As nuvens negras no céu bloqueiam qualquer claridade que pudesse passar, o dia frio e cinzento, através do vidro da loja vejo alguns grandes e grossos galhos de árvores caindo, derrubadas pela forte ventania. Geralmente eu gosto de tempestades, sinto uma certa calmaria vendo os raios caírem do céu e o vento beijar minha face, entretanto, com essas tempestades vem os desastres. Muitas pessoas perdem suas casas em tempestades como a que aparenta estar por vir, comércios destruídos, mercadorias perdidas, ou seja, nossa vila prejudicada. E minha casa tem a possibilidade de estar dentre essas estatísticas, nossa casa é velha, as janelas estão um pouco soltas, nossa porta de entrada também, as paredes com algumas rachaduras, e a cabana está cercada por árvores que podem ser derrubadas dependendo do nível da ventania, e julgando a ventania lá fora, não está muito longe disso acontecer. Torço para que isso não aconteça, não sei o que faríamos caso minha preocupação se torne realidade.
- Celene! - Viro para o dono da padaria. - Pode ir, na verdade já era para ter ido menina, tome cuidado no caminho. - Diz com a testa franzida de preocupação, testacando suas rugas ao redor do olhos.
- Pode deixar, serei cuidadosa. - Aprecio sua preocupação, pego meus pertences, me aproximo dele dando um beijo em sua bochecha. - Até amanhã Gerard.
- Até amanhã. - Sorri carismático.
- Direto para casa em. - Ergue uma sombrancelha, segurando a porta depois que eu passei por ela.
- Pode deixar. - Aceno indo embora.
O ar como eu suspeitava está gélido, uma brisa ainda mais gelada rasga o ar soprando meu cabelo para trás. Era impossível saber as horas olhando para o céu, poucas pessoas perambulam pela aldeia, todas agasalhadas com tecidos grossos em seus corpos, os mercadores estão recolhendo suas mercadorias com medo da tempestade que está a caminho. Uma barraca é derrubada com o impacto do vento lançando as frutas no chão, o alvoroço foi formado, enquanto o mercador tentava recuperar as frutas espalhadas pelo chão, outras pessoas aproveitavam o ocorrido para o surrupiar. Recolho algumas frutas que estavam perto de mim, coloco dentro da sacola que carregava, por mais que eu me lembre que a situação em nossa casa não está tão favorável e que esteja faltando algumas coisas, e que a minha real vontade é de levar essa sacola para casa, não posso fazer isso, minha consciência não deixa, não quando eu olho para o velho mercador que aparenta estar desolado pela situação em que se encontra, por ter perdido grande parte de sua mercadoria, com certeza uma família depende de sua renda no mercado e estão esperando ele em casa com o dinheiro para se manterem alimentados. Me aproximo dele, que está recolhendo alguns restos de sua barraca e alimentos, com a minha aproximação ele levanta sua cabeça me olhando, estico a sacola cheia para ele.
- Não é muito, mas já é alguma coisa. - Sua mão velha e enrugada com algumas veias destacadas pega a sacola da minha.
- Obrigada minha jovem. - Sorri agradecido .
Aceno a cabeça e continuo meu trajeto.
Fecho a porta com certa dificuldade pelo forte vento, o filhote latindo nos meus pés. Passo meus dedos na sua cabeça e orelha, observo sua vasilha cheia de comida, indicando que minha mãe está em casa. Vou até a cozinha preparar meu jantar. Alimentada, recolho tudo e subo, me higienizo e entro no quarto, avistando minha mãe deitada na cama dormindo, ouço seu ronco baixinho, a boca levemente aberta e uma poça de baba no travesseiro. É, o sono certamente está bom, abro a boca bocejando com sono, levanto a coberta me posicionando em baixo dela, aconchego no travesseiro e fecho os olhos esperando o sono me levar.
Um barulho alto e estrondoso me desperta, abro o olhos assutada, levo a mão até o coração o sentindo acelerado pelo susto. Olho para minha mãe a encontrando ainda adormecida, espero alguns segundos, ouvindo se
o som viria outra vez, nada. O barulho foi de uma queda, do que, eu não sei, mas veio da parte de cima da casa, do telhado para ser mais precisa. Um trovão reverbera no céu, levanto e dou uma olhada pela janela, as nuvens carregadas despejam tudo o que podem, pedras de gelo batem na janela. Sobressalto quando vejo um raio cair muito perto e logo em seguida o som do trovão ecoar. Sinto o calor de seu corpo antes dela parar do meu lado observando o mundo cair lá fora. Um leve tremor percorre a janela. Nos entreolhamos com um pensamento na cabeça, torcendo para que nada de ruim acontecesse conosco e que a casa sobrevivesse a mais uma tempestade.* Com toda certeza tem alguns erros nesse capítulo, já que não revisei nada, caiu um pé d'água aqui e como de costume acabou a luz, e está fazendo um calor do caramba. Não consigo dormir e aproveitei para lançar mais um capítulo, não sei quando será postado o próximo, farei de tudo para sair mais um essa semana. Bjs💜💜💜
Votem e comentem, me motiva a continuar.
Good night
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Depois de você
RandomDepois da perda de sua Grã-senhora, Rhysand perdeu a vontade de viver. Todos os dias são vazios, não há felicidade, ele não mais vive, apenas sobrevive. Tentou acabar com a dor, mas não é o que Feyre iria querer, ela estaria totalmente decepcionada...