Minha mãe chega em casa encontrando Vassa e eu passando cosméticos no rosto. Cada uma com uma máscara de argila no rosto.
- Boa noite meninas. - Minha mãe vem até nós e beija nossas testas.
- Boa noite mãe.
- Boa noite senhora Sierra. - Falamos juntas.
- Sabe que não precisa me chamar de senhora, Vassa. - Fala olhando para ela com um sorriso gentil nos lábios. Minha amiga acena concordando, minha mãe some de nossas vistas, subindo as escadas.
- Vamos tirar isso de nossos rostos? - Levanto do sofá, arrumando minha roupa toda amassada.
- Já estava na hora! Não aguentava mais. - Pula do sofá, e me segue até o banheiro. Enxaguo meu rosto, pego a toalha o secando. Entrego a toalha para que ela possa secar o dela também. Sinto minha barriga roncando baixinho.
- Estou com fome, me ajuda a preparar algo para comermos? - A vejo concordar, vamos para a cozinha, pego farinha, óleo, leite, tomate, fermento, queijo e alguns temperos. Peço para ela colocar o sal junto com o fermento e misturar, enquanto coloco a água para ferver. A vejo olhar estranhamente para mão, a palma aberta virada para cima.
- O que foi? - Pergunto, chego perto dela e olho por cima do seu ombro, na palma dela está um montinho branco, açúcar. Prendo a risada e pergunto:
- Você colocou açúcar no lugar do sal? - Adivinho.
- Em minha defesa, os dois são brancos e eu nunca tive costume de ficar na cozinha. - Se defende. Acabo rindo da sua confusão e tentativa de se defender, pego o sal e coloco ali, busco a água que estava está fervendo, derramando devagar na vasilha. Peço para Vassa mexer até diluir completamente o fermento. Jogo a farinha e o óleo, ela mexe até criar uma consistência pastosa, quando a massa começa a desgrudar das mãos, falo para ela parar e coloco a massa para descansar.
- O que estamos fazendo? - Vassa pergunta.
- Um disco recheado, é tipo um pão, só que a massa é mais fina e o formato é arredondado. E por cima podemos colocar o recheio que quisermos, até agora eu só fiz com queijo e algumas ervas.
Depois de um tempo vejo se a massa cresceu, tendo crescido, pego e abro a massa, coloco o molho de tomate que preparei, depois o queijo e o tomate cortado em rodelas, jogo orégano em cima.
- E onde aprendeu a fazer isso? - Pergunta debrusada na ilha de mármore no meio da cozinha. Era incrível que em algumas vezes Vassa tinha uma postura impecável, digno de uma rainha e as vezes se portava como uma pessoa comum, alguém que não liga para etiquetas e regras de como se portar.
- Foi o meu chefe.
Depois de um tempo, confiro se a massa assou no forno a lenha, a massa assada, retiro e coloco sobre o mármore.
- Agora é só esperar esfriar. - Tiro as luvas.
- Que cruel, minha barriga não aguenta tanta demora. - se inclina para trás e deita o braço em cima dos olhos, falando em um tom manhoso. Balanço a cabeça levemente de um lado para o outro diante do drama.
Nossa refeição fria, corto em fatias, dividindo em seis pedaços. Minha mãe desce e senta ao lado da ruiva.
- Uhmm. O cheiro está divino. - Seu rosto contorce numa expressão satisfatória. Sirvo as duas e coloco uma fatia no meu prato.
- E o gosto é melhor ainda. - Solta um gemido de prazer degustando o disco recheado.
- Fico feliz que tenha gostado. - Afirmo. Vassa não se preocupa em dizer nada, ocupada demais saboreando sua fatia, a boca um pouco suja de molho. Pego mais uma fatia para cada uma, dessa vez deixamos os talheres de lado e comemos com a mão mesmo.
Tendo terminado, arrumamos a cozinha e vamos para a sala. Minha mãe sobe falando que vai se arrumar porque tem um compromisso. Vassa e eu nos olhamos.
- E onde a senhora vai? - Pergunto com a sobrancelha arqueada, depois dela descer já pronta. - Ela está vestida com um vestido azul escuro, liso, sem muito frufru, um pouco abaixo dos joelhos, uma fenda na lateral da perna direita e com um sutil decote no peito.
- Sair ué. - Fala passando um batom vinho nos lábios, olhando seu reflexo no espelho para não borrar.
- Tá, mas para onde? - Olha para mim.
- Na taberna, algumas amigas chamaram. - "Amigas", prostitutas de má índole com quem minha mãe anda. Bufo.
- Mãe... - Minha mãe já prevendo o sermão interrompe.
- Já sei o que vai dizer, então poupe o fôlego.
- Pena que nunca ouve. - Resmungo de mal humor.
- Deixa sua mãe se divertir, ela é jovem, bonita e solteira. Tem mais é que curtir a vida mesmo. - Vassa a elogia. Ela está certa, minha mãe é linda, loira, com seus incríveis olhos verdes, quase nenhuma ruga, apesar de já ter quarenta e três anos, ela não aparenta. Não sou contra a felicidade dela, ao contrário, eu mais do que ninguém quero ela feliz, abriria mão da minha felicidade e entregaria para ela de bandeja e tenho certeza que ela faria o mesmo. O problema é em como ela se diverte, e ainda mais nas companhias que estão com ela. Não tenho nenhuma intolerância contra as mulheres que vendem o seu corpo, afim de conseguir se manter, os humanos fazem de tudo para sobreviver. Não importa o preço e a quem machuquem. O problema é que elas são falsas, hipócritas e como eu disse, não se importam de machucar alguém para conseguir o que querem. Só se preocupam com o seu bem estar e o que podem ganhar, o que é vantajoso para elas. São egoístas e manipuladoras. Minha mãe conhece elas do seu serviço, ela cuida da aparência delas no bordel da cidade. Sem escolha falo:
- Mãe, eu vou dormir na Vassa hoje, tudo bem?
- Claro, eu provavelmente vou chegar tarde hoje. - Com uma última olhada no espelho vai em direção a porta e a abre. - Divirtam-se. - Dá uma piscadela e fecha a porta.
Dou um suspiro melancólico antes de me virar para Vassa.
- Vou arrumar minhas coisas e nós vamos. - Subo junto com o filhote, sem esperar ela dizer alguma coisa.* Da noite pro dia várias visualizações e votos.
*Obrigada e espero que estejam gostando. 💜💜
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Depois de você
AcakDepois da perda de sua Grã-senhora, Rhysand perdeu a vontade de viver. Todos os dias são vazios, não há felicidade, ele não mais vive, apenas sobrevive. Tentou acabar com a dor, mas não é o que Feyre iria querer, ela estaria totalmente decepcionada...