CAPÍTULO 47

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 JÚLIO CÉSAR

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 JÚLIO CÉSAR

Durante cada operação policial que fiz ao longo dos anos, eu sempre saia com o desejo que corresse tudo bem, que não houvesse feridos e que cada agente do meu grupo voltasse bem para suas famílias. E nunca foi tranquilo, a tensão sempre é a mesma.

As palavras que eu repito é mantenha a calma, respire, cabeça fria, que tudo vai dar certo no final. Mas aqui indo pra casa da minha avó, estou sentindo algo no peito que está me deixando extremamente incomodado e nervoso; nunca a casa da minha avó pareceu tão distante quanto hoje.

Acelerei o carro o máximo que me foi permitido, era pra mim estar calmo, afinal a Harley e minha avó estão em casa sã e salvas, nada de mal as aconteceu, mas não é o que eu sinto. E como num pico de adrenalina foi como se meus sentimentos fossem desbloqueados, e pela primeira na vida eu consegui entender o que sinto pela Harley.

Eu a amo, e a verdade é que não importa pra mim como nos conhecêssemos e como demos certos juntos, eu a amo. Amo o jeito que ela me olha; amo o fato de poder proporcionar coisas que ela nunca teve antes na vida; amo o que ela me faz sentir, eu simplesmente a amo.

E não me importa se nunca dermos certos na vida, eu a amo tanto que só quero que ela seja feliz e se sinta bem nada vida, independente de estar ao meu lado ou não. Quero que ela tenha liberdade pra seguir seus sonhos e possa fazer isso em segurança, e se ela desejar quero que seja ao meu lado, porque eu tenho que falar pra ela: que eu a amo, como nunca amei outra pessoa na vida e nunca irei amar.

E tudo que mais quero agora, é chegar na casa da minha avó e dizer tudo isso, olhando em seus olhos, pra ela ter certeza que eu a amo. Mas algo no meu peito me incomoda, e diz que isso não vai passar de sonhos na minha cabeça.

—Vai dar tudo certo Júlio. — Lucas falou ao meu lado, me fazendo questionar em pensamento vai realmente dar tudo certo?

***

Parei em frente a casa da minha avó saindo o mais depressa possível do carro, e entrando dentro de casa as pressas para as encontrar. Na sala já vi minha avó, com o telefone na mão e uma expressão abatida.

— Filho estava te ligando.— ela falou depressa.

— O que foi? Cadê a Harley?

— Era sobre isso, ela simplesmente sumiu! — falou pro meu total desespero.

— Como assim? — perguntei, sem acreditar no que ouvia.

— Depois que te liguei, subi pro meu quarto e como estava muito preocupada com tudo que aconteceu não consegui descansar; muito inquieta estava vindo pra sala ao passar em frente ao seu quarto e ver a porta entreaberta, a Harley não estava mais lá, e em nenhuma parte da casa.

— Era tudo que temia, eles vão pôr as mãos nela.— externei meu medo, e me sentindo derrotado falei:— Se não o Leão, o vereador ou ambos.

— Não vamos deixar Júlio! — Lucas falou confiante, perguntando sério:— Onde posso ligar o computador, pra começar a buscar informações através das câmeras?

Por um minuto todas as vozes ficaram distantes, e em questões de segundos um filme passou na minha mente, desde o meu primeiro encontro com a Harley; e por um momento senti meu mundo se esvair.

Mas o Júlio César que sempre fui voltou em mim, e eu jamais deixarei alguém fazer mal pra mulher que eu amo; acabou minha paciência pra ser bonzinho e deixar de lado um assunto que sou o melhor da área pra resolver; se é guerra que ele querem, guerra terão.

— Lucas pode ir no escritório, minha avó te acompanhará, vou pedir pro chefe do setor de segurança do condomínio passar os acessos de agora a tarde, pra fazer um mapa dos passos dela. — falei sério.

— Vou ligar pro doutor Mauro e pra Fabrícia. — Lucas falou se adiantando.

— Ok.

Enquanto eles saíram fui pensando nos próximos e passos, entrei em contanto com meu amigo da civil e pedi pra ele fazer uma batida na onde foi quartel do tráfico do Leão e se possível, pegar o tal do Luiz.

Depois que desliguei um nome me veio a mente, o soldado Duarte que trabalhou como infiltrado no tráfico. Poderia ligar direto pro doutor Alan, mas acredito que o soldado tenha algo a me falar, e no segundo toque ele atendeu.

— Soldado, boa tarde aqui é o doutor Júlio César.

Boa tarde doutor, imaginei que me ligaria.

— Por quê?

Desde ontem a Juliana está desaparecida.

— Eu não sabia. — tudo fez mais sentido na minha mente.

Tem mais coisa acontecendo, né? — perguntou do outro lado da linha, e continuou:— Tem uns dois dias, na verdade assim que tornou público a cassação do vereador, que começou um movimento atípico por aqui, e logo depois a família da Juliana começou a procurar por ela, já tem até B.O, mas você sabe como é as coisas quando o assunto é alguém da periféria né?

— Soldado a Harley desapareceu há algumas horas, e esse desaparecimento da Juliana pode ter alguma coisa a ver, qualquer informação nova entra em contato comigo.

Pode deixar doutor.

Desliguei o telefone sabendo de uma coisa o desaparecimento de ambas está ligado, e conhecendo um pouco a Harley é fácil saber que ela se colocaria em risco por alguém que ela ama. Meus pensamentos foram interrompidos quando um número privado apareceu na tela.

— Oi. — atendi, estranhando aquela ligação.

— Júlio César. — uma voz masculina, soou do outro lado da linha.— Aqui é o Leão.  

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