Júlia
Tudo parecia estar dando certo, aparentemente tava tudo sobre controle, na minha cabeça a Claudia tava colada comigo, apesar de que, pensando com sensatez parece ingenuidade demais confiar tanto em uma total desconhecida como eu confiei nela, mas pra mim era perfeito, parecia não ter erro, porém não foi bem assim, quando ela cobriu o rosto do Ak, eu pensei que tinha acabado, já estávamos saindo pra dar um fim naquilo de vez,não tinha mais o que dar errado, porem meu entusiasmo durou menos que alguns segundos, fui consumida por medo, o terror tomou conta de mim comecei a ter noção de todas as falhas que eu havia cometido, fui caindo na real, era fato que eu não tinha pensado em como ia sair dali, eu não tinha um plano b, eu tava a base do tudo ou nada, e naquele momento isso tava me assustando demais, eu estava apavorada, mas mesmo assim, me garanti na influência que a Claudia tinha, achando que seria suficiente, mas isso só durou até sermos barradas de avançar, carregando o corpo do Alisson, não demos nada além de alguns passos, passos esses que não nos levou a lugar nenhum, fomos impedidas de ir adiante, coisa que eu imaginei que aconteceria, porém esperei que o diretor cuidasse daquilo, até porque era nisso que eu estava apostando todas as minhas fichas, mas nada saiu como eu imaginei.
Avançamos nada além de no máximo um metro, até que os policiais chamaram nossa atenção, nos obrigaram a voltar pro quarto e esperar que alguém do IML viesse verificar o corpo, é óbvio que eu sabia que esse é o protocolo correto, sabia que era assim que tem que acontecer, é assim com todo preso que morre sob custódia, mas eu imaginei que isso não ia ser problema porque eu comprei duas pessoas pra que me dessem passe livre, eu achei que tinha tudo nas minhas mãos, que aquele inferno tava próximo de acabar, mas cada vez mais a realidade batia na minha porta fazendo a maior questão de esfregar na minha cara que meu ego estava me levando pra um lugar muito ruim, e o pior de tudo, eu estava arrastando junto a mim, meu amor e o meu bebê, tudo por puro orgulho, comecei a me sentir perdida, sem cartas na manga, percebendo que ter pago pessoas não tinha sido o suficiente, me senti sozinha, sem ter pra quem recorrer, e o que terminou de me afundar foi o fato de que fui eu mesma quem me coloquei naquela situação, eu me iludi e me fiz parecer invencível, enquanto nada disso era tão real assim, agir sozinha não tinha sido a melhor escolha.
Me vi sem alternativa, não tinha mais o que fazer, como eu ligaria pra alguém naquela altura do campeonato, como eu entregaria os pontos, diria que errei e que não tive capacidade de fazer sozinha o que eu havia me proposto a fazer, por mais que me doesse me dar por vencida, eu faria, pelo meu amor eu faria, mas o problema era que eu não tinha mais essa possibilidade, não tinha mais como querer que a ajuda caísse do céu, tudo que eu podia fazer era esperar o pessoal que teria que liberar o corpo, vir, e só aí eu tentaria pensar no que fazer, já que naquele momento, eu não fazia a menor idéia, eu me sentia acuada, humilhada, e pior, fui eu mesma quem me causei tudo isso.
Não demorou muito até um rapaz aparecer, pedir pra que tanto eu quanto a Cláudia saissemos do leito pra que ele podesse trabalhar, ali meu mundo desabou, tanto pelo que tinha acabado de acontecer, quanto pela forma rude com que aquele homem me tratou, tudo piorou quando eu vi a Cláudia dar as costas e sair sem pestanejar, me deixando pra trás, sem respostas, sem nenhum apoio,literalmente sozinha, eu resisti, permaneci lá, a porta havia sido fechada, estávamos sozinhos, aquele homem, que pelo eu vi no crachá, se chamava Welighton, e era funcionário do IML, eu e o corpo desfalecido do meu amor, a gente tava longe das vistas da polícia, seria minha melhor chance de tentar propor um acordo, jogar minha última carta, antes de entregar a toalha, mas como eu poderia fazer aquilo se eu se quer sabia de quem se tratava aquele homem, como eu iria querer comprar uma pessoa sem nem saber da procedência, se saber se eu poderia confiar, o se tal atitude acabaria de foder com tudo, me vi entre a cruz e espada, mas o tal rapaz resolveu falar algo antes que eu pudesse formular alguma coisa.
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Destino Traçado
FanfictionAna Luiza Martins, jovem desacredita do amor, com um filho pequeno e carregando nas costas o peso que foi obrigada a suportar sozinha depois que o marido a abandonou, 8 anos de um relacionamento que foram jogados no lixo assim que ele se transformou...