22- Então me abrace forte

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Daisy


Antes que voltassem ao Palácio, ainda aproveitou para comprar algumas ferramentas sob os olhares atentos do príncipe e seus guardas - tinha certeza que já especulavam o potencial de dano da aquisição- também levava um cachecol que mudava de cores e estampa sob curtos comandos, que encantaria Rose depois que aprendesse a pronunciá-los e uma escova que prometia fazer os cabelos dos "machos" invejáveis, um presente para seu pai. Para sua mãe escolheu  uma  microscópio minúsculo que a encantou ao observar a estrutura de um cristal pela lente. Abraçou os presentes enquanto se encaminhavam para o veículo que os retornaria para o Palácio. 

Olhou para as aquisições que fizera e pensou em sua família. Não saberia quando teria oportunidade de entregá-los e o sentimento de saudade a fez triste e não conseguiu conter  um suspiro de tristeza, o gesto  foi percebido por Korus.

-  Podemos voltar amanhã, a feira ficará ativa durante 10 ciclos solares.

-  Estou pensando em minha família. Sinto saudades -  uma lágrima escorreu por sua bochecha  e riu da expressão de alarme de Korus. Realmente? Bastava uma lágrima para conseguir desfazer aquela semblante impassível?   Espere até meu primeiro período pre-menstrual em seu planeta que  saberá o que é chorar de verdade, as vezes bastava um "Bom dia" para que ela caísse em prantos sem razão.

- Irei autorizar a comunicação direta via seu dispositivo de pulso, poderá falar com sua unidade familiar  a qualquer momento. 

- Bastava oferecer um lenço, mas obrigada, eu gostaria muito - tentou sorrir afastando as lágrimas com as mãos.

- Você ainda esta triste, os olhos dos humanos vazam quando estão tristes.- disse a última frase  como tivesse decorado um manual "humano" de comportamento. Não duvidava que o tivesse feito.- Irei falar com Elijah assim que chegarmos ao Palácio- pausa  - O tradutor não conseguiu definir o que é "lenço".

- Saudade e tristeza são  sentimentos completamente normais, não preciso de um médico. Vocês não choram? E com o lenço podemos enxugar as lágrimas. 

Ele pesquisou rapidamente em seu dispositivo.

- Não temos lenço em Thazan- franziu o cenho - Nem lágrimas. Mas ficamos tristes, claro.

- O seleção artificial acabou com suas glândulas lacrimais?

- Nossas glândulas lacrimais lubrificam nossos olhos, mas nunca as usamos para expressar tristeza. - pausa- Mas se não gostar das suas podemos retirá-las e implantar glândulas que não vazam.

- Não! - afastou-se chocada e estreitou os olhos - É uma piada. - balançou a cabeça fingindo um aborrecimento que não sentia - Você realmente deve melhorar  sua técnicas de humor.

Mas já se sentia melhor ao se aproximar do veículo.

- Você acha que...- um som alto interrompeu o que ia dizer assustando-a ao mesmo tempo sentiu uma luz a envolver. Seu corpo formigou antes de sentir-se flutuando,  mas não conseguiu reagir, queria gritar mas  nenhum som saiu de sua boca. Então veio o baque e  depois a dor. A dor  foi o que nublou sua mente, ouviu gritos e outro som... uma bomba? Estava perdendo a consciência?


- Daisy? 

Abriu os olhos, mas a dor era intensa demais, gemeu e fechou-os novamente. Não conseguia respirar, porque não conseguia respirar? Tentou falar mas não conseguiu, se sentia sufocar. Em pânico estendeu a mão que foi envolta por outra.

- Aguente mais um pouco. 

E tudo apagou novamente.


Daisy e o Príncipe NegroOnde histórias criam vida. Descubra agora