Daisy
Ao novo toque recuou com uma risada alta, mas ao ver o olhar impaciente de Liyen fez um muxoxo e tentou manter-se quieta enquanto o robô esfregava vigorosamente a sola de um dos pés, uma missão quase impossível pelas cócegas que sentia. Aquela tarde era o mais perto de um SPA que já chegara, mas a princesa parecia determinada quando interrompera-a na área aberta onde passara o dia com sua tripulação. Ficou feliz com algumas mudanças recentes na ala, que tinha sido adaptada para prover um salão de jogos virtuais e um ambiente de treinamento com aparelhos de musculação, o primeiro à pedido de Carlos e o segundo de Sean. .Os colegas de confinamento demonstraram alívio ao vê-la e qualquer embaraço por não estar mais na antiga ala a qual eles ainda eram mantidos foi perdido enquanto lhe contavam algumas histórias recentes da Terra e suas versão dos acontecimentos de seu "quase" sequestro. Ficara claro que ambos sabiam que o relacionamento entre ela e o príncipe mudara, mas não fizeram perguntas indiscretas, apenas alguns insinuações - de Carlos, lógico - sobre seu "novo namorado" que a fizera mais rir do que ficar encabulada.
A descrição do episódio feita pelos colegas fora bem mais descritiva, principalmente a cena do ataque de Korus à Toro. Mais de uma vez olhara na direção de seu guarda impassível imaginando que a gravidade de seus ferimento tinha sido minimizada por ele e que, tanto ele quanto Korus, lhe pouparam de alguns detalhes.Carlos informara que sua namorada terminara com ele há dois dias através de uma mensagem gravada - não tivera coragem de dizer "pessoalmente" - mas o jovem não aparentava tristeza com o ocorrido. Já Sean parecia incrivelmente bem humorado comparado com o seu "normal" e quando o questionara, sua resposta fora apenas que Thazan tinha suas vantagens em relação a Terra. E nisso ela tinha que concordar.
Naquela manhã também fizera uma comunicação breve com a família e conversaram sobre amenidades da Terra e o fato de não haver novas informações sobre a situação dela em Thazan. A reação que sentira era ambígua. Sentia saudades da família, mas não saberia o que fazer caso a Terra convencesse o Conselho que deviam voltar imediatamente. A verdade? Não queria voltar. Não agora. Desconfiara que a irmã gêmea já percebera a mudança e tinha certeza que tocaria no assunto quando estivessem "sozinhas".
Sentiu um leve puxão nos cabelos e olhou para trás onde outro mecanismo robótico os lavava com algo que parecia brilhar sobre a cerâmica branca. Fizera Liyen jurar - algo que a princesa nunca tinha feito e com certeza não entendera muito bem porque fazia - que não a deixariam careca, só assim pudera se sentar e relaxar enquanto os equipamentos pareciam surgir de todos os lugares. Soltou um gritinho quando o equipamento começou a esfregar o outro pé a surpreendendo.
- Isso faz cócegas!- justificou para a princesa que permanecia impassível e altiva em sua cadeira como se fosse um trono real.
- Vocês humanos não tem senso de decência - resmungou, mas havia um sorriso divertido em seu rosto - Olhe o monitor acima , poderá escolher as funções com um toque, programei para seu idioma.
A área que se encontrava era um discreto aposento da ala real compartilhado entre a família e alguns hóspedes e servia como um "salão de beleza" e higienização como bem informara a Liyen. Daisy cortava suas unhas, escovava seus dentes e realizava uma depilação básica com um dos aparelhos portáteis disponíveis no quarto e achava o bastante como rotina. Mas princesa queria lhe mostrar os benefícios da tecnologia Thazan e por isso solicitara aos técnicos - havia especialistas em beleza em Thazan também - estudassem alguns costumes humanos e os adaptassem reprogramando os aparelhos. Não era de se estranhar que agora ostentava unhas das mãos vermelhas e brevemente as dos pés - realmente eles não achavam que já tinha muito vermelho em seu visual?
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Daisy e o Príncipe Negro
Sci-fiKorus: Pelos sóis de Thazan, isto é a espécie feminina da Terra? Pálida, pequena, magra e com estranhos cabelos vermelhos. E onde estão suas orelhas? Algumas espécies realmente quiseram procriar com eles? Só podiam estar desesperados atrás de fême...