08 - Prisioneira?

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Korus 

Korus recebera a notícia do pedido de socorro da nave humana  com irritação, voltara a base militar para dar inicio aos treinamentos padrões somente a instantes atrás, sua rotina de simulações de batalhas e estratégias com os Iniciados afetada pela função protocolar inesperada e a imagem da humana chamada Daisy insistindo em voltar a sua mente. Sua falta de atrativos óbvios e comportamento explicitamente vulgar não faria um macho da sua espécie olhar  duas vezes em sua direção, mas sua inteligência e coragem eram dignos, características que seu povo apreciava e valorizava em suas pessoas.

Mas o que pensou ser apenas uma situação de falha nos componentes da espaçonave humana se tornou preocupante quando  a patrulha reportou a presença de uma nave de origem desconhecida na área de monitoramento espacial próximo ao local de origem do sinal e ganhou proporções de uma crise intergalática quando lhe informaram o detalhes da situação encontrada.

Dera ordens de incapacitar a nave desconhecida de modo que evitasse desencadear uma explosão que mataria a todos que estivessem no entorno caso o Darkyn estivesse a bordo, como desconfiava. O material puro era extremamente estável , mas algumas armas poderiam começar uma reação que o faria potencialmente explosivo.

 A patrulha não tivera tempo de obedecer suas ordens pois a nave fugira usando extrema velocidade e momentos depois já estava fora da área de monitoramento, os fazendo suspeitar de salto dimensional. As naves de patrulha galáctica no local não tinham capacidade de atingir velocidades de perseguição e nem saltar dimensões, sendo equipadas com armamento de contra-ataque e defesa, além disso tiveram que lidar com uma nave humana danificada e um pod de fuga  de oxigênio limitado.

Como desconfiara o Darkyn tinha desaparecido da nave terráquea e o compartimento não tinha  sinais de arrombamento o que levava a conclusão que o humano Marc estivera no pod  que fora relatado entrando na nave invasora. Todos os indícios levavam a traição.

Toda a transação tinha ocorrido sob sigilo pelo potencial risco de um material  tão precioso cair nas mãos de algum pirata ou trapaceiro, ainda mais quando a viagem até a Terra duraria meses. A opção de usar uma espaçonave fortemente armada fora cogitada mas chamaria uma atenção indesejada e por fim fora decidido que apenas a equipe diplomática e alguns membros da agência da Terra saberiam o dia e a hora da transação.

Uma vez colocado para utilização em solo terrestre o Darkyn  começaria o processo de produção de energia e se tornava inútil para qualquer outro uso, mas até lá era um dos produtos mais valiosos da galáxia, além de incrivelmente  poderoso e versátil. Uma pequena quantidade poderia fazer desaparecer toda uma cidade quando usada para produzir armas bélicas.

 Conselho confiava nos Thazan para proteger o minério que só era extraído do solo de Thazan e Thazin e comercializá-lo dentro dos padrões de segurança e extrema responsabilidade. Era a primeira vez que um incidente  como esse ocorria e maldição que fora sob sua responsabilidade. 

Seu irmão caminhava ao seu lado e lia atentamente seu note e respondia com poucas palavras no dispositivo que mantinha próximo ao seu rosto. Conversava diretamente com sua mãe, ao que Korus era agradecido, pois não queria lidar com as ordens da rainha naquele momento, a missão rotineira que entrara a contra gosto se transformara em gerenciamento de crise o fazendo lembrar poque fora contra esse tipo de acordo há anos atrás. 

Além disso sentia que falhara em detectar o perigo iminente, subestimando a nova espécie, considerando-a inofensiva e acreditando que eram capazes de manter sua parte no acordo. O comportamento e aparência da fêmea humana desviara sua atenção do macho que deveria ter sido seu principal foco durante a negociação. Uma falha inconcebível de sua parte que nunca poderia se repetir.

Daisy e o Príncipe NegroOnde histórias criam vida. Descubra agora