42 - Espere e confie

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Korus

Quando a porta se abriu mesmo que não tivesse autorizado a entrada de nenhum tripulante da nave, Korus soube que era Pax. Escutara a aproximação da nave real enquanto tentava se impedir de destruir qualquer outra coisa no quarto principal.

 O irmão  que não o acompanhara à princípio, permanecendo em Thazan, seguira imediatamente a nave fugitava que levara Daisy e o conselheiro assim que eles se afastaram a uma distância segura levando parte da tropa restante do planeta.

Isto significava que nesse momento havia centenas de naves prontas para a batalha naquela parte do universo. Uma tropa que poderia destruir três planetas em segundos à sua disposição  e não tinha lhe servido de nada.

Fechou os olhos mais uma vez tentando manter a respiração e corpo sob controle, o gasto de energia para se manter em batalha logo o faria exausto demais para manter-se em  pé. 

- Vejo que redocorou os aposentos.

Não respondeu a provocação. O humor de Pax não era bem-vindo  naquele momento.

-Zodar já conseguiu o sinal?

-Não- pausa- Apesar de sua ameaça de estrangulá-lo com seu próprio intestino pudesse ter funcionado como um incentivo, penso que o sinal não alcançaria a distância que eles podem ter alcançado através do portal.

No passado não tão distante tinham se passado semanas para que o Conselho descobrisse o destino da nave que roubara o Dark . E mesmo depois que descobriram já era tarde demais para alcançá-la. Como poderiam faze-lo em poucos momentos? 

Suas garras transpaçaram sua propria pele fazendo-o que seu fluído vital escorrece entre seus dedos.  Suas cores mudavam e brilhavam tão descontroladamente que tinha certeza que seu irmão ficaria chocado. A última vez que se mostrara tão vulnerável era ainda uma criança. Se ausentara da cabine de comando para evitar destruir sua própria nave ou machucar alguém de sua equipe. Seu descontrole só não tivera maiores consequências porque Cenya  o detera. Por mais agressivo que fosse o instinto de machucar o de proteger era mais forte, principalmente em machos vinculados.  Não fosse a fêmea ele provavelmente teria ferido algum membro da equipe de maneira que precisaria levá-lo de volta ao Palácio para recuperar-se.

-  O que sugere? - perguntou por fim.

O irmão se aproximou e quase sem perceber Korus inclinou-se em busca de conforto. Os braços de Paz o envolveram em um abraço   cheio de preocupação, amor e esperança. Pax sempre era otimista. Ficou ali durante quase um minuto antes de sentir a tensão de seus músculos ceder e sua respiração se tornar menos agitada.

-Esperar.

A resposta do irmão o fez recuar.

-Esperar? - repetiu  e balançou a cabeça, imitando sem perceber o gesto humano- Não entendo.

Pax sorriu, pois não passou despercebido o gesto incomum à sua espécie.

- Sua fêmea tem uma mente ardilosa, e eles a querem viva. 

-Esperar? - repetiu sem acrteditar que seria possível para ele faze-lo. 

-Gastar recursos nesse momento não vai nos ajudar. Seja para onde for que foram levados eles não tinha muito potência naquela nave para grandes distâncias. O conselho e um equipe em Thazan já estão fazendo o possível para locazilá-la, mas...Creio que devemos ficar aqui.

Korus ficou em silêncio por um tempo absorvendo aquela confiança que tudo daria certo enquanto sua mente só conseguia reviver o momento que o maldito Zaypor usara a arma de dor em sua pele. O modo que ela arregalara os olhos e começara a convulsionar. Mesmo conhecendo que a arma não a mataria sabia, como todo macho que fazia parte da guarda, o quanto seu uso era insuportável, pois era usada para treinamentos de desenbilização da dor. 

