Difícil de Amar

CAPÍTULO 37

NYCOLY

Mas antes preciso passar pelo meu quarto para melhorar a minha aparência. Estou muito abalada.

Preciso aproveitar que estou com as emoções à flor da pele, antes que a coragem me falte.

As portas grandes de metal do elevador abriram, e eu saí com passos largos até a porta do meu quarto. Pressionei o cartão pelo painel de vidro preto instalado na porta marrom. Ouviu-se um click e a luz verde acendeu, me permitindo entrar.

Empurrei a porta para a frente, inalando o cheiro irreconhecível. Cheirava xampu, a banho tomado, uma fragrância natural. Não me lembro de tomar banho antes de sair, ou seja, alguém estava aqui.

Levantei o cenho para encarar a tal pessoa em frente a mim, e no mesmo segundo meu coração começou a bater igual um martelo.

thud-thud-thud.

Cada batida acelerada.

Tyler estava secando seu cabelo cacheado, ainda não tinha reparado em mim. Acabado de sair do banho. Suas mãos enroladas em ataduras, devem estar arrebentadas devido à luta com o Arthur. Sua bermuda preta, e apenas suas tatuagens exibidas na parte de cima.

Não sabia que ele tinha feito tantas tatuagens assim, são bonitas. Meu olhar percorreu cada uma no seu corpo esculpido com músculos salientes. A bola de basquete, o número oito, um caranguejo significando o seu signo.

Engoli em seco, quando cruzei com a tatuagem perto da sua entrada marcante. É uma língua lambendo um pirulito com gotinhas de saliva, tão erótica.

Curiosa para saber se havia mais tatuagens, notei algumas no seu antebraço. Uma especialmente chamou bastante a minha atenção. Era a tatuagem mais bonita de todas. Uma sereia com afro, sem rosto específico, sem olhos porque o afro cobria e um nariz achatado, seguida por uma boca carnuda.

Será que...

Antes de completar o meu pensamento a voz grossa e suave dele me desperta.

— Nycoly! — Exclamou num tom surpreso.

Minha atenção se desvinculou de todas as tatuagens do seu corpo e se concentrou num par de olhos esverdeados. Os olhos verdes que não consigo manter o contato visual por serem tão vivos e intimidadores.

Tyler é o único homem que não consigo enfrentar.

— Tyler! — Tentei soar firme, mas só tentei mesmo, porque a minha voz vacilou. — O que você está fazendo aqui?

Há tantas perguntas que gostaria de fazê-lo. Começando pela missão, o porquê que ele veio. Tyler sabe da história toda, desde do começo? Ele e o Chase andaram trocando de papel o tempo inteiro? Ele sempre esteve aqui, desde o primeiro dia? Sendo assim, ele esteve constantemente do meu lado? Como foi isso? Como nunca percebi?

Você estava mais ocupada em se atormentar com os pensamentos sobre Arthur, e eles também tinham máscaras que não dava para enxergar o rosto.

Isso é um ponto.

— Como assim? Este é o meu quarto. — Franziu a sobrancelha, deixando a toalha em cima da cama.

Seus cachos enroladinhos e molhados, brilhavam sobre a luz branca do teto.

Não, isso não é importante no momento.

Foco, Nycoly.

— Não, é o meu quarto. — Estava ficando cada vez mais confuso. — Na recepção disseram que o Chase reser... — O Chase, claro! Isto é invenção dele.