Capítulo 45

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Alemão.

Falar maneirinho, esse papo de maluco da Ana Luiza zerou minhas energias mané, me deixou como?! Abaladão, morgado, cheio de bagulho ruim na mente, a ponto de fazer uma merda, jogar tudo pro alto e foda-se, não é isso que ela quer?! Não é ela que tá escolhendo me deixar, abandonar tudo que eu tava tentando construir pra nós, pra cair na besteira de uma pessoa que tá de mancada pra cima dela, com papo de que é o melhor a se fazer, o melhor é nós dois juntos nessa porra, contra tudo e contra o mundo pô!

Mas ela tá desacreditado de mim, fala que confia, que acredita e altas paradinha, mas é tudo conversa jogada ao vento, papo sem fundamento. Confia o caralho!! Nao bota fé quando eu digo que tô disposto a mover a porra do mundo pra ver ela e aquele menorzinho bem, ela não abraça meu papo quando eu digo que vou no inferno e volto pra garantir que eles dois estejam seguros, que não vou permitir que ninguém trisque neles, e que se for preciso, eu protejo eles com minha vida, e faço mesmo, por que na real?! Eles se tornaram tudo depois que chegaram, papo de eu não querer voltar a viver a vida que tinha antes, sem eles.

Só que pelo visto meu papo não tá valendo de nada, tá entrando em um ouvido e saindo pelo outro, tô ficando de otário no bagulho, deixando todas as minhas questões pessoais de lado, pra cair de cabeça em um parada que não vai fluir, não por minha causa, e sim por que a outra pessoa não tá tão disposta a fazer dar certo como eu tô. Porra!! Tô cheio de ódio parceiro, mente pesandona, cheia de caô que precisa ser resolvido, e agora mais essa fita, mas essa parada pra me desestabilizar e me tirar do foco, eu só precisava dela, deles na real, o resto dos problemas se tornavam um nada pô, mas aí ela vem e quebra minhas pernas.

Me dá um golpe fodido, tipo nocaute, ela me derrubou sem precisar de muita coisa, duas palavras trocadas e a mina conseguiu abalar a estrutura do vagabundo, conseguiu me deixar desacreditado de várias paradas, achando que é melhor ficar sozinho mermo, pra evitar decepção, pra não pegar apego em ninguém, e lá na frente tomar no cu, quando ela decidir que eu não sou o que ela merece, que o morro não é lugar pra ela, por que na real é isso mesmo, talvez a mãe dela esteja certa no bagulho, e ela pense igual a mãe, mas só tava deslumbrada, achando que ia viver uma parada perfeita, mas caiu na real quando viu que a vida do vagabundo não é conto de fadas, e que pra tá do meu lado, tem que ter peito.

Talvez ela não queira enfrentar caô comigo, se pá, ela se deu conta que isso não é vida pra ela, que ela merece mais, que o papo de visão que eu dei a ela sobre futuro, não é o suficiente pra fazer ela ficar, por que lá embaixo a vida pode ser mais fácil do que aqui em cima, talvez eu seja tão fodido, tão ruim, que ser presa, ficar longe do filho e perto de uma pessoa imunda que nem a mãe dela, seja melhor do que ficar aqui comigo, por que talvez eu não seja digno de nada de bom no caralho dessa vida!

Tô neurótico, vendo só parada ruim, pesando só bagulho negativo, não consigo achar nada que me dê se quer o mínimo sinal de que ela vai ficar e me escolher, acho mermo que isso aí vai ser uma parada difícil de acontecer, por que ela já colocou na cabeça o que achar certo, ou se bobear, eu tô na razão em tudo que tô pesando, e ela só jogou esse papo de "é o certo a se fazer" pra se ver livre de mim, pra descer o morro sem me ouvir dizer que o mais seguro pra ela é ficar aqui, talvez tenha sido só uma desculpa que ela arrumou pra encerrar de vez a porra do vínculo foda que a gente tava criando.

Subi a escada em linha reta, sem nem olhar pra trás, pra cara dela, pra não fraquejar, pra nem sentir vontade de correr pro abraço dela e pedir pelo amor de Deus pra ela ficar, eu ainda tenho alguma postura e alguma dignidade pô, apesar de ter apostado todas as minhas fichas nela, eu tenho que me manter como?! Sempre posturado. Não posso perder minha razão e fazer tudo que vem na mente, preciso ter o mínimo controle da minha vida, por que na real?! Já tô acostumadão a dar tudo de mim pra alguém, e depois a pessoa ir embora, sem querer nem saber a porra do estrago que causou na minha vida.

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