Fernanda narrando...
Até agora parece que as coisas estão a ir bem. É impressionante a forma como o Edward defende um caso. Ele sabe exatamente aquilo que está a falar e em momento algum se deixa abalar por um protesto do seu oponente.
Após as perguntas feitas à mim pelo Edward, a Cindy foi autorizada a fazer mais perguntas à mim.
Cindy: senhorita Watterson. - Ela caminha em cima dos seus saltos agulha que faz um barulho insuportável aqui. - há quanto tempo conhece o seu avô, Oliver Lawrence? - olho para ela meio confusa, mas respondo a verdade.
Eu: eu acabei de o conhecer. - digo.
Cindy: a senhorita não pensou que talvez devesse ouvir a versão do seu avô antes de entrar com um processo contra ele? Vejamos. Até então, vemos que a sua mãe era uma mulher com transtornos. Ela tinha depressão. O seu avô não tinha tempo para cuidar de si, e o que fez? Colocou - a em um orfanato para que a senhorita tivesse sido adotada por pessoas que a iriam amar. - olho para ela com ódio e dor. Como é capaz de dizer coisas do género? Ela está tentando romantizar os maus tratos que passei?
Olho para a Cindy com os olhos marejados. Eu não podia acreditar que ela estivesse fazendo algo assim.
Me mantive calada e ouvi a versão dela podre dos factos.
Cindy: a sua mãe não tinha condições para cuidar de si e o avô que era a única pessoa que tinha sobrado na família, já que o pai infelizmente foi um abusador que até os dias de hoje é desconhecido... - diz em deboche.
Edward: protesto, meritíssimo. A advogada não está sendo profissional e está fazendo a cabeça da minha cliente com comentários infundados. Só a minha cliente sabe pelo que passou e para tudo nós temos provas. - ele rebate.
Juiz Carson: doutora, reformula a sua pergunta. Não estamos fazendo um jogo psicológico e peço que se não medir as suas palavras, vamos adiar esta sessão. - suspiro observando tudo.
Cindy: sim, senhor juiz. Sem mais argumentos. - olho para o Luke que sorriu e acenou me passando confiança.
Após mais algumas falas entre o juiz e os advogados, chamaram o advogado para testemunhar contra o senhor Oliver. O mesmo contou tudo o que havia nos contado e sem acrescentar nada. Ele explicou que a doença da senhora Paloma, minha mãe, só desencadeou após retirarem a segunda filha dela.
O Edward apresentou provas de tudo o que dizia o advogado e embora as perguntas da Cindy nunca levavam a lado algum, a meu ver, eu sentia que ela tivesse uma carta na manga. Espero que eu esteja errada quanto a isso.
- vamos chamar a testemunhar agora, a Madre Estella Rodriguez.
Olhei atenta para a madre que sorriu para mim e caminhou até o lugar onde eu estava sentada a alguns minutos. Ela fez o juramento e então se sentou.
Começou a Cindy fazendo perguntas à Madre.
Cindy: Madre Estella, em que ano entrou no orfanato? - ela levantou e caminhou até à madre.
Madre Estella: doze anos após a abertura do mesmo orfanato. - responde óbvia e olha para mim.
Cindy: então, a senhora não presenciou tudo o que supostamente passou a senhorita Watterson? Está a dizer que tudo o que nos pode dizer aqui agora, são histórias que lhe contaram? - ela disse com um sorriso no rosto.
Edward : protesto, juiz. Novamente a doutora está colocando respostas à boca das testemunhas. Ela está tentando manipula-las. - ele disse firme e agora ele me pareceu chateado.
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O Recomeço - Concluído
Fiksi PenggemarFernanda Watterson, uma mulher que conheceu o sofrimento desde bebé. Afinal, a sua mãe a abandonou na porta de um orfanato com um pingente contendo apenas o nome que ela queria lhe dar e o seu sobrenome. Vê sua vida desmoronar cada vez mais e tudo p...