19- Enquanto o príncipe não vem...

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Daisy

- A quem devemos sua ilustre presença?

Daisy sentou-se ao lado de Carlos empurrando-o com o quadril para conseguir mais espaço no banco que ocupavam, na mesa havia chá e algumas espécies de frutas e o que ela podia chamar de "pão" de cor preta. A cor a fez lembrar de Korus, que a fez lembrar porque  Carlos fizera aquele comentário.

- Não enche - resmungou pegando uma fruta com formato quadrado que ainda não experimentara, deixou o pão de lado, não estava querendo proximidade com nada que a fazia lembrar que o príncipe não aparecera aquela manhã  como prometera. Certo, não fora realmente  uma promessa e ele não lhe dera um "bolo", simplesmente mandara uma mensagem via Toro. Uma mensagem escrita, mas tivera  a "delicadeza" de usar o inglês.

Sinto informá-la que não poderei acompanhá-la, sinta-se à vontade de solicitar que Toro a leve a sala de simulação. Dei permissão à sua entrada.

 Príncipe Korus de Farhanten Ah Lhefharnn ...

Ele assinara com todo seu pomposo nome real. Era praticamente uma missiva. Colocou sua Note sobre a mesa bem como os equipamentos que "pegara".  Sean que estava a sua frente com ar entediado enquanto cortava o pão- o  que não quisera experimentar - empertigou-se.

- Onde conseguiu isso? O que esta fazendo? - ele olhou em direção as seus guardas silenciosos.- Eles vão puni-la.

-  Na sala de simulação,  podemos ir lá mais tarde.  É divertido - Não  seria tão divertido assim sem Korus. - Possivelmente já sabem  que eu os roubei.

 Em algum momento percebera que seria impossível Toro ou algum câmera de monitoramento não ter captado seu roubo nada discreto. A certeza só aumentava na falta de reação dos guardas enquanto trabalhava seu Note.   Uma das conexões soltou uma pequena fagulha e um leve odor de queimado ficou no ar, era o tipo de perfume que gostava.

- O que quer fazer? - Carlos deixou a comida de lado e esfregou as mãos -  Talvez eu possa ajudar.

Ela olhou discretamente para trás de si.

- Ouvem tudo - Sean falou enquanto batia em suas próprias orelhas - Sua audição é mai sensível que a nossa, como pode perceber na noite anterior.

- Não tive intenção - fez uma careta e  mostrou sucintamente o que queria fazer sem dizer uma palavra.

Carlos levantou e pouco segundos depois trouxe seu próprio Note.

- Use o meu.

Sean jogou seu sobre a mesa.

- Sirva-se.

Ambos a viram trabalhar em silêncio enquanto comiam.

- Retiro meu oferecimento de ajuda - Carlos murmurou parecendo fascinado - Seria humilhante. Achei que sua especialidade era programação IA.

- É. - Delicadamente soldou dois componentes - O material de solda não é apropriado mas acho que pode bastar. 

Freneticamente começou a digitar, seus lábios franzindo enquanto não obtinha a resposta.  Em algum momento notou que Sean se afastara para ao área aberta do jardim seguido  de seu guarda, Carlos parecia animado enquanto conversava com a sua, apesar da fêmea não parecer tão participativa na conversa. Já Toro, bem, estava no mesmo lugar como uma estátua, uma estátua rabugenta. A comida já foi retirada  e algumas frutas eram colocadas na mesa quando ela teve o primeiro sucesso . O problema era que ela não sabia ao certo o que conseguira.

Daisy e o Príncipe NegroOnde histórias criam vida. Descubra agora