33-Seja bem-vinda a família

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Daisy


- Não - sua voz soou sonolenta, mas determinada, quando afastou a mão que tocava seu cabelo com um tapa enfraquecido.

-Estarei no sala de treinamento- a voz de Korus sussurrou ao seu ouvido -Avise-me quando acordar.

- Para que? Abusar de mim novamente? - resmungou virando-se na cama a enfiando sua cabeça sob o travesseiro.

Ouviu-o e sentiu-o rir contra seu pescoço e se afastar, quando escutou o som da porta se fechando suspirou sentindo falta dos braços dele em torno de si, mas logo o cansaço venceu e dormiu novamente.


Lux já estava no meio do céu quando acordou, devagar sentou-se na cama e gemeu sentindo dores em lugares que nem imaginava que existiam. Ai firmar os pés no chão para levantar todos os músculos protestaram. 

-Ai Deus - gemeu e riu ao mesmo tempo - Você devia  se envergonhar, Daisy.

No banheiro tomou um banho quente  e suspirou de contentamento  quando os músculos enfim relaxaram, escovou os dentes e vestiu-se sentindo-se melhor ao voltar ao quarto.  Enviou uma mensagem para Elijah perguntando se poderia lhe enviar algo para dores musculares sem entrar em detalhes, mas desconfiada que o médico chegaria a suas próprias conclusões.

Meia hora depois,  já se sentindo melhor depois de tomar a medicação entregue em sua porta  por um dos guardas de apoio, decidiu finalmente descer até a a área do lago, ignorando o pedido de Korus  de avisá-lo ao acordar. Não queria perturbá-lo e para ser sincera precisava de um tempo a sós,  longe da tentação. Toro a seguiu silencioso enquanto  descia  uma longa escada que dava na área aberta  e cheia de vegetação exuberante.Observou o guarda  pessoal pelo canto do olho, enquanto tentava analisar alguma expressão em seu semblante. Passara todo o tempo do outro lado da porta? Não era estranho que de repente todos do Palácio tivessem conhecimento que andava tendo "afazeres" com o príncipe?

 Inclinou-se sobre a superfície límpida  da água  e percebeu que havia algo vivo nadando, lembravam peixes, eram coloridos e se aproximavam como se pedissem atenção. Hesitante sentou-se na beirada do lago e estendeu a mão.

Deu um gritinho de susto quando um deles beliscou  seus dedos, rindo acariciou-o e logo vários deles se amontoava em busca  de carinho. A sensação era estranha, percebeu enquanto acariciava as criaturas, era como  se sentisse certa satisfação no toque, era um sentimento de alegria e prazer.

- São espécimes sensitivas, como todo ser vivo em Thazan, podem trocar emoções com quem os toca.

Virou-se para encarar a fêmea que se aproximava.

- Mas eu não sou Thazan...

- Eles são seres simples, não há medo nem desconfiança e você por sua vez, não tem motivos para proteger seus sentimentos dessas criaturas. Não há unilateralidade em nossa capacidade de sentir,  ou ambos se entregam ou não há comunicação.

A rainha sentou-se ao  seu lado e estendeu a mão, logo as criaturas também se amontoavam próximos a ele pedindo atenção.

- É assim que se sentem quando tocam uns aos outros? - riu enquanto balançava os dedos  e viu aquele olhar da fêmea, tentou manter-se séria - o que não durou muito tempo quando outro peixe lhe beliscou. A Rainha pareceu suspirar e esconder um leve sorriso fazendo-a desconfiar que não era tão austera quanto tentava aparentar.

- Bem semelhante, é mais fácil com filhos e pares vinculados- pausa- Mas as vezes requer tempo e confiança.

Fez que sim devagar enquanto observava os animais que pareciam ter percebido uma  mudança de "clima"  se afastarem. Realmente  eram sensitivos.

Daisy e o Príncipe NegroOnde histórias criam vida. Descubra agora