CAPÍTULO 45

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TYLER

DOIS ANOS ATRÁS

31 de dezembro de 2021

— FELIZ ANO NOVO! — Gritei animado, enquanto descia as escadas da casa.

A casa estava silenciosa. Sem sinal do Will, Adams, Erika, Ryan e Nycoly. À minha frente só enxergo duas cabeças, uma cacheada e a outra lisa, aconchegadas uma na outra no sofá da sala assistindo The Game of Thrones.

— Ainda são duas da tarde, imbecil. — Chase ergueu a cabeça para cima para poder me observar.

— Estou feliz, não posso Sr. mal-humorado? — Me aproximei do sofá onde eles estavam. — Onde está o resto da galera? Esta casa está muito calma.

— Adams e Will saíram, e Erika e Ryan foram às compras para abastecer a geladeira. — Não eram eles que eu queria saber em específico, mas tá.

— E Nycoly continua no quarto dela. — Respondeu a Lulu com os olhos focados na TV.

Agora, sim, estamos falando o mesmo idioma.

— Por quê? Está se sentindo mal? — Perguntei, tentando não transparecer a minha preocupação através do tom.

— Não sei. — Lua encolheu os ombros. — Talvez só esteja aproveitando para dormir mais.

— Vai lá, cara. — Chase me incentivou. — Vocês parecem estar se dando bem esses dias.

— Verdade. — A cachinhos concordou.

Meu coração apertou com esse comentário. Era verdade, estávamos nos dando muito bem esses dias, mas não quero criar expectativa, pois Nycoly sempre foge depois.

Depois do dia do parque, Universal Studios Hollywood, Nycoly parecia ter baixado a sua guarda e aproveitou mais. Saímos mais vezes os dois sozinhos. Percebi que gostamos muito de ir a restaurantes ou bares não muito conhecidos com comidas com aspectos duvidosos. E tínhamos sempre sorte, porque as comidas eram deliciosas.

Nycoly contou-me mais curiosidades sobre ela como, por exemplo, sua paixão pelo mundo das motos, sua família, o que gostava de fazer no seu tempo livre, suas preferências, seus gostos, e fez toda uma pirâmide de esquemas para me explicar a cultura do seu país. Fiquei com mais vontade ainda de conhecer o Brasil, principalmente sua cidade.

Ela começou a assistir aos meus jogos de basquete, tal como ontem. Ontem joguei no final de tarde com os garotos e outros rapazes daqui, e ela estava lá com as meninas torcendo por mim e falando que sou o maior. Nycoly estava tão à vontade que no final do jogo me abraçou por pura vontade espontânea.

Porra, a mulher mais difícil deste mundo tinha me abraçado e me pegado de despercebido. Fiquei feliz pra cacete. Tudo nela me deixa feliz. Me deixa com as emoções à flor da pele, pois sinto que estou a mais um passo de desvendá-la.

Ela parecia bem, leve e feliz. Parecia confortável com a minha presença. Só que porra, ela também estava assim no dia do Karaokê e depois me ignorou por semanas, e eu corri atrás dela igual um cachorro.

Talvez ela agora vai mudar e as coisas serão melhor daqui para a frente.

É, eu espero.

— Não sei, e se ela quiser a sua privacidade? — Hesitei, com medo.

— Você vai lá, bate à porta e se ela negar, você volta e fica aqui com a gente. — O japa disse, como se fosse simples.

— E segurar vela para vocês? Não obrigado.

Difícil de AmarOnde histórias criam vida. Descubra agora