Capítulo 45 - Fernanda Visita O Túmulo Da Mãe

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Fernanda narrando...

Eu: você é um ser desprezível. Que história vem a ser essa, senhor Oliver? Você pagou para que aquelas mulheres me maltratassem? - pergunto em choque.

Ele sorriu e acenou concordando como se fosse a melhor coisa que ele já fez em toda sua vida. Eu estava diante de um monstro.

Flash back's de todo horror que vivi no orfanato que hoje eu visito como se nada tivesse acontecido, me vêm a mente. Todas as vezes que eu era torturada por nada, aguentava tudo sozinha e evitava que me adotassem por que eu tinha esperança que a minha mãe iria voltar e me tirar daquele lugar.

Mas isso não aconteceu e foi por culpa do homem que está a minha frente.

Oliver: desprezível? Você devia era me agradecer, menina. Estamos a falar de uma mulher que se apaixonou por um projeto de homem. Uma mulher da alta sociedade, milionária, estudada... Menina, você não sabe do que está falando. - ele continua tranquilo.

Me levanto com lágrimas nos olhos.

Eu: espero que apodreça aqui. - pego a minha bolsa e saio da sala assim que o polícia abriu a porta.

Como pode ele ser tão cruel? As palavras dele soam tão frias, tão calculistas! Saio do presídio sentindo uma dor mais forte do que pensei sentir.

O meu coração estava Despedaçado, de um jeito difícil de explicar. Mas o que eu pensei? Que ele fosse se arrepender?

Caminho até o meu carro com os olhos cheios de lágrima. Destravo o carro, e após entrar me permito chorar mais uma vez.

Choro um pouco até sentir o telemóvel vibrar. Fungo e apalpo o telefone na minha bolsa. Vejo uma mensagem do advogado da minha mãe enviando o endereço do cemitério onde foi enterrada a minha mãe.

Eu não sei se ficava feliz por saber onde chorar por ela ou se me entristecia por ter de a conhecer já morta. Eu esperei tantos anos para a reaver e ela nem vai poder me abraçar de novo.

Bato o volante sentindo uma raiva, dor e angústia me invadindo. Eu gostaria mesmo de saber o que eu fiz. Por que logo nós, eu e a Selena, tivemos essa má sorte?

(...)

Advogado: boa tarde, senhora Fernanda. - Nós apertamos as mãos.

Retiro os meus óculos escuros.

Eu: olá, advogado Brian. Obrigada por ter vindo! - digo e ele começou a caminhar ao meu lado.

Estamos no cemitério. O advogado Brian está me levando até à campa da minha mãe. Eu já nem estou conseguindo distinguir o que sinto nesse momento. Estou tão triste!

Olho ao redor de mim e a dor no peito se torna mais aguda. Várias campas no vasto cemitério relvado. Após termos andado um pouco mais, ele finalmente pára. Olho para a lápide e vejo a dura realidade. " Paloma Watterson Lawrence 26-05-1980 a 01-02-2021."

Fiquei estática a frente da sua campa e imediamente ouvi a voz do Advogado que me despertou tocando no meu ombro.

Advogado: se quiser privacidade eu estarei a alguns metros daqui. - ele diz baixinho e se afasta sem eu dizer nada.

Os meus olhos não saiem da sua campa. Pisco algumas vezes para que eu mesma consiga acreditar naquilo que vejo.

Eu: mãe! - digo e essa palavra sai com um soluço que eu não sabia que estava prendendo. - Minha mãe. - digo sofrida. - eu não vim para te julgar, eu não sei... - fungo e me deito sobre a sua lápide. -... Eu estou sofrendo muito e acho que não consigo mais. - as minhas lágrimas caiem e molham a lápide. - eu sou e sempre fui uma pessoa que diz a todos que tudo irá ficar bem, para ser forte e ter fé. Mas olha para mim, mãe. Eu estou um caco! - deixo as lágrimas caírem livremente e soluço alto. - por que eu não posso ser feliz, mãe? Por quê? - grito e soluço muito.

O Recomeço - Concluído Onde histórias criam vida. Descubra agora