Daisy
- Não - sua voz soou sonolenta, mas determinada, quando afastou a mão que tocava seu cabelo com um tapa enfraquecido.
-Estarei no sala de treinamento- a voz de Korus sussurrou ao seu ouvido -Avise-me quando acordar.
- Para que? Abusar de mim novamente? - resmungou virando-se na cama a enfiando sua cabeça sob o travesseiro.
Ouviu-o e sentiu-o rir contra seu pescoço e se afastar, quando escutou o som da porta se fechando suspirou sentindo falta dos braços dele em torno de si, mas logo o cansaço venceu e dormiu novamente.
Lux já estava no meio do céu quando acordou, devagar sentou-se na cama e gemeu sentindo dores em lugares que nem imaginava que existiam. Ai firmar os pés no chão para levantar todos os músculos protestaram.
-Ai Deus - gemeu e riu ao mesmo tempo - Você devia se envergonhar, Daisy.
No banheiro tomou um banho quente e suspirou de contentamento quando os músculos enfim relaxaram, escovou os dentes e vestiu-se sentindo-se melhor ao voltar ao quarto. Enviou uma mensagem para Elijah perguntando se poderia lhe enviar algo para dores musculares sem entrar em detalhes, mas desconfiada que o médico chegaria a suas próprias conclusões.
Meia hora depois, já se sentindo melhor depois de tomar a medicação entregue em sua porta por um dos guardas de apoio, decidiu finalmente descer até a a área do lago, ignorando o pedido de Korus de avisá-lo ao acordar. Não queria perturbá-lo e para ser sincera precisava de um tempo a sós, longe da tentação. Toro a seguiu silencioso enquanto descia uma longa escada que dava na área aberta e cheia de vegetação exuberante.Observou o guarda pessoal pelo canto do olho, enquanto tentava analisar alguma expressão em seu semblante. Passara todo o tempo do outro lado da porta? Não era estranho que de repente todos do Palácio tivessem conhecimento que andava tendo "afazeres" com o príncipe?
Inclinou-se sobre a superfície límpida da água e percebeu que havia algo vivo nadando, lembravam peixes, eram coloridos e se aproximavam como se pedissem atenção. Hesitante sentou-se na beirada do lago e estendeu a mão.
Deu um gritinho de susto quando um deles beliscou seus dedos, rindo acariciou-o e logo vários deles se amontoava em busca de carinho. A sensação era estranha, percebeu enquanto acariciava as criaturas, era como se sentisse certa satisfação no toque, era um sentimento de alegria e prazer.
- São espécimes sensitivas, como todo ser vivo em Thazan, podem trocar emoções com quem os toca.
Virou-se para encarar a fêmea que se aproximava.
- Mas eu não sou Thazan...
- Eles são seres simples, não há medo nem desconfiança e você por sua vez, não tem motivos para proteger seus sentimentos dessas criaturas. Não há unilateralidade em nossa capacidade de sentir, ou ambos se entregam ou não há comunicação.
A rainha sentou-se ao seu lado e estendeu a mão, logo as criaturas também se amontoavam próximos a ele pedindo atenção.
- É assim que se sentem quando tocam uns aos outros? - riu enquanto balançava os dedos e viu aquele olhar da fêmea, tentou manter-se séria - o que não durou muito tempo quando outro peixe lhe beliscou. A Rainha pareceu suspirar e esconder um leve sorriso fazendo-a desconfiar que não era tão austera quanto tentava aparentar.
- Bem semelhante, é mais fácil com filhos e pares vinculados- pausa- Mas as vezes requer tempo e confiança.
Fez que sim devagar enquanto observava os animais que pareciam ter percebido uma mudança de "clima" se afastarem. Realmente eram sensitivos.
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Daisy e o Príncipe Negro
Bilim KurguKorus: Pelos sóis de Thazan, isto é a espécie feminina da Terra? Pálida, pequena, magra e com estranhos cabelos vermelhos. E onde estão suas orelhas? Algumas espécies realmente quiseram procriar com eles? Só podiam estar desesperados atrás de fême...