Daisy
Durante o tempo que ficou sob as mãos dos sequestradores Daisy sempre confiava no plano A, mas não tinha abandonado o plano B. No momento que avistara a antena familiar, assim que pousara na Estação Espacial clandestina, sabia que teria chances de enviar uma mensagem a Terra. Não sabia as condições enfrentadas pela mensagem e nem quanto tempo demoraria até chegar ao destino, muito menos se seria entendida e por fim, enviariam ajuda sabendo do ocorrido? Isso fora há dias atrás.
Mandara mensagens curtas , com a localização e seu nome, a linguagem criptografada era mais simples do que a enviada até Thazan, pois a tecnologia da Terra não tinha barreiras adequadas para impedir esse tipo de invasão e assim não precisara se preocupar muito com isso, mas suas expectativas eram nulas.
A maior possibilidade é que entrassem em contato com as autoridades de Thazan.
Ver seus pais seria a última coisa que esperaria. Rose não os tinha avistado ainda, então não deixou transparecer em seu semblante nenhuma alteração que pudesse entregar a situação. Quanto uma mulher podia suportar de surpresas em menos de uma hora? Muito pela sua atual experiência.
Proteja-os, eles são capazes de qualquer coisa.
Korus já parecia se adiantar e enviar guardas em direção ao casal que se aproximava. A conversa mental entre eles parecia tão fluída quanto se estivessem lado a lado, mas tinham que ser rápidos. Enquanto Korus se aproximava trocavam mensagens rapidamente.
Você tem um plano?
Ouviu resumir a situação.
Acha que pode enganá-los com um clone ?
Androide. Ele é mais parecida com você do que seu clone.
Gêmea! O quanto esse salto quântico em especial poderia me afetar?Lyen acha que sua estrutura de DNA aparentemente foi modificada pela gravidez . Seu DNA nesse momento...é uma incógnita.
E se eu simplesmente desaparecesse?
Silêncio.
Explique.
Poderia confessar que sentia saudade daquele tom frio e altivo? Não era o momento de ser sentimental, assim resumiu sua habilidade recém descoberta. Parecia tão fácil para ela nesse momento quanto respirar, ela simplesmente sabia o que fazer para que sua pele ganhasse os mesmos tons do ambiente em sua volta e assim pudesse se tornar "invisível". Se restringisse seus movimentos ao máximos e mantivesse sua atenção em sua habilidade talvez fosse possível confundi-los em um momento de tensão. Precisava de uma situação que aumentasse o nível de distração de todos. Como um truque de mágica. Só tinha um problema.
Olhou para a roupa que vestia, suas roupas não iriam mimetizar o ambiente. Poderia ser possível uma solução nesse sentido? A resposta a surpreendeu. Seria possível?
A explicação não era simples, mas não tinha tempo para outra mais elaborada. Poderia desaparecer completamente agora. Toda a comoção, conversa e drama estava sendo acompanhado mentalmente por ela e Korus. Não que isso fizesse com que ele sentisse menos assustada quando o príncipe fora atingido pelo impacto da arma, mas como tinha apenas segundos para reagir não pudera se prender a esse momento e restava apenas acreditar que ele ficaria bem. Mesmo tentando ser crédula parte de sua atuação soou bem convincente porque realmente não acreditava que ele poderia simplesmente receber uma carga de tamanha potência de uma das armas mais letais que já trabalhara sem se lesionar.
Entre se jogar ao chão, sentir subitamente o contato áspero da superfície da estação e suas roupas sumirem, parecia que toda uma cena de ação passava por seus olhos como um filme que devia ser a protagonista, mas Dayse não tinha muita confiança em seu "halo". Por um lado tinha a certeza que ninguém esperava que a refém humana pudesse ter essa habilidade. Por outro, tanta coisa poderia dar errado naqueles segundos que tinham para agir...
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Daisy e o Príncipe Negro
Science FictionKorus: Pelos sóis de Thazan, isto é a espécie feminina da Terra? Pálida, pequena, magra e com estranhos cabelos vermelhos. E onde estão suas orelhas? Algumas espécies realmente quiseram procriar com eles? Só podiam estar desesperados atrás de fême...