CAPÍTULO 12 - HARLEY

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HARLEY

Estava sentada na varanda de casa, com a vovó fazendo crochê do meu lado, quando ela me perguntou:

— Minha filha você e seu irmão brigaram, antes dele ir pra casa da sua mãe? — olhei pra vovó que continuava concentrada em seu crochê.

— Não vovó. — menti. — apenas, falei umas verdades pra ele, está na hora de Vitinho virar homem! — falei ainda magoada.

—Ele tem ligado durante a semana, mas não pergunta de você . E você tampouco tem perguntando dele. E juntando essa ida dele pra casa da sua mãe... — falou tranquilamente, concentrada em seu crochê.

— Eu só cansei das burradas do Vitinho vózinha...

— Eu não te julgo Harley, mas não afaste seu irmão de você minha filha. A distância pode se tornar um abismo, que será muito mais difícil de ser preenchido.

— Como ele está? — perguntei, ela parou e me olhou triste.

—Inquieto, ele tem cumprido a promessa de se manter longe das drogas. — ela deu uma pausa e respirou: — a crise de abstinência o deixa ocioso, dá pra perceber em suas ligações. Mas tenho fé em Deus que o Vitinho vai ser forte e aguentar.

— E minha mãe? — ela deu um sorriso de canto, que não chegou a ser um sorriso.

— Seu irmão disse que ela frequenta uma igreja com o esposo, e o Vitinho a tem acompanhado.

— Que bom, talvez Deus a mude de fato.

Vi a Juliana chegando no portão, ela estava com uma bolsa de pano e um óculos branco no rosto e ao chegar perto de mim e da vovó, animada falou:

— Bom dia vózinha — cumprimentou vovó, e se virando pra mim falou: — vim te buscar nega, vamos em algum rio hoje.

— Passo a vez Ju, zero vontade de sair de casa. — ela retirou os óculos se sentado a minha frente.

— Ah vai sim! Você está precisando sair amiga, curtir um pouco. Agora você só estuda e vive no mundo dos tiras. Ai não dá né?!

— Sai de casa um pouco minha filha... — vovó falou pra mim. — é bom ver lugar bonito, faz bem pra mente.

— Eu almoçaria com a senhora...

— Larga de ser boba menina, você almoça uma vida inteira comigo; vai sair um pouco. — a Ju bateu palma, enquanto vovó se levantava e entrava pra dentro de casa pra guardar o seu crochê inacabado.

Olhei pra Ju pra ver se toda animação que ela estava, passava um pouco pra mim, sem muito animo perguntei:

— Em que rio você quer ir, Ju?

— Vamos no rio coxipó do ouro mesmo, pois é mais perto.

— Lá é lotado aos domingos. — constatei, pois era a realidade.

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