Capitulo 29

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Alemão

Pô, é maneiro pra caralho quando você se permite  viver uns bagulho que normalmente não viveria, a real é que eu saí totalmente da minha zona de conforto, fiz e falei altas paradas que não são do meu feitil, me expus de uma forma que eu jamais fiz antes, com ninguém, com mulher nenhuma, mostrei um lado meu que guardo debaixo de sete chaves, mas que ela viu sem que eu precisasse de fato mostrar,ela me leu, me entendeu e me ganhou, me teve de alma, digo esse bagulho sem medo de errar porque o que nós fez nessa cama não foi só uma parada carnal, não foi só tesão, prazer, tinha um algo a mais, uma parada que me prendia a ela e ela a mim, um sentimento desconhecido que me fazia querer mais, querer tá perto, abraçar, beijar, agarrar, sugar tudo, tomar posse daquela paz insana que ela tava me proporcionando.

O mundo tava caindo lá fora, pica pra caralho pra ser resolvida, problema a beça, pra mim e pra ela, a mente fervilhando, maquinando altas parada, o coração agoniado, inquieto, mas tudo se amansou quando ela chegou perto, quando me beijou, quando me deu passagem e me deixou prosseguir, eu tava bem ciente que uma hora ia ter que lidar com toda merda que tava me cercando lá fora, tava ciente também que ia precisar entender o falar sobre o que tava rolando entre nós dois, mas eu quis deixar tudo aquilo pra depois, quis curtir o momento com ela, deixei o alemão dono do morro da porta pra fora, com ela eu fui o Alexandre, sem saber  se eu ia me arrepender disso depois, sem saber o tamanho do caô que eu tava arrumando pra cabeça, eu só queria viver aquela parada com ela, tudo que era ruim eu tava empurrando pra ser resolvido em outro momento, outra hora.

O problema é que esse tal de outra hora chega, por mais que eu não queira, sei que vou ter que encarar. Nós passou uma noite maneira, um bagulho mais calmo, pra falar na honestidade mermo, não curto calmaria, amorzinho, nada dessas parada, mas com ela o bagulho foi de outro mundo, porra, maior paz sinistra , maior sentimento bom no peito, sensação de tranquilidade, coisa que eu raramente tenho na minha vida. Ela entregue, vivendo o que eu propus, solta, alegre, sorrindo a beça, eu, bobão, viajando nela, na energia boa que ela carrega e que contagia qualquer um, se tu for treva, perto dela tu vira luz, não tem jeito, ela tem um bagulho nela que te arrasta, te deixa no chinelo, toda tua ideologia, tudo que tu acredita ser certo, vira nada perto dela, ela tem uma verdade, um jeito de te convencer, de te levar no papo, coisa sinistra, uma mistura de anjo, com feiticeira.

A mina me desmontou, me desarmou, teve o que quis de mim, me ganhou na mansidão, na conversa, sem precisar de muito, só sendo ela,  eu tentei manter a poze de bandido, fechado, poaturado mas como,se ela pegou minha postura amassou na classe e mandou pra casa do caralho?! Como faz essa porra,se com uma palavra dela eu tava arreganhado, sorrindo igual maluco, curtindo tudo que saia da boca dela, por mais banal que fosse, entre um sexo bolado e outro, ela conseguia arrancar algo de mim, a noite toda foi assim, ela ia ajeitando o caminho pra poder passar, fazia uma pergunta ou outra sobre meu passado, sobre minha vida, eu, tentado resgatar minha dignidade, me manter fechado inacessível, ela, bandida, mandada, usava o que tem pra conseguir o que queria, um beijo aqui, um carinho, uma pausa pra mais um hound daquela loucura gostosa pra caralho que ela me mostrou que sabe fazer, e eu soltava o que ela queria saber, agora tu ver, vagabundo que nem eu, comendo na mão de uma morena gostosa de 1 metro e meio.

Mas vou mentir pra quê, foi essa parada ai mermo, a gente curtiu a vera, trasasmos pra caralho, de todas as posições, fizemos de tudo que tínhamos direito, mas também trocamos um papo cabeça, conversamos sobre tudo, fomos sinceros um com outro, ela me contou mais sobre a merda que foi a vida dela com aquele cana filha da puta, me falou das dores e mágoas que carrega sozinha, e eu me abri também, dividi com ela o peso que tem nas minhas costas e que eu nunca tive segurança em ninguém pra desabafar, pra contar, pra me esvaziar daquela parada pesada, que me sugava, contei sobre minha família, sobre quem era meu pai, sobre minha mãe, poupando ela de alguns detalhes que até pra mim são indigestos, mas ainda assim fui verdadeiro, trasnparente, como eu nunca tinha sido antes, ela me ouviu, me entendeu e por incrível que pareça soube contornar a situação, não deixou que o clima maneiro que estava entre a gente, mudasse, pelo contrario, meu deu altos conselhos que na real, tô pensando em seguir.

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