Relaxo na poltrona macia com a caneca de chocolate quente em mãos. Estamos no final de semana e por conta do baile de hoje a noite, Gerard resolveu descansar minha beleza, palavras dele e não minhas, sendo assim não irei trabalhar hoje.
Vassa falou que nos arrumaríamos na casa dela, me chamou para almoçar lá e já ficar até o horário. Termino meu desjejum, me apronto e saio. Não sem antes colocar comida para o filhote. Os primeiros flocos de neve começam a cair do céu repleto de nuvens escuras, pessoas andam mais agasalhadas, a caça e plantações já estão escassas.
Chego no mercado da aldeia, compro o máximo de coisas que encontro, o que não é muito, farinha, ovos, leite, algumas frutas, legumes e verduras. Consigo negociar com um pescador para levar dois peixes grandes por um preço menor. Claro, só porque ele sabe de quem sou filha e nutri um interesse na minha mãe. Com os braços cheios volto para casa.
Minha mãe está na mesa tomando seu café quando entro, dou bom dia e ponho as sacolas em cima do balcão para guardar.
- O mercado já está vazio, poucos produtos vendendo. - Falo.
- Algo me diz que esse ano o inverno será mais rigoroso. - Comenta. - Adivinha quem têm muitas clientes hoje por causa do baile.
- Deixa eu ver. - Digo pensativa. - Você? - Pergunto, apontando para ela já sabendo que sim.
- Sim. - Confirma animada. - Agora eu tenho que ir, se quiser eu arrumo seu cabelo para mais tarde. - Sugere depois de ter lavado a louça, com a bolsa pendurada no ombro, pronta para sair.
- Vou me arrumar na Vassa, na verdade eu já tenho que ir para lá. - Olho para o relógio pendurado na parede da cozinha, os ponteiros marcam meio dia e quinze agora. - Estou atrasada.
- Tudo bem, vejo se consigo ir depois da minha última cliente.
- Não precisa mãe! Você está com a agenda cheia, provavelmente não dará tempo de fazer meu cabelo e tudo bem. - Ela concorda.
- Mas, se abrir uma brecha, eu vou e faço o cabelo das duas. - Concordo com a cabeça. Ela se aproxima de mim.
- Tchau meu amor. - Beija minha bochecha e dá uma leve apertada nela. Me afasto reclamando, porém rindo.
- Tchau, bom trabalho. - Quando ela fecha a porta, me preparo para ir também.
Com tudo devidamente arrumado, vou até a residência de Vassa, Jurian e Lucien.
Chegando no local bato na porta esperando ser atendida. Espero, bato de novo, meu pé começa a doer, desisto de esperar e tento abrir, a porta está destrancada, entro. Encontro com o trio sentados na mesa, Lucien é o primeiro que me nota.
- Oi loirinha. - atrai a atenção dos outros dois.
- Oi foguinho. - Devolvo o apelido me aproximando para sentar do seu lado.
- Foguinho? - Pergunta Jurian segurando a risada. - Combina com você Lucien.
Lucien ignora o homen e puxa a cadeira para mim.
- Obrigada bom senhor. - Faço uma leve saudação, segurando a barra do meu vestido imaginário. Ele imita, inclinando metade do corpo numa reverência. Sentados, somos vítimas dos olhares do casal na nossa frente.
- Que foi? - Pergunto.
- Quando foi que isso começou a acontecer? - Indaga a mulher.
- Isso o que? - Não entendo, ou finjo que não.
- Sabe muito bem do que estou falando. - Acusa.
- Para de ser intrometida, não é visível que eles estão trepando e não querem te contar porque não é da sua conta. - Diz Jurian, sinto uma vergonha absurda, como ele pode dizer isso assim? Mesmo que fosse o caso, o que obviamente não é. Me encolho.
- Por que sempre que você abre a boca só sai merda? - Pergunta o ruivo.
- Não tem nada acontecendo entre nós. - Esclareço.
- Então quer dizer que está disponível? - Ronrona ele, flertando sem vergonha. Minhas bochechas em chamas. Como dizia uma cliente da padaria, onde fui amarrar meu burro? Jurian não é um homen feio, mas, não sou segura nesse quesito, me envolver com alguém. Não que eu esteja esperando meu príncipe encantado aparecer, só... Acho que você têm que se sentir segura para dá o primeiro passo. Não me imagino fazendo isso com ele, acho que me acostumei a ficar sozinha, é confortável, cômodo, ninguém tendo meu coração, ele não se machuca. Mas, algumas vezes eu queria muito alguém, e eu não sei o porquê sempre que eu imagino isso, me vêm a imagem do Lucien na cabeça.
Depois de almoçarmos Vassa falou para subirmos, estou sentada na cama esperando ela parar de andar de um lado para o outro no quarto. Assim que subimos ela começou a separar o que usaríamos para o baile. Sapatos, jóias, e maquiagens.
- Então, vai me contar o que realmente está acontecendo entre vocês? - Senta do meu lado. Abro a boca pronta para falar que não acontece nada entre a gente, quando ela me interrompe, levantando a mão me impedindo de continuar. - E não me venha com desculpas. - Ergue uma sombrecelha ruiva, suspiro profundamente.
- Não acontece nada realmente.
- Mas você quer? - Acerta o alvo. Evito olhar para ela, com medo dela ver a verdade através de meus olhos. Ela suspira.
- Só cuidado, não estou dizendo que não deve ser envolver com ele, até porque isso não é da minha conta e não sou ninguém para impedir você de de fazer algo que queira. E além do mais ele é um tremendo de um gostoso, seria estranho se não quisesse ter algo com ele. Só cuidado, me preocupo com você, tenho medo que acabe se machucando. - Sei o porque disso, toda a situação com a parceira dele, e o lance do laço. A olho emocionada, sou grata por ter ela como amiga, sinto uma conexão incrível com ela, e desejo o melhor para ela, ela é uma mulher incrível que merece o mundo, passou por situações difíceis, que a moldaram na pessoa que é hoje, alguém a qual eu me espelho, ela e minha mãe são as mulheres que eu me espelho em ser um dia.
*Capítulo sem revisão, espero que estejam gostando da história tanto quanto eu estou gostando de escrever. 💜💜💜
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Depois de você
RandomDepois da perda de sua Grã-senhora, Rhysand perdeu a vontade de viver. Todos os dias são vazios, não há felicidade, ele não mais vive, apenas sobrevive. Tentou acabar com a dor, mas não é o que Feyre iria querer, ela estaria totalmente decepcionada...