30 - Cerimônia de Casamento

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Korus

Uma bela cena ao acordar será vê-la ao meu lado, Laha.

Korus não esperava uma resposta de sua tímida companheira humana. A mensagem tinha o propósito de provocá-la e desejou ter estado ao seu lado para ver a cor vermelha de seu rubor se espalhar por seu colo e rosto  até pintar suas manchas, sardas, corrigiu-se.  Se dedicaria a mante-la assim a maior parte do tempo.

Infelizmente a viagem  tinha sido necessária, na reunião não estivera apenas os conselheiros intergaláticos mas também os representantes de planetas que poderiam ser diretamente afetados com as intenções, ainda desconhecidas, de quem roubara o Darkyn. Era frustante não ter respostas conclusivas e ter abalada a confiança que sempre mantiveram entre si.  Não houvera acusações  nem ultimatos , mas a o clima de tensão era latente no salão do conselho. O ambiente que sempre fora palco de cordialidade e acordos benéficos agora era dominado por questões mais urgentes: como se proteger de uma ataque caso conseguissem burlar as defesas do escudo e usar o Darkyn? O inimigo se mostrara mais do que capaz até o momento, desafiando uma das raças mais poderosas do conselho, no caso eles, e saindo ileso. 

Todas as investigações até o momento tinham batido em obstáculos intransponíveis, os humanos envolvidos pouco podiam relatar a não ser terem sido contactados por um desconhecido através de dispositivos móveis. Eles não tinham um nome a fornecer, nem uma pista de quem os pagara por informações. Sua equipe conseguira acompanhar os rastros da mensagens que em certo momento simplesmente se perderam entre os diversos hubs utilizados. A técnica era relativamente simples, mas eficiente, o que os deixavam tecnicamente com nada em mãos. Ao final do encontro ainda tivera uma desagradável demanda imposta a eles.

De sua posição, sentado na cadeira ao lado de Pax  tinha a visão de  toda a cabine e tripulação da nave, inclusive de seu convidado inesperado. O Zaypor permanecia em silêncio e parecia profundamente concentrado em sua leitura, mas sabia que o conselheiro de aparência pacífica, estava em alerta na presença de outra espécie dominante. Era antigas espécies inimigas que agora viviam em paz, mas  preferiam evitar qualquer tipo de aproximação. Korus precisava conter seu próprio instinto combativo ante  a presença do outro macho. O conselho decidira mandar um representante para acompanhar a rotina das investigações em Thazan enquanto a situação não fosse resolvida e como parte do conselho Pax aceitou a determinação sem maiores protestos. Intimamente Korus julgava a ação um sinal de falta de confiança, mas não questionou a decisão do irmão.  As restrições tinha sido feitas ao conselheiro e o Zaypor não parecia incomodado em seguir as regras pré-determinadas, mas Korus pode perceber  que não estava  satisfeito com a decisão do Conselho de enviá-lo como representante.

A espécie era alta e volumosa e  quase inteiramente coberta de pê-los marrons e grossos que os protegiam como um escudo. Sua vulnerabilidade estava em algumas áreas menos cobertas, como o rosto  com características grosseiras e mãos além da área do peito e ventre cobertos por armaduras. Eram extremamente fortes e quase indestrutíveis, podiam ficar dias batalhando sob condições extremamente adversas.  Apesar das habilidades de guerrilhas rústicas eram extremamente inteligentes e usavam de tecnologias modernas em suas naves e cidades, era um erro subestimá-los pela aparência selvagem.

- Tente não começar uma guerra - instruiu Pax ao seu lado.

Já ouvira aquele conselho antes, não saíra como planejado. Permaneceu em silêncio ao que o irmão comentou:

-Liyen disse que a bloqueou.

Ah, sua irmã amada e querida, pensou, além de igualmente irritante e teimosa. Durante algum tempo recebera seus relatórios, no início a curiosidade o levara a lê-los, principalmente os com títulos mais específicos no que diziam ser o comportamento do macho humano para "conquistar" a fêmea. Mas achara tudo superficial e beirando ao ridículo. Flores? Chocolate? Poemas?  As fêmeas humanas deviam fazer muitas escolhas erradas se baseavam nesse tipo de comportamento para escolher seus machos. Deixara o material de lado para se concentrar em algo realmente útil: o conhecimento da anatomia humana e como as fêmeas obtinham o prazer durante a interação sexual. Geralmente a interação sexual entre Thazans era rápida e intensa, mas se os machos se dedicassem o bastante posteriormente poderia manter a fêmea durante todo  um ciclo solar ou até dois.  No caso dos humanos havia preliminares obrigatórias que pareciam seguir um padrão definido de acordo com o artigo que Liyen enviara,  e só posteriormente ocorreria a conjunção e por fim os humanos dormiriam. Não tinha sido uma leitura promissora. De fato Daisy parecera gostar das carícias, mas em diversos momentos  sua reação fora a de uma fêmea impaciente. Menos o acanhamento, essa era toda uma característica humana...

Daisy e o Príncipe NegroOnde histórias criam vida. Descubra agora