Capítulo 33

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Estou deitada na grama do Pátio quando o vejo sair pela porta do fundos, seus olhos se encontram brevemente com os meus, antes dele dobrar as pernas, pegar impulso e se lançar aos céus. Vassa aparece pouco tempo depois, olha ao redor do pátio parecendo procurar alguém antes de me vê.

Ainda estou pensativa sobre o homen, sobre o macho, que acaba de sair daqui, quando ela senta ao meu lado, apoiando as palmas da mão atrás do corpo na grama, se inclinando um pouco, para aproveitar os raios solares em seu rosto.

- Quem era? - Pergunto antes de qualquer coisa, a curiosidade não deixando pensar em mais nada.

- O mestre espião da corte noturna.

Hesito, é falta de educação me intrometer nos assuntos deles e perguntar o que ele veio fazer aqui? Talvez, mas pergunto mesmo assim.

- E o que ele veio fazer aqui? - Ela abre minimamente um olho, incomodada com a claridade, e olha para mim antes de fazer um gesto de indiferença.

- Sabe que Lucien é emissário da corte noturna, Azriel veio até aqui para se atualizar com relação aos acontecimentos no território humano, se algum problema está acontecendo, como estão as coisas, esse tipo de informação.

Consigo sentir que a ruiva está omitindo uma parte importante em ralação ao que vêm acontecendo na aldeia, ela não está sendo totalmente sincera comigo. Por mais que sua face não contenha indícios, nem vacile, de mentira, eu sei que ela não está contando tudo.

Reparo no nome que ela disse, Azriel, o macho que a parceira de Lucien gosta, ou é apaixonada. Isso aconteceu a tanto tempo, será que continua desse jeito? Mais de vinte anos e ela nunca deu uma chance para Lucien se aproximar?

Bom, não julgaria se ela ainda fosse "apaixonada" pelo encantador de sombras da corte noturna, aquele rosto é difícil de esquecer, só por um curto tempo vendo seu rosto e ele já ficou gravado em minha mente como uma tatuagem, e deve ser bastante cobiçado e admirado pelas mulheres. Sem dúvida nenhuma que ele deve ser bastante disputado, tanto entre os homens, quanto entre as mulheres, sortudas são aquelas que passaram pela sua cama ao logo dos séculos.

Encantador de sombras, o título combina com ele.

✨🌙✨

Perdi a noção do tempo, sinto cada músculo do meu corpo protestar e doer, músculos que nem sabia que tinha. Acho que até meu dedinho do pé está doendo.

- Não pare. - Ordena o general mal amado, isso não é treino, é uma seção de tortura. Acordei antes do sol nascer, disposta a começar meu primeiro treino, tomei meu desejum rico em nutrientes que me dessem energia para aguentar as lições, só para depois de começar a treinar, quase o colocar para fora. As pessoas não estão erradas quando dizem que Jurian é um sádico.

Solto um suspiro, trêmula, sentindo meu corpo tremer e quase perder as forças.

- Faltam dez. - Ele alerta colocando seu pé nas minhas costas, fazendo com que eu desça mais ainda. - Você tem que descer mais que isso, seu peito é para quase encostar no chão. Acredito que tenha força o suficiente para aguentar até o fim do treino. - Jurian diz com convicção, mas também tirando uma com a minha cara, ele tá adorando isso, tenho certeza. Bastardo sádico. Gosta de ver as pessoas sofrendo, principalmente se ele for o causador.

Uma, flexão, duas... Três, quatro, cinco... Grunho, eu vou morrer, seis, sete...

Desço com dificuldade, meus braços tremendo mais que gelatina.

Oito, nove, quase lá...

Dez, até que enfim!

Desabo contra o chão com os olhos fechados, puxo o ar fortemente o espelindo logo em seguida, repito isso várias vezes até minha respiração acalmar. Sinto meus músculos saltarem e minhas mãos tremerem.

- Sinto dores em locais que nunca pensei ser possíveis. - Digo com o rosto ainda colado ao chão.

- Vai levanta. - Chuta minha perna com a ponta de seu sapato. - Acho que finalizamos por hoje. - Quero saltar de felicidade, mas infelizmente lembro que amanhã tem mais seções de tortura.

✨🌙✨


Tomei um banho bem relaxante e me permiti aproveitar aquele momento sem pensar em nada, merecia depois dos hematomas que certamente aparecerão em meu corpo, resultado do treino que tive pela tarde. Ao sair do banheiro com a toalha enrolada no corpo, passo pela porta do quarto encontrando um pequeno papel no chão, me abaixo para apanhar. Vejo algo escrito com uma caligrafia elegante nele.

Me encontre no lago.

Somente isso, não preciso de assinatura para saber quem colocou isso aqui.

Luncien, não estou evitando ele, nem nada parecido, mas, nossa situação anda um pouco estranha. Não falei com ele, e nem ele falou comigo depois do nosso último encontro na varanda. Parte de mim quer manter as coisas como estão, fingir que nada está errado, que situa-se tudo bem e normal. Que não tem uma coisa mal resolvida entre nós, essa parte de mim que quer fugir, fugir porque estou com medo, medo das incertezas, medo das coisas saindo do meu controle e principalmente, medo desses sentimentos que querem me consumir. Não podíamos ter um relacionamento amoroso e menos ainda sentimentos amorosos um com o outro, se existir um relacionamento entre nós, será como colocar fim nessa amizade, e tudo que eu não quero, não suporto, é viver sem sua presença em minha vida.

Não falei com Lucien, porque queria me manter afastada, eu sou assim, não deixo com que as pessoas se aproximem muito de mim, e quando acontece, e eu acabo percebendo, me afasto. Simplesmente me afasto, sem explicações, me isolando, porque quanto mais deixamos as pessoas se aproximarem de nós, mais pessoas têm o poder de te ferir.

Nunca vai ser um desconhecido que vai te machucar, ferir sua alma, mas sim, alguém que você ama.

Mas, já era tarde demais para mim, a situação saiu a muito, do meu controle e eu me encontro completamente encantada pelo macho feérico ruivo, engraçadinho, com uma cicatriz que não efeiava em nada sua beleza.

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É isso, espero que tenham gostado, votem, comentem, garanto que os dedos de vocês não vão cair. 😉

* Pretendo lançar o próximo até sábado.

* E antes que eu esqueça novamente. Criei uma página no tik tok sobre a fanfic, lá vão encontar possíveis spoilers, então vão lá dá uma olhada.

Sou recente nesse negócio de editar vídeo, sendo assim, empatia por gentileza.




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