Capitulo 31

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Alemão

Quando eu digo que vagabundo não tem sossego na porra dessa vida, não é caô no bagulho, é a nossa realidade, só pica pra resolver, problema pra caralho, pra todo lado, quando tu pensa que tem uma parada já resolvida na palma da mão, que sabe como lidar com certas coisas, a situação foge do teu controle. Foi assim com a mulher do meu irmão, a mina não deu espaço pra ouvir minha idéia, eu também não quis saber da dela, mas isso por motivos óbvios, eu acho mermo que o problema do meu irmão tem que ser resolvido por quem tem experiência e sabe o que tá fazendo, não quero e não posso dar espaço pra erro, pra falha, quem for tirar meu irmão das mãos daqueles vermes, tem que saber exatamente o que ta fazendo, e máximo respeito pela mina do meu de fé, mas eu não acho que ela tenha nada a oferecer referente a soltura dele,sem contar que quando envolve sentimento o bagulho muda de figura, você vai agir na euforia, na intenção de fazer o que tem que ser feito o mais rápido possível, e é nessa que a merda explode e tu acaba fodendo com tudo.

Falo isso por mim também, porque minha vontade era chegar na porra daquele hospital, deixar o aço comer e tirar meu irmão de lá, na tora, sem planejar nada, sem articular nada, minha vontade era trazer meu parceiro pra casa na marra o mais rápido possível, sem ter que lidar com caralho de burocracia nenhuma, mas eu tô ligado que não é assim, graças também ao meu mano tueco que me deu esse toque, e me fez refletir que se eu fizesse o que tava querendo fazer, ia acabar causando um estrago fodido, como aconteceu no caso da Ana Luiza, tô ligado que a intenção da mina lá, mulher do Ak, foi a melhor possível, mas o que pega é que o bagulho foi mal pensando, mal articulado, o papo é que elas agiram no impulso, ali na adrenalina, e deu no que deu, não julgo a Júlia também, por que ela jogou com as peças que tinha, fez o melhor que podia usando o que tava ao alcance dela, mas não foi o suficiente, não deu boa pô, é fato que as consequências poderiam ter sido piores, mas a real é que não foi a porra de um bom plano, e é justamente outro erro como esse que eu quero evitar, já tem merda o suficiente acontecendo a nossa volta, já tá geral fodido, ninguém precisa de mais surpresas desagradáveis.

Não era minha intenção desmerecer ela nem nada, não queria enxotar a mina da minha sala como se ela não fosse ninguém, mas não dava pra render papo, ela tava decididona que queria tirar meu mano de lá, e eu tava decidido que queria ela bem longe disso, usei a calma que eu nem sonhava que tinha, auto controle foi mato, usei até a última gota, prometi pra mim mesmo e pra marrenta lá que não faria nada com a amiga dela, que ficaria de boa, deixaria ela falar o que quisesse, por que na real, eu sei o que ela tá sentindo, tá doendo pra caralho em mim também saber do estado que meu irmão tá, mas na minha mente a mina ia vim barulhando, chorando, pedindo pra nós fazer alguma coisa, não imaginava que ela ia encarnar a bandida má e querer traçar plano de fuga no bagulho, essa parada aí ultrapassa toda minha paciência pô, ela me deixou sem opção, usei todo argumento que eu poderia ter usado pra fazer ela desistir do que pretendia, tentei levar no diálogo, mas não funcionou, mesmo que eu não seja a melhor pessoa pra resolver alguma coisa na conversa, com ela eu tentei, mas a mina tava irredutível.

O que restou foi usar minha palavra pra calar a dela, sou em quem decido, eu quem bato martelo, desde que assumi esse morro passou a ser assim e não ia ser diferente agora, independentemente que dessa vez eu tivesse tentando resolver tudo de outra forma visando a situação que todo mundo ta vivendo, geral já ta abaladão, a vida de todo mundo foi afetada, a dela principalmente, mas não deu porra, a mina é tinhosa pra caralho, debochada, cheia dos caô, mesmo depois de eu ter metido apavoro,ter jogado umas parada na cara dela,ela engoliu o que eu disse na marra, bateu o pé que ia fazer e pronto, ainda saiu me esculachando, metendo serinho que eu só sei resolver meus bagulho na força, matando, me tirou pra nada pô, resumiu tudo que eu tentei explicar pra ela em pó, como se tivesse entrado na porra de um ouvido e saído pelo outro, ainda me desafiou, saiu, bateu a porta e os caralho, e eu permaneci calado porque sei o valor que essa mulher tem pra o meu irmão, mas se fosse em outra situação nem que fosse um tapão no meio da cara, ela levava, onde já se viu, botar vagabundo a baixo do chão mané

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