CAPÍTULO 38

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 Acordei no dia seguinte tarde, e imediatamente me lembrei da noite anterior , só que mais decidida me levantei

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 Acordei no dia seguinte tarde, e imediatamente me lembrei da noite anterior , só que mais decidida me levantei. Não importa o quanto lutei no passado pelo meu irmão, nem todo amor que sinto pelo César, a partir de agora é eu e meu bebê, e por ele serei uma nova mulher.

Preciso sair dessa rotina depressiva que estou vivendo, sair das custas de outra pessoa e voltar a ter o controle da minha vida.

Depois te tomar um banho e me arrumar desci as escadas e encontrei o César e a avó dele tomando café, achei que ele já tinha ido, mas como se não significasse nada, os cumprimentei me sentando em seguida.

Enquanto sorvia meu café, e eles conversavam sobre algo ao qual não estava prestando atenção. Decidida e como se não fosse nada demais, falei:

— Pretendo procurar um novo emprego... — falei e tomei mais um gole de café tranquilamente.

Por cima da xícara olhei pro César, que imediatamente parou de beber seu café, e me olhava descrente.

— Não existe a mínima possibilidade Harley... — falou sério, e tentando me manter calma falei.

— O processo ao qual eu respondo não me proíbe de trabalhar, pelo contrário, acredito que será bom pra mim, sair um pouco. — falei o encarando.

— Não mesmo!

— César eu acho que se for um serviço tranquilo pode ser bom pra Harley. — a avó dele falou calma. — Vamos consultar a Gaby se ela liberar, não tem problema.

— A resposta é não! Agora que está passando o primeiro trimestre da gestação, aqueles bandidos ainda estão a solta. — justificou sua negativa, completando em seguida:— Está te faltando alguma coisa?

— Não César, mas eu sempre trabalhei e não vejo porque ficar vegetando, estou grávida e não doente. Se a Gaby falar que está tudo bem nos exames, e o serviço for tranquilo não vejo porque não trabalhar.

— Continuo achando uma péssima ideia... — falou se levantando e vestindo o paletó.

Foi calmo na suas respostas pra mim, mas saiu de casa muito bravo, hoje eu não gostaria de encontrá-lo na frente. Tomei mais um gole de café, com a sensação de que será um mal dia pro delegado.

— Harley aconteceu alguma coisa entre você e o César? — dona Carmén me perguntou.

— Não... — respondi indiferente me servindo de uma fatia de mamão.

— Estranho, me assustei de encontrá-lo aqui...— após depositar a xícara na mesa, me perguntou:— você quer mesmo trabalhar?

—A verdade dona Carmém, é que se não for algo que me coloque em risco, eu gostaria. Por mais que o César me deixou com um cartão e a autorização de usá-lo, eu não me sinto bem assim.

— Eu acho que tenho uma boa solução. — falou misteriosa.

No final do dia ela me apresentou sua solução, ela tem uma amiga chamada Camila, que é dona de uma joalheria e estava precisando de uma modelo. É obvio que eu achei que não daria certo pra mim, afinal mesmo eu sendo alta e esguia, a gravidez me deu novos contornos.

Mas no dia seguinte quando a Camila veio até a casa da dona Carmén, ela disse que eu seria a pessoa ideal. E por mais que ela tem apenas uma joalheria, o neto dela, tem uma agência publicitaria, e que a campanha da loja dela ainda não saiu, porque ela não havia gostado de nenhuma modelo que ele havia mostrado.

Nunca fiz fotos publicitarias e nunca participei de nada nesse ramo, mas aceitei a proposta dela. Pois era um bom ganho e ela me disse, que as vezes poderia surgir outros trabalhos. Achei desafiador, mas estava disposta a tentar algo novo.

Estava tão feliz com o trabalho, que fui até a cozinha preparar um bolo de cenoura, como ficava muito tempo em casa vovó me ensinou a fazer tudo, a comida dela é mil vezes melhor que as minhas, mas sabia seguir a receita direitinho.

Enquanto preparava a massa, ao levantar o rosto, diante de mim parado estava o César me observando, cínica mas feliz, falei:

— Boa tarde delegado. — o cumprimentei e olhei pro relógio, o provocando em seguida: — Fugindo do expediente doutor?— ele sorriu diante da provocação.

— Apenas averiguando um fato de perto. —respondeu, se sentando na minha frente. — Harley, minha avó me falou do trabalho com a Camila.

— Viu deu tudo certo! — falei indiferente mexendo na massa.

— Você é teimosa demais, talvez o Edu não tenha te falado, mas foram encontradas provas do envolvimento do vereador com o trafico de drogas. Levando em consideração sua história, você se torna um alvo pra ele. — parei um pouco assustada.

— Será que ele tentaria fazer algo contra mim?

— Políticos em sua maioria são vingativos, mas aqui você está protegida.— disse pensativo, completando em seguida:— não estou te falando pra causar pânico, nem nada do tipo.Você está gestante, seria bom ficar aqui ...— entendendo onde ele queria chegar, fui mudando minha expressão pra brava.— não precisa trabalhar.

— É um simples trabalho, e será somente fotos. Não precisa se preocupar...

— Eu fico preocupado com você, mas se é o que você quer, vamos dar um jeito de fazer dar certo. — falou me olhando nos olhos, e senti que havia muito mais nessa promessa. E por um segundo senti vontade de me jogar em seus braços, mas continuei parada onde estava e ele completou: — Vou tomar um banho, daqui a pouco desço.

Assenti, e ele saiu da cozinha; fiquei observando ele subir as escadas com a sensação que ele estava mais preocupado do que falou, mas a verdade que não temo tanto, porque tenho certeza que o Leão jamais faria algo contra mim, e o que eu nuca contei a ninguém é que ele iria me ajudar, mas esse é só um segredo meu e do Leão.

****

Depois que o bolo ficou pronto, a Dete e a dona Carmén arrumaram a mesa da área externa pra podermos lanchar, César depois que subiu pro seu quarto não havia mais descido. A Dete fez um suco natural e café.

Enquanto estava me esbaldando com uma generosa fatia do bolo com chocolate, ele chegou todo perfumado.

— Boa tarde, vejo que não sou mais lembrado. — brincou, se sentando do meu lado.

— Filho não quis incomodar, achei que você estaria dormindo. — dona Carmén falou.

— Deitei um pouco mais o sono não veio...

Quando ele se abaixou pra se servir, que pude perceber, devido ter tirado a camisa social, e posto uma camiseta vários arranhados e cortes finos no seu braço. E preocupada levei a mão até seu braço, erguendo um pouco o tecido.

— César você está todo machucado. — falei ainda olhando pras marcas.

— Que isso meu filho! — dona Carmén exclamou.

— Foi uma operação complicada, mas não se preocupem!

Puxei um pouco a camiseta dele, e me assustei mais ainda, porque tinha muitas mais marcas no corpo.

— São muitos cortes...

—Filho eu vou pegar uma pomada cicatrizante pra esses machucados, Dete pega pra mim na dispensa a caixinha de primeiros de socorros.

Elas se levantaram pra pegar as coisas, nos deixando a sós, ele se virou pra mim, falando em seguida:

—Está tudo bem, juro!

— Essa operação foi muita arriscada... — constatei.

— Já passou, faz parte do ofício.

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