21- Mágica?

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Daisy


- O que é isso?

Se Korus estava irritado por ouvir aquela pergunta pela centésima vez  não demonstrava. Haviam chegado há poucos minutos, atravessando as ruas movimentadas da cidade. Principal tinha sido uma surpresa, acostumara com o clima silencioso e austero do Palácio esperava  uma cidade moderna, tecnológica e projetada, com seus habitantes se comportando com discrição robótica, mas apesar de realmente moderna, tecnológica e projetada,  Principal parecia como  qualquer outro centro urbano da Terra.  Sua população parecia apressada enquanto atravessam as ruas e ou deslizavam nas esteiras rolantes , alguns usavam veículos leves para se deslocar e sempre estavam compenetrados em seus dispositivos de pulso. Machos e fêmeas usavam um variado tipo de roupas coloridas, desde de vestimentas formais até roupas verdadeiramente descontraídas.  Havia lojas, mercados e até algo que aparentava ser um Shopping Center. Em uma praça pública várias crianças corriam e brincavam em um tipo de parquinho tecnológico que parecia combinar mais com um centro de treinamento militar. Havia também lagos, pontes, uma vegetação abundante e colorida e pudera notar alguns vendedores ambulantes com carrinhos que flutuavam de janela em janela.

Não questionou o fato da família real estar dando uma oportunidade única  para eles, pois era uma situação inusual. A demonstração de confiança tranquilizou seus últimos temores, que ainda podiam estar desconfiando que ela e sua tripulação estiveram envolvidos no roubo do Darkyn .

Korus explicara que era uma feira sazonal, um acontecimento esperado por toda a população de Principal e redondezas. Realmente parecia grandioso, sob uma imensa redoma transparente e climatizada havia barracas modernas e  rústicas espalhadas como um labirinto onde eram vendidos desde produtos da mais alta tecnologia até os mais simples produtos artesanais.

Enquanto os feirantes tentavam atrair seus potenciais compradores com ofertas e demonstrações, a multidão percorria os corredores, sozinhas, em casais  ou em grupos  eles trocavam opiniões sobre as mercadorias com familiaridade. Em meio a diversas vozes ela podia podia distinguir sons de alegria e empolgação. O ambiente, apesar de ainda mais contido do que veria na Terra, era nitidamente mais descontraído do que no Palácio.  Chegou a ver um casal de comerciantes sorrirem entre si  e discretamente se tocarem, o toque sutil de suas mãos passaria desapercebido se não estivesse tão atenta a tudo. 

 Korus explicara que comerciantes de todas as partes do planeta  participam da feira e que tribos longínquas e "tão arcaicas quanto os humanos" vendiam seus produtos ali, alguns tão raros e valioso quanto o Darkyn. Talvez as diferentes regiões explicasse a diferença de  tons e intensidade das cores de suas peles, diferente dos habilitantes do Palácio e de Principal a maioria dos comerciantes possuía cores de um  tom mais suave, ou seria  uma divisão social? 

Assim que chegaram foram o centro das atenções por algum tempo,  conseguira distinguir expressões de curiosidades nos semblantes de alguns Thazans, mesmo que sutis, mas nenhum pareceu particularmente chocado com a presença das "espécimes exóticas". 

Voltou a atenção  o macho que se mostrava atencioso e paciente enquanto explicava como funcionava uma  pequena agenda de alimentação pessoal. O aparelho programava  um cronograma de refeições no replicador  de acordo com uma análise de saúde e mostrava os benefícios e percentuais de cada nutriente. Eles realmente se preocupavam com a alimentação em Thazan. Guardou o potencial da ideia como fizera com vários outros produtos que encontrara até agora. Enquanto Korus respondia algumas perguntas do comerciante sobre o que parecia alguma mudanças na idade de alistamento à guarda e depois sobre um tipo de campeonato - realmente era interessante vê-lo interagir com as pessoas, não parecia o tipo de "realeza" que se via na Terra - distraiu-se com uma pequena menina rosada nos ombros do pai a sua frente. A criança a observava atentamente, seus olhos um tanto curiosos grudados em seu rosto, quando sorriu em sua direção ela respondeu sorrindo, os pequenos dentes pontudos resplandecentes em sua boca. Percebera logo que as crianças ainda não tinham total controle sobre suas emoções como os adultos e não via os pais reprimindo essa reação natural dos jovens.

Daisy e o Príncipe NegroOnde histórias criam vida. Descubra agora