48- O resgate II

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Daisy

- Temos que descer.

Chegaram em um local sem passagem. Pela pequena abertura  de um dos equipamentos do teto espiou abaixo o local que estavam. Se estivesse certa estava perto da área de depósito principal, onde ficava alimentos e no galpão seguinte era onde fora levada para ver a irmã a primeira vez, as celas.

Aproveitou a abertura já existente na parede para abrir mais, não havia som próximo. Na verdade muitos tinham deixado a nave e outros estava tentando faze-la funcionar, o que sabia seria inútil.

Com a distração  compartilhadas entre o que estava ocorrendo lá fora, a tropa em ataque e sua fuga sabia que era uma oportunidade única.  A lealdade nem sempre era o ponto forte quando se envolvia ganância e poder.

- Como você ...? - Rose olhava para suas mãos intactas afastando o pequeno espaço no metal até se tornar uma passagem. Seu olhar confuso. Balançou a cabeça algumas vezes e inconsciente moveu as mãos próxima testando a resistência do material próximo a ela.  Depois segurou as mãos da irmã que, impaciente, tentava apoiá-la e arredondar as bordas para evitar ferir-se ao descer. Tudo isso em questões de segundos.

- Me solte,  estou bem - disse apesar de se sentir ainda como se a mente estivesse flutuando em uma nuvem macia no céu. Seu corpo estava lento, mas conseguiu estender-se e segurar a mão direta da irmã olhando atentamente sua palma lisa e perfeita. Nem ao menos uma vermelhidão. Sua mente lógica não conseguiu entender o que estava ocorrendo. 

- Você sabe que...

- Podemos conversar sobre isso depois? - puxando a mão Daisy empurrou-a para que passasse na sua frente e enfiou a cabeça pelo buraco o corredor de um lado a outro, olhou para a porta automática a sua frente e pulou estendendo as mãos.

-Venha.

Rose não hesitou quando inclinou-se pela passagem, mas se desiquilibrou ao faze-lo e caiu,  fechou os olhos, mas seu pouso foi amortecido e logo ela pode sentir os pés no chão. 

- Oh...- suspirou e por fim pode olhar para si mesma sob a fraca iluminação do local vinda de algumas lâmpadas com material que emanava luz própria. Estava nua, essa percepção  a vez lembrar de várias vezes que acordara de um sonho vago e essa sensação em particular a irritara. Era como flash de uma memória ruim em sua mente. 

- Não se preocupe, iremos encontrar algo para vesti-la. Não pense em memórias ruins, logo sairemos daqui.

Daisy não percebeu o olhar estranho que sua irmã lhe lançou, ao inconscientemente "ler" seus pensamentos e emoções e com ajuda do pedaço do painel que pegara anteriormente abriu a passagem a sua frente que se levantou vagarosamente. Ao mesmo tempo ela estendeu o braço e colocou sua irmã contra a parede da nave atrás dela esperando alguma "surpresa" aparecer do outro lado.  

O espaço á sua frente parecia uma espécie de antessala e havia uma pequena janela semitransparente que dava uma visão do exterior. Possivelmente do exterior não se podia visualizar o interior da nave. De qualquer modo a visão à frente dela era  sombria, uma área mais abandonada da estação. Alguns flash podiam ser visto ao longe e ela olhou atentamente .

- Acho que meu príncipe veio ao resgaste.

Sua voz era firme. Se Rose não a conhecesse poderia ter pensado que estava apenas falando sobre o tempo, mas  Rose pode ouvir o ligeiro tom emotivo em sua voz. Olhou na mesma direção que a irmã, mas franziu o cenho. Tudo que via era escuridão. Olhou em direção a irmã que ainda focava no vidro e encostou a palma da mão em sua cabeça.

- Eles também lhe drogaram?

Daisy afastou a mão da irmã com uma exclamação.

- Ha! Seu humor negro era tudo que faltava. Agora sei que esta recuperada. 

Daisy e o Príncipe NegroOnde histórias criam vida. Descubra agora