CAPÍTULO 06 - HARLEY

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 HARLEY

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HARLEY

Uma lágrima involuntária caiu, e a limpei para não borrar a maquiagem que estava fazendo. Hoje começaria o estagio, ou sei lá bem o que faria, na sede da Polícia Federal.

Na sexta-feira quando meu irmão chegou, tarde da noite pra variar, ele foi até meu quarto.

Harley obrigado por ter falado com o Leão. — falou calmamente, mas quando continuou eu que tive vontade de matá-lo: — Leão é justo, era coisa pequena. Valeu man...

Eu odeio você Vitinho, e odeio esse merda do Leão! — gritei com raiva. — me faz um favor Vitinho, some da minha vida.

Ele me olhou assustado, pois nunca havia falado desta forma com ele, saindo do meu quarto sem falar mais uma palavra. Na manhã seguinte informou a mim e a vovó, que iria passar um tempo na casa da nossa mãe, pois a última vez que ela esteve em Cuiabá, o convidou para ir até ela.

Continuei bebendo meu café e não respondi nada, pois estava muito chateada com ele, vovó achou estranho e repentino, mas no fim do dia quando conseguiu falar com minha mãe e ela disse que o Vitinho de fato havia chegado até a casa dela, vovó ficou mais tranquila.

Ainda no sábado fui até a loja pedir meu desligamento do quadro de funcionários, Pedro ficou surpreso e até propôs um aumento salarial, mas disse a mesma mentira que falei pra vovó: que havia conseguido um estágio na sede da PF e isso seria muito bom pro meu currículo, e que era obrigatório o estagio no curso, e como a oportunidade é muito boa, não poderia dispensa-lá.

Todos ficaram radiantes de alegria por mim, por ter esse prestígio de trabalhar em um lugar tão sério e importante, mas por dentro me sentia suja e triste. E cá estava eu, tentando buscar forças da onde não tinha e dar meu melhor.

Fiz uma maquiagem bonita, nada chamativa de mais, apenas realcei meus traços, tentando deixar o mais natural possível. Como meu cabelo eram muito cacheado, fiz um penteado simples o prendendo e deixando apenas alguns fios estrategicamente soltos; e vesti um conjunto de alfaiataria social na cor creme, e um scarpin médio que tinha, graças ao meu trabalho na loja,eu tinha muitas peças bonitas no guarda-roupa.

E pedindo a proteção de Deus, segui rumo ao novo emprego.

O prédio da PF fica na área central de Cuiabá, sua fachada é intimidante, mas bonita. Parei minha biz no estacionamento lateral e me apresentei na portaria, me orientaram onde aguardar. A cada passo que dava ficava mais impressionada com o interior do prédio, pois era bonito e os agentes não ficavam todos fardados como imaginei que seria, estavam em sua maioria de roupas pretas sociais e com seu distintivo, um ou outro que estava usando a farda da Polícia Federal.

Quando cheguei na sala indicada, agradeci mentalmente por ter ido bem-vestida, pois haviam cinco outras mulheres muito elegantes e bonitas. Dei boa tarde de modo geral, e me sentei no canto.

— Oi tudo bem? Sou a Luísa — a menina que estava do meu lado falou, com um sorriso, me estendeu as mãos para me cumprimentar; era branca, dos cabelos lisos castanhos escuros e de olhos profundamente azuis. E tinha uma voz aguda, que soava estranho.

— Prazer, me chamo Harley. — mais tímida, a cumprimentei de volta.

— Fiquei surpresa ao descobrir que apenas mulheres haviam alcançado a nota de corte do processo seletivo. — falou olhando as outras mulheres que de igual modo, aguardavam.

— É... — falei sem jeito, pois nem sabia que havia tido uma prova.

—Melhor assim, no meu último estágio meu colega era uma babaca! Tomara que fiquemos no mesmo setor né?!

— Sim. — falei mais uma vez incerta.

Mas para meu total alívio, uma mulher ruiva, trajando um terninho feminino preto bem alinhado, com a arma no coldre e o distintivo pendurado no pescoço entrou na sala. De perto ela era ainda mais bonita, com olhos cor de mel claro, e usava um batom vermelho nos lábios, ficando ainda mais chamativa.

Ela começou a falar, nos observando face a face.

— Boa Tarde, sejam bem-vindas a Polícia Federal, meu nome é Nadine, sou agente administrativa, e espero que a passagem de vocês por aqui seja de muito aprendizado e sucesso. E que neste um ano de contrato vocês venham a somar pra instituição, qualquer dúvida me procurem, estarei aqui para ajudá-las. Bom não vou me delongar tanto, vocês serão dívidas em duplas pra fazer parte de equipes em específico.

Ela tinha uma fala atraente e era muito bonita, mas não me simpatizei nenhum pouco com ela. Ela nos observou mais uma vez, fazendo uma anotação na plancheta que trazia, e voltou a falar conosco.

— Rebecca e Yasmine vocês farão parte do meu setor...— disse sorrindo. — Laura e Cláudia vocês farão parte da equipe do doutor Fonseca, e Harley e Luísa vocês farão parte da equipe do doutor Júlio César.

— Uau... — Luísa falou alto, chamando atenção da Nadine, que nos olhou desgostosa.

— Quem é esse? — perguntei baixinho pra Luísa, para que ninguém ouvisse. E ela me olhou incrédula.

— Os casos mais famosos dentro do estado foi ele quem comandou, inclusive na recente apreensão de cocaína. Ele é o cara! — disse animada, mas o que me chamou atenção foi na apreensão de cocaína, será que é isso que a facção criminosa do Leão quer? Pensei comigo mesma.

Mas logo a outra agente que acompanhava a tal Nadine, chamou eu e a Luísa para acompanhá-la. Entramos no elevador para subir pro andar que ficaríamos.

— Acredito que vocês vão gostar muito. — ela falou puxando assunto. — Não faço parte da equipe do delegado Júlio César, mas sou admiradora da conduta dele como profissional.

— Ele é tão lindo como na Tv ? — a Luísa perguntou, fazendo a agente sorrir, mas ela não respondeu nada.

E a porta se abriu pra um setor enorme com várias divisórias de vidro, alguns estavam ocupados por agentes, mas ao canto vi alguns tomando café.

E uma mulher de traços orientais, musculosa, de cabelos curto estilo joãozinho, veio em nossa direção.

— Boa tarde! — a cumprimentamos de volta.

— Fabrícia elas são as novas estagiárias do setor, Harley e Luísa. — a agente que nos acompanhava falou.

— Ok, daqui eu assumo. — a Fabrícia falou pra agente, que se retirou.— Sejam bem vindas a equipe, eu sou a Fabrícia e vou fazer uma apresentação rápida. O prédio tem academia, auditório, restaurante, dormitório. Um ou outro vocês poderão fazer uso, mas da maioria não poderão, pois é especifico para agente.

Ouvia tudo atentamente e observava com atenção o lugar, ela nos apresentou de agente por agente no setor. Aparentemente eram pessoas tranquilas, mas em sua maioria sérios e com um ar misterioso.

— Bom meninas está é a equipe, e garanto a vocês que é a melhor equipe! — disse com um sorriso largo. — é a minha equipe, é obvio! Qualquer coisa podem falar, é normal no início ter muitas dúvidas, então... — algo atrás da gente chamou mais a atenção dela, que sorrio e fez um sinal com a mão chamando. — e esse é o delegado responsável do setor, doutor Júlio César.

Eu e a Luísa nos viramos, mas quando meus olhos encontraram os do delegado eu senti algo inexplicável, como se pela primeira vez, estava sendo vista de fato.

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