27- Superestimando o oxigênio

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Daisy

Seria hipocrisia afirmar que não esperara alguma iniciativa por parte de Korus desde que ele entrara no quarto. No quesito: "como namorar com alguém de outro planeta", havia uma grande desvantagem entre eles. Ora, existia um arquivo inteiro  sobre a espécie  humana a sua disposição, não havia nenhum costume ou informação que ele  não pudesse ter acesso, possivelmente algumas delas ignoradas até  pelos humanos, enquanto de sua parte sabia apenas o que os próprios Thazans diziam a respeito deles mesmos, o que definitivamente não era muito.

Esperava um toque, outro abraço ou talvez um beijo. Seria o beijo uma exclusividade humana? Eles não pareciam uma espécie dada a arroubos de paixão, mas o que poderia saber?   Mas antes que pudesse tecer mais  especulações, as mãos masculinas a seguraram firmemente pelos quadris fazendo-a perceber que suas garras novamente estavam expostas. Não machucavam, ao contrário, sentir as pontas afiadas pressionando a pele sobre a roupa a excitava. A verdade era que tudo sobre Korus a excitava.  A respiração tornou-se superficial enquanto observava seus dentes se protaírem, expondo-os ao contraste  de sua pele negra.  Acompanhou o movimento de sua língua traçando a superfície lisa de seus caninos, uma deliberada provocação masculina . Talvez o fato de  ter crescido assistindo e colecionando filmes que alguns poderiam chamar de "esquisitos" ou "alternativos" até  mesmo"Cults" fosse o motivo de sua fascinação pelos aspectos diferentes entre eles, pois o sentimento que o gesto despertava passava longe de medo ou horror. O corpo masculino se inclinou sobre o dela  vagarosamente como se conquistando cada espaço, mas sentiu-se segura e não ameaçada  vendo-o se posicionar sobre si,  seu peso pressionando-a contra a superfície firme do sofá.

 Seus olhos o seguiram em cada movimento estratégico,  o modo que posicionou uma de suas pernas entre as dela deixando a outra como apoio para  que seu peso não a esmagasse e o cálculo preciso de como acomodá-los para que pudesse ter melhor acesso a seu corpo. A diferença de tamanho entre eles não pareceu incomodá-lo. Quando ele finalmente estava inteiro sobre  si cercando-a com todo aqueles músculos, calor e aroma que a embriagava  tentou definir as emoções que sentia, era  como estar em um lugar seguro onde nada parecia existir além deles, uma sensação de aconchego e segurança, de prazer e fogo além de tudo de ansiosidade e temor ante o prazer prometido em cada gesto masculino.  

 O coração batia freneticamente em rebuliço enquanto suas mãos percorriam a lateral do corpo dela  até o alto da cintura, os dedos tocando a curva dos  seios, as mãos negras sobre o tecido azul claro do vestido e as garras tocando levemente a pele de seu colo, adorava o contraste que suas peles faziam.

Quando sentiu-o afundar o rosto na curvatura  do pescoço já esperava ansiosa pelo carícia firme de sua boca , instintivamente  inclinou a cabeça dando passagem ao toque quente de sua língua que percorreu a pele pálida e delicada, sentiu a pressão leve de seus dentes, a sensação erótica fazendo-a arfar e fechar as mãos sobre o tecido do sofá. A trajetória de sua boca prolongou-se como uma tortura até a base de seu pescoço onde sua veia pulsava freneticamente fazendo-a indagar se Thazan eram alguma espécie de vampiros espaciais e esse conhecimento era um segredo, ele sugaria seu sangue? Nem essa perspectiva serviu para esfriá-la.  

Mas Korus continuo seu percurso  delirante sobre sua pele entre pequenas mordidas e toques de sua língua áspera até o alto de seus seios, onde a tecido do vestido o impediu de prosseguir a jornada.   Sua respiração, que estivera presa até então, foi libertada através de um longo gemido que era um misto de frustração e incentivo. Ouviu seu riso, seu tremor repercutindo sobre si. O som foi tão chocante que abriu os olhos rapidamente, olhos que nem percebera até então estarem fechados.  Apesar de sua boca ainda estar sob sua pele seus olhos estavam nela, como acompanhando suas reações atentadamente.   A iris já não trazia traços negros e estavam completamente tomada de cores variadas e reluzia sob a claridade do quarto cuja luz parecia ter perdido a intensidade em algum momento.  Sem desviar seu olhar expôs seus dentes brancos novamente para ela,  como uma exibição sensual- e Deus, era! - e mais uma  vez a mordeu delicadamente a carne macia de seu seio, a visão era tão erótica que sentiu-se derreter e a reação não passou despercebida pelo macho sobre ela que apertou automaticamente as mãos que a seguravam  para depois relaxar como se buscasse controle. Quis pedi-lo para que não fosse tão delicado, mas sua inibição a impediu de ser ousada àquele ponto.

Daisy e o Príncipe NegroOnde histórias criam vida. Descubra agora