CAPÍTULO 44

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NYCOLY

DOIS ANOS ATRÁS

Sentada no sofá da casa da Lua de banho tomado e pijama vestido, assistia à TV com o William bisbilhotando para fora da janela. Lua estava lá fora se despedindo do Chase que deu carona para todos. No meio da festa ele disse que tinha que ir embora e aproveitamos para ir junto.

Com o controle da televisão nas minhas mãos, fiquei passando pelos canais, procurando algo interessante para ver. À minha frente, havia uma mesa de vidro com duas taças para cereais. A minha vazia, pois já terminei, e a do William ainda cheia, porque ele está muito mais interessado em fofocar os pombinhos lá fora.

— Will, pare de ser fofoqueiro. — Comentei, observando sua postura. Estava com a bundinha empinadinha.

— Nycoly! É uma piada ver o Chase sem graça à frente da Lua. O garoto perde a marra toda. Ó! Ele agora está alisando o rosto dela e levando a mecha do cabelo para trás.

— Os coitados nem podem namorar em paz.

— Que namorados? Ele nem a pediu em namoro ainda. — Reclamou. — Esse japonês safado. IHHHH! — Exclamou animado. — Meteu o beijão e o tapa na bunda nela, quase que engole a boca da menina. Gente! Que safados.

— WILLIAM! — Repreendi-o. — Que invasivo garoto. Deixa eles e vem comer seu cereal.

— Nossa é mesmo, a minha comidinha. — Finalmente saiu da janela e desfilou até ao centro da mesa com seu pijama com estampas do Pato Donald.

— Por que você não foi para a casa do Adams? — Sentou do meu lado, começando a comer.

— Quando a avó da Lua não está, gosto de dormir na casa dela para ela não se sentir sozinha. — Explicou.

— E cadê a senhora Malu?

— Pelo que a Lua disse, foi dormir na casa de uma amiga na cidade ao lado. — Disse, enfiando uma colher cheia na boca.

Assim que a porta principal se abriu, eu e o William nos viramos para trás rapidamente, encontrando a madame entrando. Com o rosto rosado e com um sorriso bobo nos lábios. A safada estava tão aérea e perdida que nem reparou em nós.

— ALÔ! TERRA CHAMA LUA! — O caramelo a despertou com o estalar dos dedos.

— Nossa, como vocês são sem noção. — Ela disse rindo sem graça caminhando na nossa direção ainda fantasiada. — Caraca, vocês já estão de pijamas. — Pousou seus dedos no sofá.

— Meu amor, você demorou uma eternidade lá fora paquerando seu homem. Você que não percebeu. — Comentei.

— Verdade, o homem quase que te comia viva. — William, como sempre fofoqueiro, disparou com a boca cheia de cereal.

— Ele estava lá na janela vendo tudo. — Acrescentei.

— Seu tarado. — Ela deu um tapa na cabeça dele, enquanto os dois riam. — Vou tomar banho, me fazem companhia?

— Opa! Vamos. — Deixei o controle em cima da mesa e me levantei.

— EI! EU TÔ COMENDO, GENTE. — Will reclamou. — Esperem!

— Come lá no banheiro, sei lá. — Dei de ombros e ele fez uma careta feia.

— Tá bom. — Cedeu rolando os olhos e se levantou com a taça nas mãos.

William passou a minha frente comendo igual um desesperado e Lua do lado dele ria da maneira que esse garoto comia. Fiquei observando os dois, a três passos de distância.

Difícil de AmarOnde histórias criam vida. Descubra agora