capítulo 35

757 54 60
                                    

Alemão

São poucas as coisas nessa vida que tem o poder de mexer comigo e me deixar abalado de alguma forma, mas se tem uma parada que bate fortão, me tira do eixo e me desestabiliza, é quando algum bagulho acontece com quem eu amo, na real eu não tenho ninguém na vida além do meu irmão, e de certa forma a marrenta e o pivetinho, que se tornaram importantes pra mim, ainda não sei especificar o que sinto por eles, tenho certeza que não é amor,porém eu passei a considerar os dois como pessoas importantes pra mim, aquelas que ninguém mexe, que tem minha proteção entre outras paradas, mas o que pega é  que nada, sentimenro nenhum se compara a parada que eu tenho pelo meu irmão, é um bagulho sinistro, de outro mundo, uma proteção absurda, até porque o ak é a única família que eu tenho na merda dessa vida, é a única pessoa que ficou, já que o destino faz sempre o favor de levar tudo de bom que entra na minha vida.

O meu irmão não, ele sempre esteve ali, sempre permaneceu lado a lado comigo, sendo meu fechamento em tudo, meu braço direito, na vida, no crime e em todas as minhas questões, foi, e pra sempre seria ele, foi assim que eu sempre pensei, de todos os bagulhos que já passaram na minha mente, de todas as hipóteses que eu cheguei a criar, em nenhuma delas eu me via enterrando meu irmão, ou vivendo nessa porra desse mundo sem ele, o contrário eu já pensei, varias vezes, na real minha vontade sempre foi ir primeiro, não que eu tivesse pensando no dia da minha morte, mas considerando a vida que eu levo, eu sempre tive consciência de que poderia acontecer, também tenho noção que meu irmão tava exposto aos meus riscos que eu, mas eu nunca tive coragem de pensar se quer na possibilidade de ele ir antes de mim, essa porra nunca passou pela minha cabeça.

Na real, tudo que eu pudesse fazer pra poupar ele, eu faria, falhei uma vez, deixando ele ir preso por um barulho que fui eu mermo quem comprei, e agora falhei de novo, deixando que aqueles vermes do caralho levassem ele de mim pra sempre, porra, pra sempre mané! Eu perdi mais uma pessoa, perdi a pessoa mais importante da minha vida, por causa de um bagulho meu, de um caô que eu resolvi bancar, não me arrependo de nada referente a isso, o que eu fiz ta feito, eu tive motivos pra isso, mas a parada que sempre vai pesar pra mim é tudo que aconteceu com o meu irmão, e agora o fato dele ter sido arrancado de mim, pra a porra do resto dessa merda de vida, isso aí é um bagulho que eu vou carregar nas costas,  mais um pecado, mais uma culpa, mais uma morte pras minhas costas, porque essa eu tenho certeza que cou carregar, mesmo sabendo que não fui eu que matei, pra mim, é como se fosse, já que eu não fui capaz de fazer nada pra evitar.

Fui egoísta pra caralho, não dei ouvido a mina dele, pensei no bem dela, pensei no que meu irmão acharia de ter a mulher dele envolvida nessas parada errada, e neguei voz a ela, não quis ouvir, mandei ralar peito, agora essa porra tá martelando na minha mente, fazendo minha cabeça explodir com a possibilidade de que podia ter dado certo caso eu tivesse escutado ela, se pá, ela tinha mesmo um bom plano e eu não quis saber, desconsiderei, e quando pensei em voltar atrás depois do que o turco me disse, foi tarde demais, fui arrastado pro chão com a porra da notícia da morte do meu irmão. Pensei na possibilidade de ter sido parada dela, pensei que ela pode ter sido corajosa, mais sagaz que eu e ter agido primeiro, sozinha, como ela disse que faria, mas essa porra é quase impossível, tendo em vista que séria suicídio ela sair de lá com ele sem ter malícia dos bagulho, sem carta na manga, sem conhecimento  era impossível ela ter feito isso.

Minha última esperança era de ter sido coisa o turco, já que ele tá sempre um passo a frente, sempre confundindo a cabeça de geral, agindo na encolha, sem levantar suspeita, eu depositei tudo nisso, na chance de ter siso ele, mas caí na real quando ele me disse que não, que dessa vez não teve dedo dele, tomei um baque, um choque de realidade, entendi que perdi, e daquela vez tinha sido a porra de uma perca fodida, que ia mudar o rumo da minha vida,  que ia bagunçar tudo. Quem fez ou quem mandou fazer essa merda sabia que esse era o único jeito de me intimidar, de me parar, quem fez sabe que tocar em gente minha era o único  jeito de me colocar freio, já que bope, civil, a porra da polícia em si, toda ela, não era o suficiente pra me parar, eles apelaram, quiseram mexer com meu emocional, isso é tipico de gente como esses ratos, esses cana arrombado, que se esconde debaixo de farda, mas que de homem da lei não tem nada, são sujos pra caralho!

Destino TraçadoOnde histórias criam vida. Descubra agora