. A janela tem
vista para a enseada e, no horizonte, o sol beija o mar em uma sinfonia de
cores espetacular: ouro, opala, rosa e laranja explodem pela paisagem
violeta e pela água que escurece. É maravilhosa.
____ Sa bukur. — Sua voz está encantada. — Muito lindo.
Ela solta os braços.
____ Assim como você — digo, beijando seu cabelo.
O perfume delicioso dela, de lavanda e rosas, misturado com o cheiro
de sexo, entra por minhas narinas. Fecho os olhos. Ela é mais do que linda.
Ela é tudo. Inteligente. Talentosa. Divertida. E corajosa. Sim, acima de
tudo, corajosa. Meu coração palpita e, de repente, sou dominada  pela
emoção.
Porra.
Engolindo em seco para conter meus sentimentos, eu lhe ofereço minha
mão e aproximo seus dedos dos meus lábios. Beijo cada um deles antes que
ela entre na banheira.
____ Sente-se.
Ela logo torce o cabelo em um nó que desafia a gravidade no alto da
cabeça e afunda sob as bolhas. Ela estremece, e eu sinto uma pontada de
culpa, mas seu rosto relaxa quando ela olha o pôr do sol hipnotizante.
Tenho uma ideia.
____ Já volto.
E saio do banheiro.

*************

# POV KARA

Ela se inclina para trás, olha pela janela e seu corpo relaxa devagar.
A vista.
Ua!
É uma cena pitoresca. O pôr do sol em Kukës é espetacular, mas é atrás
das montanhas. Ali, o sol afunda languidamente no mar, iluminando um
caminho dourado na água.
Ela sorri ao lembrar como tropeçou nas ondas mais cedo. Como foi tola.
Tola e livre por algumas horas, pelo menos, e agora está ali no banheiro da
Lady Lena. O cômodo é maior do que a suíte do quarto de hóspedes e
tem duas pias sob espelhos ornamentados. Ela sente uma pontada de tristeza
pelo irmão de Lena, que construiu a propriedade e não pode mais
aproveitá-la. É uma bela casa.
Kara pega a toalhinha que encontra a seu lado e lava suavemente
entre as coxas. A área está um pouco sensível.
Ela fez aquilo.
Aquilo.
Respeitando a sua vontade, com alguém que ela escolheu, alguém que
ela deseja. Sua mãe ficaria chocada. O pai… Estremece ao pensar no que
ele poderia fazer se soubesse. E ela fez com a lady Lena, uma inglesa de
olhos verdes surpreendentes e rosto angelical. Abraça a si mesma,
lembrando como ela foi atenciosa e gentil, e seu coração acelera um pouco.
Ela fez o corpo dela ganhar vida. Fecha os olhos e se lembra do cheiro
limpo dela, dos dedos dela em sua pele, a suavidade do cabelo dela … o
beijo. Os olhos ardentes, cheios de desejo. Ela inspira… E ela quer fazer
aquilo de novo. Sente os músculos da barriga se tensionarem.
____ Ah — sussurra.
É uma sensação deliciosa.
Sim. Ela também quer fazer aquilo de novo.
Dá um risinho e envolve o corpo com mais força, tentando conter a
euforia inebriante. Não sente vergonha. É assim que deve se sentir. É assim
que é o amor, não é? Ela sorri, toda convencida.

Lena  reaparece com uma garrafa e duas taças. Ainda nua.
____ Champanhe? — oferece ela.
Champanhe!
Ela já leu sobre champanhe. Mas nunca pensou que sentiria o gosto.
____ Sim, por favor — diz ela, deixando a toalhinha de lado e tentando
olhar para qualquer lugar que não seja a buceta  dela.
Está ao mesmo tempo fascinada e envergonhada.
É a primeira vez que vê uma buceta que não seja a sua.
____ Segure aqui. — Lena interrompe os pensamentos dela, e um rubor
toma conta do seu rosto. Ela  lhe entrega as taças de champanhe e sorri. —
Você vai se acostumar com isso — diz ela, os olhos brilhando por achar
graça.
Kara se pergunta se Lena estava se referindo ao champanhe… ou a
Buceta. O que a faz corar ainda mais. Rasgando o lacre cor de cobre, Lena
destorce o arame e tira a rolha com facilidade. Serve o líquido borbulhante
nas taças. Kara fica surpresa e encantada ao ver que é rosa. Colocando a
garrafa no peitoril da janela, ela entra na outra extremidade da banheira e
afunda cuidadosamente na água. A espuma sobe até a borda. Ela sorri,
esperando que a água transborde da banheira, mas isso não acontece.
Kara ergue os joelhos enquanto Lena desliza os pés em ambos os lados
dela.
Lena pega uma das taças e bate na que ela fica segurando.
____ À mulher mais corajosa e bonita que conheço. Obrigada, Kara
Danvers — diz ela, e não está mais com um ar brincalhona, mas
completamente séria, olhando com atenção para ela, os olhos mais
sombrios, não mais brilhando.
Kara engole em seco, reagindo à pulsação profunda que sente na
barriga.
____ Gëzuar, Lena. — Sua voz sai rouca quando ela leva a taça aos
lábios e toma um gole do líquido gelado. É leve, borbulhante e tem sabor de
verões finos e colheitas ricas. É delicioso. — Humm — murmura ela em
apreciação.
____ Melhor do que cerveja?
____ Sim. Muito melhor.

Você leu todos os capítulos publicados.

⏰ Última atualização: Nov 05 ⏰

Adicione esta história à sua Biblioteca e seja notificado quando novos capítulos chegarem!

LADY-LUTHOR -KARLENA Onde histórias criam vida. Descubra agora