Capítulo 5

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- É sim. - concordo. Continuo observando seus traços bem marcados, enquanto ele divaga observando o céu estrelado. Algo nele me atrai, não sei se é a beleza anormal dele ou algo familiar. Bom, ele não é um homen comum, então certamente não posso dizer que ele me lembra alguém, nunca na vida vi alguém com a aparência igual a dele. Ou tão lindo quanto. Mas... Alguma coisa nele me é familiar.
- Eu particularmente não possuo muita afinidade com a noite, prefiro mais o dia ensolarado. - Quebra o silêncio. Não sei se falo algo ou não. Não sei ao certo como agir perto dele, ou de pessoas como ele. - Você gosta de encarar mesmo, ou é só comigo? - Fico constrangida por ele ter percebido, resolvo falar alguma coisa.
- Não estou acostumada com feéricos em minha volta. - Surpresa passa por seus olhos, mas não demostra muito, interessado em saber como eu sei, já que ele claramente está usando algo para esconder sua natureza.
- Como sabe que não sou humano? - Pergunta sem expressão alguma, seus pensamento ocultos de mim.
- Sei uma coisa ou outra sobre feéricos. - Murmura qualquer coisa incompreensível. Voltando a apoiar os braços no parapeito de pedra.
- Não me respondeu. - O olho sem entender. - Sou bonito demais para uma humana ou você encara todo mundo? - Completa, os olhos de Lucien voltando para mim.
- Você é bonitinho. - Falo sem querer aumentar o ego que ele aparenta ter. Pela primeira vez o vejo sorrir, um sorriso pequeno e fechado, mas sincero.
- Bonitinho? É sério? - Indaga, com um meio sorriso e uma expressão incrédula.
- Sim. - Afirmo. - O que foi? Está acostumado com as pessoas amaciando seu ego? - Questiono, ousada, pelo que parece ele também desperta outros lados em mim. Tenho vontade de provoca- lo, de o fazer soltar outro sorriso, maior e mais brilhante que aquele.
- Ao contrário. Mais sei da beleza que tenho. Possuo espelho em casa. - zomba, repleto de ironia na voz. -  Silêncio preenche a varanda novamente, ao fundo é possível ouvir o som de uma melodia, um piano sendo tocado em conjunto com o violino. Cheguei a praticar violino quando pequena, mas nunca tive a oportunidade de aprofundar o estudo. É uma das coisas que gostaria de fazer, voltar a tocar violino.
- Gosto da noite, sem a escuridão não poderíamos ver as estrelas. - Digo por fim, voltando ao assunto sobre a noite. Lucien volta a atenção para o céu, dessa vez com o semblante infeliz, desolado. Com feridas abertas ainda, grandes feridas. Ele olha para as estrelas como alguém procurando achar algo, como alguém que perdera uma coisa muito importante, e quisesse de volta, perda, é isso que seu rosto transmite. Agora, só ele e Deus sabem o quanto ele perdeu, e peço para que ele não tenha perdido mais do que possa aguentar. Mas algo no fundo do meu ser, me diz que ele perdeu muito mais que isso. Por fim digo: - E são as noites mais sombrias que produzem as estrelas mais brilhantes. - O deixo e volto para o salão, com seus tristes demônios o assombrando. Mas a única pessoa que pode o salvar, é ele mesmo

° Vote, comente. É importante pra mim saber o que estão achando e como prosseguir com a história. E também me impulsiona a continuar. Bjs


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