TurnerOs dias ficavam cada vez mais estressantes, já estava ficando louco com tudo isso, ter que tomar cuidado com tudo e todos o tempo inteiro é algo que não desejo nem ao meu pior inimigo, e infelizmente é assim que tenho vivido nos últimos tempos. Para piorar ainda tem essa teimosa que insiste em recusar minha ajuda, o que será que preciso fazer para que tenha confiança em mim? As vezes penso em contar a ela que a Giovanna está comigo, em minha casa e em segurança, para que ela entenda de uma vez por todas que estou aqui para ajudar, que não quero seu mal, mas isso colocaria todas elas em risco, não só elas, mas eu e a Victoria também.
Verdadeiramente não sei como esse tal ex maluco não tentou nada novamente, ela está totalmente desprotegida, ou é o que ela pensa, pois coloquei homens de minha inteira confiança ao redor delas e desta casa. A cada vez que venho aqui sinto a energia desse ambiente cada vez mais fúnebre, olhares pesados e tristes, a bebê era a única que parecia estar se recuperando de tudo, mas hoje esteve estranha.
- Você de fato não se cansa, não é mesmo? - Ela me pergunta e parece estar exausta, não da minha insistência de vir aqui, mas de tudo, seu olhar e expressão corporal são de alguém que já desistiu, e não acho que eu esteja enganado, acredito que um dos únicos motivos que a mantém de pé é a pequena Manuella. - O que será que vai ser preciso fazer para não ter que olhar para você de novo? O que eu preciso fazer para que você me deixe em paz?
- Um bom dia para a senhora também senhorita Salles, como vai?
- Eu, eu não sei, mas você eu espero que vá de avião para bem longe daqui.
- Qual o motivo de toda essa alegria contagiante? Algo especial?
Ela simplesmente me ignora, dá as costas e vai até a filha, preciso confessar, o que essa mulher tem de brava ela tem de linda, irritar ela é uma das poucas coisas boas do meu dia, fica tão linda brava...
As horas foram passando, fazia algumas rondas na casa de vez em quando e checava com meus amigos que estavam de plantão, tudo estava calmo mas sentia que algo ruim aconteceria a qualquer momento, dona Lúcia como sempre muito gentil, me serviu bolo e um café, e horas depois uma boa refeição no horário do almoço. Enquanto estávamos todos a mesa, dona Lucia e eu conversávamos animadamente enquanto Lorena mal tocava na comida, dona Lúcia também estava visivelmente desestruturada com tudo que já ocorreu, mas se mantém firme para dar forças a ela e dá o seu máximo para não perder sua esperança e bondade.
De repente as luzes se apagam, ascendo a luz da lanterna que antes estava presa em minha cintura, aponto para os lados junto a arma, um alto som de vidro sendo quebrado é ouvido e logo as luzes se ascendem revelando uma corja, sem nem mesmo pensar atiro no primeiro que está bem a minha frente, dois homens se aproximam da dona Lorena e da Manuella, já o quarto homem pega a arma em sua cintura e mira em mim, tudo foi muito rápido, não consegui me esquivar a tempo. Por sorte meus homens estavam próximos e alertas, não demorou para entrarem em ação, de imediato acertaram o meliante que atirou em mim e com cuidado foram rendendo os outros dois para que nenhuma das duas sofresse nenhum arranhão.
Assim que tudo se acalmou, checaram se elas estavam bem e vieram até mim, não estava muito ferido por sorte a anta tinha uma péssima mira e me atingiu de raspão no ombro. Eu e meus homens fazemos menção de levá-las de lá, mas a Lorena gruda os pés no chão e se firma negando a ir.
- O que mais precisa acontecer para você finalmente me ouvir e me deixar te ajudar? - Falo alto com ela, dessa vez não está soberba como sempre, parece ouvir. - Não percebe que se não fosse eu e meus homens aqui e agora todas vocês estariam nas mãos daquele homem mais uma vez? isso se ainda estivessem vivas o que eu acho pouco provável. - Faço uma pausa e ela não diz nada, a casa fica em um completo silêncio com todos nós observando. - Já insisti muito, mas não dá para ajudar quem não quer ajuda, essa será a última vez que irei te oferecer ajuda, só cabe a você aceitar ou não. Você tem duas opções, ir com a gente agora para um lugar seguro, ou ficar aqui sozinha aguardando um novo ataque, e pode ter certeza que virão rápido, então não há muito tempo para reflexão, apenas decida.
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Uma babá para Manoella
RomanceGiovanna acabou de perder sua mãe para uma terrível doença, sem ter de onde tirar seu sustento e morando com a megera de sua tia e prima, que fizeram e fazem de tudo para tornar os dias dela tenebrosos, ela se vê encurralada e sem outra alternativa...