Capítulo 17

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- Me concede essa dança senhorita? - Oferece sua mão para pegá-la, desvio a atenção para os lados, vendo que somos o foco de quase todo mundo, sem muita opção aceito. Deslizamos até o meio do salão, ele coloca a mão em minha cintura e a outra permanece junta a dele erguida, minha mão esquerda em seu ombro. A música se eleva preenchendo o lugar com uma melodia suave e romântica, começamos a dançar a primeira valsa da noite, seus movimentos parecidos com o de Lucien, cordenados, com graciosidade e elegância. Os olhos de todos fixos em nós, testemunhando a graça e elegância do primogênito do duque e a minha não tão graciosa dança.

- Você, se me permite dizer, é belíssima. - Diz perto da minha orelha, acho que essas pessoas devem usar lente para enxergar melhor, não tenho uma beleza incomum, aqui tem muitas moças mais belas que eu.

- Obrigada. - Dou um sorriso fechado. Me gira fazendo com que seu peito fique encostado em minhas costas.

- Acho que a senhorita sabe o motivo do baile essa noite. - Sussurra, me gira de volta, meu peito quase encostado com o seu.

- E existe um motivo? Achei que pessoas de classes importantes não precisassem de motivos, que fazem esse tipo de coisa por entreterimento. - Meu tom de voz afiado, seu rosto confuso pela minha mudança. Ao contrário do que achei que fosse dizer ou fazer por ter lhe ofendido e a sua família, ele ri, não um sorriso discreto, um largo, onde é possível ver todos os dentes brancos.

- Então a gatinha tem garras. - Constata risonho.

- Somente quando é preciso me defender, ou defender alguém importante para mim.

- Eu entendo e aprecio isso. - Diz sincero. - Perdão, eu ainda não sei seu nome. - Ergue uma sombrancelha marrom.

- Celene. - Repete, testando para ver como sai de sua boca.

- Um nome bonito para uma jovem tão linda quanto a mais bela flor. - Contorço a expressão, que breguice. - Pois bem Celene, deve saber que preciso encontrar uma moça hoje para ser minha companheira. - Reprimo a vontade de perguntar no que isso me interessa. Confirmo com a cabeça esperando que prossiga. - E digamos que você despertou certo interesse em mim.

- Olha de verdade, me sinto lisonjeada por ser cogitada para tal coisa, mas... Eu vou rejeitar.

- Nossa! Assim você fere meus sentimentos e autoestima. - Fala com um tom surpreso, sua expressão confusa, provavelmente nenhum pouco acostumado a ter algo negado a ele. Tendo poder de ter tudo e qualquer coisa a qualquer hora, a julgar pelos olhares nada amigáveis de todas as moças, ele têm todas que quiser aos seus pés, sem precisar de nenhum esforço. - É por causa de Lucien? Acontece alguma coisa entre vocês? - Analisa meu rosto em busca de resposta.

- Não, por que? - Estranho ele perguntar.

- Bom, pelo modo em que ele me lança punhais pelos olhos e a postura desconfortável, julguei que teriam algum envolvimento. - Diz dando de ombros, seus olhos nunca deixando os meus, desvio a atenção para Lucien que está do lado da Vassa, ele nos encara sem desviar a atenção, seus braços descansando livremente ao lado do corpo, não vejo nada demais. Até que Tobias me puxa mais para perto, apertando minha cintura, vejo o ruivo tensionar a mandíbula e cerrar os punhos.

- Não vejo nada demais. - Afirmo sem importância.

- Acredite mon amour, eu sei perceber quando alguém está com ciúme, principalmente se eu for o causador. - Ronrona, sua boca perto do meu ouvido.

A dança acaba quando encerram os sons dos instrumentos. Me despeço do meu companheiro indo em direção ao casal de amigos, antes que pudesse andar mais um passo, ele segura no meu pulso fazendo com que eu parerasse, viro em sua direção.

- Pense melhor, é uma ótima oportunidade e você sabe que não vai acontecer outra tão facilmente. - Disse, o cenho franzido, liberto meu pulso de seu agarre.

- Talvez não, mas eu vou correr o risco. - Falo passando confiança pela voz, o primogênito do duque abre um lindo sorriso de orelha a orelha.

- Eu realmente gosto do seu jeito, é cativante. Boa noite senhorita, espero que nos reencontremos
em breve. - Me despeço com um aceno antes de ir até o trio de amigos.

- Olha ela, Tobias estava praticamente babando por você. - Vassa cruza seu braço ao meu, seus olhos com um brilho sapeca. Nego sorrindo.

Ficamos juntos praticamente todo o tempo depois disso, conversava com Vassa e Jurian, as vezes eles conversavam entre si, mas Lucian, ele ficou quieto o tempo todo, algumas vezes só concordava e emitia alguma coisa monossílaba. Na hora de irmos embora não encontrei Tobias, na verdade não o vi depois de nossa dança. Ficou decidido que eu iria dormir na casa deles ou melhor Vassa decidiu, eu só concordei, já tinha previsto que isso aconteceria e por ser madrugada não lutei contra.

Chegando na mansão a ruiva nos deseja boa noite antes de subir até seu quarto, Jurian sobe não muito depois. Sendo seguida pelo ruivo, vou para a cozinha tomar um pouco de água, a noite se encontra completamente abafada, só quero subir, me limpar e cair na cama.

Com a jarra na mão coloco um pouco de água no copo, Lucien está parado olhando para o nada, o olho com estranheza, ele não conversa desde cedo, está estranho.

- Lucien. - O chamo, ele olha para mim saindo de seu transe. - Tudo bem? - Ele limpa a garganta e se reorienta. Dá um leve aceno. - Você quer água? Levanto o copo, ele nega.

- Então tá, eu vou subir, boa noite. - Assim que passo por ele o escuto perguntar com sua voz profunda e rouca:

- Vai aceitar o pedido? - Viro para ele confusa.

- Que pedido?

- Tobias a pediu em casamento, vai aceitar? - A luz da lua passa pela janela, iluminando não só seu cabelo como seus olhos, o olho mecânico rangindo.






* Sem revisão, boa noite, provavelmente tem palavras, pontuações, etc, erradas. Tô com sono mas não queria deixar de postar. Bjs
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