Uma babá para Manoella

Capitulo 39

Victoria

Dias se passaram e eu fui cuidando daquela bela e doce mulher, ela melhorava consideravelmente rápido, se já era linda antes, agora então... O tempo ajudou a nos aproximarmos, não tanto quanto eu gostaria mas já era um avanço considerável. Eu já não tinha mais vontade de sair daqui, não queria sair de perto dela, ela me faz tão bem, esse sorriso lindo e meigo é o motivo pelo qual me levanto toda manhã ansiosa, apenas aguardando o momento de vê-lo de novo.

- Bom dia minha rainha. - Dou bom dia a ela entrando no quarto com uma bandeja de café da manhã, ela se espreguiça e volta a fechar os olhos. - Nada disso, hora de levantar.

- Não quero, estou morta. - fala cobrindo o rosto com a coberta, me sento ao seu lado na cama e vou apertando as laterais do seu corpo.

- Não vou te deixar em paz até levantar, sabe disso não é? - Tira a coberta do rosto e me olha com cara de cachorro triste. - Não faz essa carinha, sabe que não consigo te dizer não assim.

- Sei, e é justamente por isso que estou fazendo. - Suspira fundo e coça os olhos. - Como pode querer que eu me levante tão cedo depois de me fazer dormir tão tarde?

Ontem a noite fiz com que ela ficasse acordada comigo, na verdade, nem precisei de tanto esforço, estava revendo minha série conforto, foi só a bonitinha bater os olhos em Faye Peraya que eu nem precisei pedir duas vezes para ficar e assistir comigo, terminamos a primeira temporada com uma vontade enorme de continuar, mas os nossos olhos estavam se fechando contra a nossa vontade, eu já estou acostumada, mas ela pelo visto não.

- Ah, é mesmo sua danada? - Começo a fazer coçegas em sua barriga e ela se contorce rindo no lugar, como adoro esse sorriso. - Vamos, trouxe aqui para você não precisar descer, depois pode voltar a descansar, tudo bem?

- Obrigada viu? Por tudo. - Se senta na cama, se ajeita e me agradece sorrindo, que vontade de lascar um beijo nessa mulher.

- Por que me agradece todos os dias?

- Por que cuida de mim todos os dias, até em detalhes pequenos, você é uma mulher atenciosa e incrível, fico feliz por apesar de toda essa situação estar aqui com pessoas como você e o policial, apesar de não vê-lo mais, nunca poderei mensurar a gratidão que sinto por ter salvo minha vida e abrigado nessa casa. - Fala e logo vejo a tristeza invadir seus olhos, mas ela disfarça.

- Você é uma mulher gigante Giovanna, por isso te admiro e me apaixono cada dia mais por você, apesar de saber que esse teu coração já tem dona e pelo visto, nada nem ninguém pode mudar isso. - Ela abaixa a cabeça. - Sente muita falta dela não é? - Digo acariciando sua mão, sinto que ela precisa desabafar, tanto tempo e ela nunca botou tudo isso para fora, eu no lugar dela estaria enlouquecendo.

- Sinto. - Fala segurando o choro e as palavras, trago seu rosto para o meu ombro e o acaricio, a abraço trazendo seu corpo para mim, ouço um choro contido e não digo nada, apenas dou a ela um lugar para se sentir segura, não demora ela desaba, repito diversas vezes que tudo irá ficar bem e que estou aqui para o que ela precisar. - E-eu sinto tanta fa-falta delas. - Soluça em meio ao choro. - Parece que meu peito foi rasgado, eu não aguento isso, eu não aguento. - Parte meu coração ver ela desse jeito, tiraria toda a dor dela e passaria para mim se possível, só para não ter que sofrer desta forma, como pode uma alma tão boa passar por toda essa maldade? Abraço ela mais forte e ela desaba no choro apertando meus braços. - Eu só queria que nada disso tivesse acontecido, que não doesse tanto, só quero que essa dor vá embora. - Choro em silencio sem que ela veja, preciso ser forte por ela, ela precisa disso.

Ficamos ali por longos minutos, só com ela chorando, meu coração se apertava mais a cada soluço. Por fim, quando já não tinham mais lágrimas para sairem ela se afastou, limpei seu rosto e vi seus olhos vermelhos, inchados e brilhantes me agradecerem ainda que ela não tivesse aberto sua boca. Dou um beijo em sua testa e ela sorri sem mostrar os dentes.