03-Duas horas

12.3K 1.2K 499
                                    

Korus


A criatura era pálida, pequena, magra e com estranhos cabelos vermelhos . E onde estavam suas orelhas? Alguma espécie tinha mesmo se interessado em copular com eles? Só podiam estar desesperados por fêmeas compatíveis. Ou será que a Terra enviara uma de suas representantes mais feias propositalmente achando que assim não tentaria a líbido de nossos  machos?

A discrepância com as atraentes fêmeas Thazan eram nítidas. Suas fêmeas nunca manteriam seus cabelos sobre a cabeça ou em nenhum outro local do corpo. Até mesmo Cynem acharia repugnante mante-los. Há muitos anos as fêmeas aprenderam técnicas que inibiam completamente o nascimento indesejado.  A aparência da humana se assemelhava a um macho Thazan, cujo longos cabelos eram mantidos para atrair as fêmeas que os associavam a virilidade. Korus não dava muito ouvidos a essas crenças antigas, mas fora ensinado a cuidar de seu cabelos desde de cedo, mantendo-os amarrados em um longa trança ele alcançava o meio de suas costas. Mas os cabelos da fêmea a sua frente pareciam tão longos quanto os dele, a única coisa que entregava seu gênero era sua aparência e traços delicados.

Sua pele tinha uma cor enfadonha e aparentemente não se alterava. A mudança de cor era uma características Thazan e poucas espécies a possuíam.

Ela possuía estranhos tufos de cabelos sobre seus olhos e bem acima deles também. Nunca vira nada igual. A cor parecia a mesma em todos eles. Vermelho intenso que fazia um contraste com sua pele clara. Os olhos eram ligeiramente afundados, mas rapidamente notou que era algo normal na espécie já que o macho também tinham essa característica. Seus olhos era de uma cor verde brilhante, mas também brancos.  Ele não se preparara para o encontro com aquela espécie. Participar de reuniões de última hora tinham esse tipo de consequência.

Ambos os humanos continuavam sentados, o que era de extrema falta de educação perante sua entrada. Mas ele ignorou essa falta de etiqueta e  se aproximou da mesa observando-os mais de perto. Ele não podia definir o humor de ambos pelo semblante de seus rostos. Talvez analisando com mais tempo a espécie ele definiria uma melhor análise comportamental. Mas para aquele tipo de transação bastava a análise do Concelho e a a prévia análise de seus estudiosos que identificaram a espécie como complemente inofensiva.

O macho  tinha tão pouco cabelo que Korus conseguia ver sua pele, que era um tanto mais dourada que a fêmea. Possivelmente nessa espécie culturalmente essa característica era predominante e aceita, não cabia  ele julgar. 

A fêmea murmurou algo que ele não conseguiu compreender ao macho ao lado que imediatamente levantou dando a volta na mesa as pressas.  Os olhos dele se movimentavam em várias direções, um gesto comum em algumas espécies de genética pouco desenvolvida. Curiosamente suas órbitas se mantinham paradas enquanto seus não pareciam focá-lo.

- Descul..culpe-me. Meu nome é Miller - a voz dele soou em seus ouvidos de maneira artificial pelo dispositivo que ele levava próxima encaixado em seu pescoço. Percebeu que o dispositivo em seu ouvido ineditamente traduziu corretamente a linguagem e de uma forma mais natural. Seguindo as orientações os  humanos haviam enviado seu dicionário e vocabulário para o planeta há alguns meses. 

O próximo movimento do macho não o pegou desprevenido , mas não o fez reagir.  Seu corpo e seus instintos básicos  viam o macho com a mesma ameaça que sentiria se tivesse diante de um bebê.

Ele pode ouvir um gemido vindo da fêmea humana que apesar de não traduzido demonstrava certa frustração e o rápido movimento de Cenya que impediu rapidamente o toque do humano. A mãe estendida devia ser algum tipo de cumprimento da Terra.  Korius não o culpou pela falta de conhecimento sobre sua espécie. A pouca informação que mantinham pública em catálogos universais eram ínfimas. Sua comunidade era fechada e distante, isso os protegia e mantinham curiosos a distância.  

Daisy e o Príncipe NegroOnde histórias criam vida. Descubra agora