A bala tá comendo solta, a cada passo que eu dou a tensão aumenta,só rajadão sinistro, maior correria do louca, menor subindo e descendo com fuzil na mira, uns passam correndo, outros de moto, e alguns de cima das lages, em pontos estratégicos, mas eu diria que tá tudo normal pra um dia de confronto, ainda mais quando se trata do BOPE junto com a PM, geram sabe que quando eles vem, não é a passeio.
Meus menor foram treinados pra isso mermo, pra ficar na atividade, espertos e atentos, a regra é matar e não morrer, nosso lema é não deitar pra verme.
Mas hoje tem uma parada diferente, tem algo dentro de mim que não tá legal, um frio na espinha, uma parada pesada no peito, a mente não foca no aqui, no agora, tô aqui indo trocar com a polícia, mas minha mente tá lá, na minha casa, tem um bagulho tipo sobrenatural me puxando pra lá, gritando pra eu não descer atrás dos canas, pra eu ir pra casa, e me entocar lá com minha mina e o pivetinho, o que pra mim soa como um bagulho impossível, por que eu nunca fui de correr de problema, ainda mais quando o foco do problema sou eu!
Mesmo que eu queira muito, inexplicavelmente ir pra minha casa, eu não posso! Quem leva a vida que eu levo, não tem tempo pra dar ouvido a esse papo de intuição, quando o dever te chama, tu tem que tá lá, pronto e disposto pra botar as cara, se tu acreditar no cara lá de cima, tudo que tu pode fazer é pedir proteção, se não acreditar, aí é só lamento, é contigo mermo e a sorte.
No meu caso, se tem um bagulho de bom em mim, é a minha fé, e antes de todo corre que eu vou fazer, eu peço a Deus que faça a vontade dele,sou todo errado, mas pô, Ele nunca me deixou na mão.
Só que hoje a parada não é comigo, não é pela minha vida que eu tô temendo, nunca senti medo de confronto, cresci sabendo que era isso que eu ia ter que fazer pra o resto da vida, independente de onde tudo isso ia me levar, eu assumi os riscos e já passei da morte muitas vezes na porra dessa vida, mas em nenhuma dessas vezes, eu senti uma angústia tão forte quanto a que eu tô sentindo hoje.
Se pá, se eu não fosse tão certo com os meus bagulho, eu largaria essa porra toda de mão e deixaria minha tropa meter as cara, não tamo sozinho, o turco tá mais uma vez me fortalecendo junto com os menor dele, então não teria risco nenhum, nós tamo fortão, e minha cabeça aqui, na real, é só uma a mais.
Só que eu sou o chefe, tenho que dar exemplo, e cumprir com meus compromissos, se a parada é sobre mim, se é de mim que se trata a operação, jamais vou deixar de botar as cara, pra tá sendo feito de chacota por esses cana filho da puta.
Foco na missão.
Fé, e proteção divina pra mim e pra os meus.
Faço o sinal da cruz na minha testa, a oração em mente, e vou descendo o morrão, no rumo de onde tão vindo os tiros.
Vejo minha tropa toda espalhada, todos eles trepadões de armamento bom, só coisa fina, e pra completar,disposição abessa pra trocar com esses porcos, que até então, ainda não conseguiram avançar muita coisa, porém ainda tá cedo pra contar vitoria, o bagulho agora é manter vantagem e não deixar eles se espalharem pelo morro, por que se acontecer, a parada começa a ficar sinistra.
[..]
Pouco mais de 3 horas de operação, e o bagulho tá de verdade, ninguém tá pra brincadeira, nem o lado de lá, muito menos o lado de cá. O foco deles hoje sou eu, querem a todo custo levar minha cabeça a prêmio.
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Destino Traçado
FanfictionAna Luiza Martins, jovem desacredita do amor, com um filho pequeno e carregando nas costas o peso que foi obrigada a suportar sozinha depois que o marido a abandonou, 8 anos de um relacionamento que foram jogados no lixo assim que ele se transformou...