Daisy e o Príncipe Negro

15 - Menos feia

Korus

O fato de estar se encaminhando para a ala onde os prisioneiros tinham sido contidos não significava que teria que interagir com a humana esquisita. Não. Antes de ir para seus próprios aposentos  para seu período de sono verificaria se a segurança local estava adequada e conversaria com seus  guardas. Tinham estabelecido a rotina diária de vigílias  com apenas um guarda para cada prisioneiro depois que analisarem o longo período de sono da espécie. Pelos cálculos de seus pesquisadores os humanos deveriam se manter em sono profundo durante quase todo o período do Luxy, o sol menor. Isso faria o trabalho da guarda real particularmente fácil  já que  os Thazans só precisavam de poucas horas de sono depois de longos períodos de atividade. Seria um trabalho simples para os guardas, certamente entediante.

Escolhera particularmente Toro para manter a fêmea longe de problemas. O soldado era um dos mais respeitados guardas reais, também um dos mais evitados devido aos seu humor, ou mais especificamente, a falta dele. Korus nunca soube se Toro mantinha amigos ou algum relacionamentos.  Nada soubera de seus pais que aparentemente morreram nas terras extremas do sul e deixara o filho para ser criado por um parente próximo que o colocara a disposição da guarda real assim que atingira a idade adequada. Diziam que mesmo quando infante o carrancudo guarda era maior do que todas as outras crianças, atualmente o guarda era  um dos piores adversário de luta corpo a corpo que ele já combatera, inclusive perdera algumas vezes , mas não recentemente, lembrou-se com orgulho contido.

Ainda jovem Korus achara que o guarda fosse mudo até  de ouvi-lo bradar com Pax por ter fugido do Palácio para se aventurar nas ruas da cidade. Não que andar pelas ruas fosse particularmente perigoso em se tratando da principal cidade de Thazan, mas Toro levara sua função de guarda a sério e o fato do  jovem príncipe ter conseguido escapar diante de seus olhos tinha sido um verdadeiro insulto, fora a única vez que vira o macho perder o controle.

Seus passos se aproximaram do corredor que separava as alas e o guarda que fazia a vigília permaneceu impassível ao vê-lo passar. Eram treinados para manter a concentração no trabalho e não perder tempo com conversas ou cumprimentos. Os quartos estavam vazios, pela indicação dos sensores ao lado das portas, informando que os humanos ainda estavam na área social ou na área livre.

Seus passos se tornaram mais rápidos enquanto atravessava o salão vazio em direção a onde vinham os sons...de risos. Quase impercebivelmente deixou escapas um som de desgosto, risos humanos eram distribuídos com tanta facilidade quanto se podia adquirir um Psiyue  em algum comércio da cidade. É que eles não tinha nenhum tipo de discrição?

Primeiro avistou seus guardas , estavam em posição vigilante em torno do grupo humano que se encontravam sentados em volta de um comunicador,  seus soldados mantinham expressões de curiosidade  a impassividade, na verdade essa última pertencia apenas a Toro.  Korus podia avaliá-los assim não apenas porque os conhecia a vida toda, mas também por ser o melhor quando se tratava de avaliar as emoções de seus  guardas ou de seus inimigos. E no que concede sua habilidade os humanos estavam alegres... ou pelo menos tentando mostrar alegria para as pessoas que conversavam no comunicador.

Aproximou-se lentamente do trio humano e pode ouvir a conversa que mantinham com os de sua espécie  na Terra. A comunicação de Thazan avançara o bastante, com vários equipamentos ao longo da galaxia que facilitavam o contato entre os planetas de modo que era possível perceber apenas um pequeno intervalo entre a conversação.

-  De maneira alguma. Ele é grande e mal humorado,  e com todo aquele preto ele esta mais para Darth Vader do que para príncipe encantado.

Ela estava falando que ele parecia alguém que conheciam?  Impassivo observou a tela do comunicador e se chocou com a imagem das fêmeas terráqueas. Todas idênticas a fêmea logo a sua frente. Mas ele pesquisara sobre a espécie, não deveria ser assim.