Capítulo 7 - Lembranças

173 10 7
                                    

Fernanda narrando...

Sarah: e essa era a última mala. - diz se sentando ao lado do sofá já exausta.

Me sento igualmente olhando o pequeno apartamento que agora está com todos os móveis coberto de plástico, e mais lembranças me vêm à memória.

Flash back on...

Eu estava feliz por estar ganhando um dinheiro bom e ansiosa para entregar ao Eric para que juntos reerguessemos a mercearia.

Salma: que bom, amiga. Mas eu acho que ele é quem deveria estar se preocupando em te dar o que fosse para sair desse moquifo. Já pensou se ele usa esse dinheiro com uma qualquer? Eu é que não faria isso por ninguém.

Ela lixava as unhas pintadas de vermelho e o seu tom de voz era de puro deboche.

Eu sorri ouvindo o seu comentário. Terminei de contar o meu dinheiro e coloquei na minha caixa de economias.

Sarah: o trabalho hoje também foi puxado, mas eu consegui comida para o mês. Você agora vai ficar apenas com a energia e o gás, combinado?

Corri e abracei a minha amiga. Ela estava a me dar o apoio daquilo que era o meu sonho. Era o segundo mês que ela fazia aquilo para que eu tivesse dinheiro para reerguer a mercearia. Mesmo que eu tentasse impedi-la, ela nunca me deixou mal. Dava um jeito de me agradar a todo o custo.

(...)

Eu entro em casa correndo para contar a novidade às minhas amigas. Salma e Sarah.

Eu: ele me pediu em casamento, meninas!

Digo contente e a Sarah é a única que me abraça e salta à mesma velocidade que eu. Paro de saltar e olho para A Salma.

Eu: o que foi, Salma? Não estás feliz por mim?

Salma: eu estou feliz por ti, querida. Mas tu não achas que é cedo demais para te casares?

Sorrio entendendo a sua preocupação e a conforto com a minha resposta.

Eu: nós, nos amamos, Salma. Além do mais, eu já tenho 24 anos. Não acho que eu seja nova demais.

Digo em tom de brincadeira e ela força um sorriso, mas eu não ligo por que sempre soube que ela era meio antipática.

Sarah: você não pode estar feliz por ela?

Repreendeu a Sarah como sempre e as duas começaram uma briga.

(...)

Sento-me ao chão chorando horrores por terem roubado todo o dinheiro que eu guardava na minha caixa de economias. Eu guardava aquele dinheiro para o meu casamento, e roubaram todo o dinheiro. O Eric estava a começar a ficar estranho comigo e tudo parecia dar errado.

Mais uma vez a Sarah me abraçou e me deu o seu colo. Lutei vendendo tacos, pastéis e burritos na estrada e consegui recuperar com muito esforço um bom dinheiro. Fiquei muito doente precisando de apoio, e eu vi o Eric duas ou três vezes no mês por que ele estava ocupado com a mercearia.

O Recomeço - Concluído Onde histórias criam vida. Descubra agora