Seu instinto fora avançar sobre a tela e destrui-la enquanto ouvia Zodar ordenando rapidamente que as naves recuassem.  Devia agradece-lo e não ameaçá-lo, pois Korus não conseguia pensar naquele momento. Sua própria consciência o culpando por ser responsável pela dor afligida a Daisy, pois a  tentativa de abordagem fora ideia sua na tentativa de ameaçar e intimidar o conselheiro.

Apesar das espécies serem inimigas e  o Zaypor ser uma raça brutal, não acrediatara que pudesse prejudicar uma fêmea aquela ponto. O conselheiro representava uma das maiores autoridades de seu planeta  junto ao Conselho, mas era mais do que isso, a espécie era conhecida por serem violentos em relação aos machos, mas totalmente pacíficos em relação as fêmeas,  por essa razão era sempre Lyen que  esbaçava a diplomacia quando tinham assuntos em comum. O que podia levar ao macho a sequestrar e prejudicar uma fêmea? Ganasia? Poder?  A espécie estava declarando guerra novamente contra eles depois de anos de paz? Pois se era guerra que eles queriam...

- Entramos tentando  entrar em contato com  família do conselheiro. Há algo por trás de seu comportamento incomum.

Pax deu voz ao seus pensamentos enquanto se afastava dele, mas o toque de sua mão permanecendo com um elo entre eles enquanto conversavam. Agradecia a calma do irmão nesse momento, mais que isso, se agarrava a ela.

- Temos que enviar algumas naves de volta.

-Não - ergueu a cabeça sua voz fria- Não iremos sair daqui enquanto...

-  Há uma pequena frota de naves desconhecida no parâmetro da Albour. Penso que o alvo é Thazin.

O planeta extrativista onde se encontrava boa parte do Darkyn de Albour.

 - O Dark...mas eles não conseguiram passar pelo escudo.

- Não sem alguém que conheça com burlá-lo - os olhos de ambos se encontraram - Penso que a frota esta afastada o bastante para pensar que esta protegida de nossos radares, mas próxima o bastante para deixar claro a intenção. Estão posicionados e a espera. Há uma proteção em torno dela que pode torná-la invisível para a tecnologia mais moderna...mas não para nós. O erro deles é nos subestimar, mas não podemos cometer o mesmo erro que eles. - Pax afastou-se -  Temos que voltar 1/3 da frota ou podemos ter mais perdas que necessárias caso as naves entrem em Albour.

- Acha que ela é capaz de faze-lo? - não poderia culpá-la caso o fizesse.

-Sim, se confiar que poderemos dar conta de derrotá-los mesmo sem a defesa do escudo. - Ela não terá muito escolha. Eles tem alguém importante em seu poder.

Sim, sua irmã Rose. Por um mmomento esquecera totalmente da missão original que se mostrara apenas  uma armadilha. Não para pegá-los, como pensara, e sim para desviar atenção.  Pax estava certo, não podiam subestimar o inimigo.

-Esperar...- repetiu as palavras anteriores. 

- Sim, se nos deslocarmos aleatoriamente não estaremos apenas gastando energia e tempo, mas também nos afastando do último ponto conhecido a ela. Penso que não é uma decisão sábia.

-  Não consigo pensar sabiamente nesse momento. Só vejo sua imagem. Ela é vulnerável, alegre e engênua. Mesmo quando a ameçamos de julgamento, prisão e morte ela lidava com isso com temor e petulância. - a dor na sua voz era pesada pois entendia que o irmão colocava toda a responsabilidade nesse momento nas mãos de Dayse, enquanto ele só queria correr para onde ela se encontrava e colocá-la protegida e longe de qualquer perigo. 

- Então confie em seu sábio irmão e volte para cabine . Irei cuidar do conselho, Lyen do contato com a família do conselheiro e você deve dar as ordens a tropa. - pausa- E falar com a mamãe.

- Rainha - corrigiu mesmo sabendo que o irmão agia propositalmente.



Daisy e o Príncipe NegroOnde histórias criam vida. Descubra agora