Fernanda narrando...
Estava finalmente em casa e agora de banho tomado. Combinei com as meninas de nos encontrarmos todas as manhãs no Starbucks e assim será a partir de amanhã.
Nesse momento, estou no jardim do condomínio apreciando as plantas, árvores e as estrelas. Ao mesmo tempo me perguntando o que será que me espera lá em Seattle.
- olá, querida. Pensei que já estivesse dormindo. - disse à senhora Celine surgindo atrás de mim.
Me viro para ela e sorrio a abraçando. Ela se sentou ao meu lado no jardim e juntas víamos os vizinhos chegar e sair do condomínio.
Celine: parece que algo te preocupa. - ela diz e eu aceno.
Eu: senhora, Celine. Acha que há chances da minha mãe ter se lembrado de mim, e sei lá... Quem sabe vir aqui? - digo esperançosa.
A minha voz saiu meio trémula, pois o choro era inegável. Antes mesmo que eu pudesse dizer algo mais, ela me abraçou em silêncio.
Nos separamos do abraço e limpei uma lágrima olhando para frente ainda.
Celine: tu sabes que é algo que não temos como controlar, não é? - aceno em silêncio e em seguida fungo.
A minha mão vai diretamente ao pingente no meu pescoço. O que acontece é que eu sempre esperei pela altura que ela iria a minha busca no orfanato. Sempre que algum pai fosse lá adotar eu fazia de tudo para não ser a escolhida, por que eu acreditava que a dada altura ela voltaria para me buscar.
Várias meninas tinham voltado a reencontrar os seus pais. Esse era o nosso maior sonho, por que lá a gente passava por coisas um tanto quanto duras. A única madre que fazia as coisas ficarem melhores, era a madre Estella.
E isso, foi depois de anos. Ela apareceu lá quando eu já tinha uns 12 anos de idade. Eu, a Sarah e a Salma passamos por maus bocados na mão das outras madres.
São lembranças que eu gostava de deixar no passado, na verdade.
Eu: a senhora acha que eu serei uma boa mãe, um dia? - olho para ela.
Sinto ela tocar a minha mão e acaricia - la. Eu me perguntava isso sempre.
Eu nunca tive o amor de uma mãe, como é que eu poderia ser uma boa mãe caso venha a ter filhos, um dia?
Celine: que pergunta Tola, é essa, Fernanda? Você já se olhou no espelho? Você será uma mãe incrível! - ela limpou as minhas lágrimas com o polegar e eu sorri. - olha como tu cuidas dos outros com amor. Já viu como você faz bem aos outros? Como tu és querida por todos a tua volta? Olha como as pessoas se sentem estando contigo! Você transmite alegria e paz a quem quer que seja, meu anjo. E ter tido ou não, uma mãe, nunca fez diferença por que tu és incrível naturalmente.
Ela diz e eu volto o olhar para o jardim, especificamente na fonte que está no centro do jardim.
Eu: eu uso esse pingente há anos, sabia? Literalmente. - olho para o mesmo pingente e o acaricio. - muitas vezes esperei que um milagre acontecesse e ela aparecesse para me dar colo. Eu passei por tanta coisa triste no orfanato e na vida, que eu me pergunto se eu sou realmente tudo isso que ouço das pessoas. - suspirei.
Celine: você tem a resposta, querida. Apesar de tudo o que você passou, olha o que tens feito pelos outros? Você está unindo uma família que precisava de um Recomeço, uma nova chance. Quem faz algo assim, Fernanda? Acha que qualquer um conseguiria? - sorri me lembrando da família Hart. - eu peço para que vês em mim também, uma mãe. Tu sabes que eu nunca tive filhos, por isso, eu ficaria muito feliz se tu me desses a honra de ser a sua mãe. - ela sorriu e eu sorri igualmente. - correção . Ser, a vossa mãe. Eu não largo a Sarah por nada.
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O Recomeço - Concluído
FanfictionFernanda Watterson, uma mulher que conheceu o sofrimento desde bebé. Afinal, a sua mãe a abandonou na porta de um orfanato com um pingente contendo apenas o nome que ela queria lhe dar e o seu sobrenome. Vê sua vida desmoronar cada vez mais e tudo p...