CAPÍTULO 51

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NYCOLY

Em frente a porta do hospital me encontro ajeitando as minhas roupas. Não sabia o que vestir, não queria que fosse muito formal, mas também nem com muita audácia, pois estou vindo para um hospital. Então optei por uma camisa branca de botões e um par de calças azuis. Era o conjunto mais discreto e básico que achei. Minhas tranças estão soltas, acompanhadas por uma maquiagem leve.

Eu e o Tyler combinamos de nos encontrar à frente da porta principal do hospital. Ele me mandou o endereço e vim de Uber numa viagem rápida e silenciosa, acabando por me fazer chegar cedo demais.

Enquanto esperava por ele, viajei pelas minhas redes sociais, respondi às mensagens de trabalho, da minha família e do bando de fofoqueiros que estão extasiados em querer saber o desenrolo entre mim e o Walker.

Maldita hora que abri a boca e contei-os da minha vontade irracional. Não há outra resposta aceitável, agi por um impulso em querer saborear aquela boca rosada. Fiquei emocionada, deixei minhas emoções mandarem em mim e pela primeira vez... não me arrependo.

Porém, eu prefiro não comentar sobre isso.

Estou ainda raciocinando o porquê de ter me comportado dessa maneira.

E por culpa da minha boca de fofoqueira, tenho um bando de fofoqueiros no Brasil querendo que eu narre detalhadamente tudo que acontecerá hoje. As mensagens não param desde que amanheceu em São Paulo.

Até parece que vou cometer a mesma loucura. Vou estar parecendo uma idiota se continuar beijando esse homem do nada. Aconteceu uma vez, não voltará... a... a... aco...

Céus!

O ar entalou na minha garganta antes de chegar aos pulmões assim que meus olhos se esbarraram com o homem alto subindo as pequenas escadas da entrada do hospital. Vestido com sua roupa de time, brilhando com as cores azul, laranja e prata e exibindo o boné dos Knicks na cabeça com a aba virada para trás.

Ele me viu e levantou a mão, acenando com um sorriso que provocou uma pontada acelerada no meu coração. Esse estúpido coração que está estranho nesses últimos dias.

Se eu continuar assim, esse homem será a minha ruína.

Cocei a garganta, fingindo uma tosse seca e engoli em seco, retribuindo o mesmo sorriso educado. O gostoso, quer dizer, o Tyler parou diante de mim e tirou o boné, bagunçando seus cachos.

Ah! Porra...

— Oii gatinha. — Disse em português. — Chegou cedo ou eu que estou atrasado? — Deu uma espreitadela no relógio no seu pulso.

— Eu que cheguei cedo, não tinha nada para fazer no apartamento do William. Ele saiu para fazer um trabalho de grupo e Lua foi resolver uns assuntos pessoais.

— Ah, sim, sendo assim, vamos? — Apontou para a porta, e eu assenti com a cabeça empurrando as portas para entrar. — Guarda para mim aí na sua bolsa, por favor. — Se referiu ao boné, e eu peguei-o enfiando dentro da bolsa ao passarmos para dentro.

Seu perfume forte veio logo atrás me deixando descoordenada pela fragrância intensa e inesquecível.

Percorremos juntos até o balcão de atendimento e Tyler pousou seus antebraços tatuados em cima da bancada, me permitindo babar nelas, principalmente, aquela que me desperta uma puta curiosidade, a sereia. Além das tatuagens, não consigo desviar os olhos das suas mãos grandes recheadas de veias.

Ele esperava a atendente, enquanto estalava os dedos.

Assim que a moça deslizou seu olhar da tela do computador para o Tyler, ela levantou no pulo, ajeitando seu vestido e sorriu largamente para o palmito, estendendo a mão.

Difícil de AmarOnde histórias criam vida. Descubra agora