Capítulo 26

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Levou um segundo até que seus lábios estivessem nos meus, o calor de sua palma da mão, tocando delicadamente minha mandíbula. Minha mão em seu peito largo e musculoso, traçando linhas invisíveis, ele morde meu lábio, ambos sorrimos em meio ao beijo, talvez em êxtase por finalmente ter acontecido. Lucien quebra o contato de nossas bocas sem deixar de olhar para mim, analisando minha bochecha vermelha, a respiração ofegante e minha boca, que está vermelha e inchada pelo beijo recente.

Lucien admira a garota em seus braços, como ela está ofegante e vermelha, seus cabelos um pouco bagunçados, dando um aspecto selvagem. Linda, simplesmente linda. Sentimentos há muito adormecidos, ressurgem, colocando as muralhas em volta de seu coração à prova, sentimentos que ele custou apagar, ou tentar, já que não conseguiu os fazer desaparecer completamente. O macho reluta em admitir até mesmo para si, que talvez ele esteja completamente hipnotizado por você. Assim como Celene, ele também tem medos, e inseguranças sobre o que está começando a florescer entre vocês, tem medo de que, assim como todos que o deixaram, você também acabe o abandonando, que assim que ele se permitir se abrir por completo, você vá embora. Ele se sente confortável ao seu lado, conforto que há muito não sentia, as coisas parecem mais fáceis com você do lado dele, a loira o faz esquecer, mesmo que seja por alguns momentos, todas as complicações da sua vida e seus medos.

Ele cola sua boca na minha novamente com mais força dessa vez, coloco minhas mãos em volta do seu pescoço e puxo seu cabelo, empurrando sua cabeça e seus lábios contra os meus, seus lábios macios devoram os meus, famintos, ele parece estar com tanta vontade quanto eu, pelo modo como me segura e retribui o beijo com veracidade e desejo. Mas logo essa força diminuí, nossos lábios deslizam um no outro, em uma lentidão deliciosa. Seu gosto, sua boca macia, o calor de seus braços me aconchegando em si, o jeito que seus dedos passeiam em minhas mechas enroladas com carinho e desejo, como suspira em meus lábios. Meu coração fica quentinho com a emoção que aos poucos se alastra em meu peito, não sei porque, mas suas palavras me fizeram sentir algo inexplicável, emoção que nunca senti em todos esses anos, e é estranho depois de tanto tempo ter acesso a ela, nunca me permiti sentir, talvez por medo do desconhecido, mas fico feliz em senti-la, ainda mais por alguém como ele.

Me deixo afundar nele, cantarolo de prazer, suas mãos descem pelas minhas costas e param na base da minha lombar, não ousando descer ainda mais, seu aperto é delicioso e me faz emetir um baixo gemido na boca dele, fazendo o soltar uma
risada baixa em resposta. Lucien move os lábios para meu pescoço, deixando um leve beijo antes de nos separarmos. Encosto a cabeça em seu ombro e em silêncio, ficamos em silêncio apenas ouvindo a respiração ofegante um do outro.

Lambo meu lábios e tento me recuperar.

- Imagino que seja aqui que dizemos boa noite.

Ele pisca lentamente, chamas ainda acessas em seus olhos que descem até minha boca rosada pelo beijo, estica a mão e seus dedos fazem uma leve carícia em minha bochecha, tombo levemente minha cabeça em sua mão, aproveitando o momento.

- Acredito que sim, a não ser que queira passar está noite aqui.

Eletricidade percorre entre nós, a tensão no ar.

- Me convidando para sua cama no nosso primeiro beijo? - Forço minha voz para sair, ela sai falha.

Lucien sorri para mim, seu olhar repleto de segundas intenções, provocando um arrepio pelo meu corpo inteiro.

- Não gosto de perder tempo. E não é nosso primeiro beijo.

- Boa noite Lucien. - Falo me preparando para sair, não sei como agir, então me aproximo dele e dou um beijo na sua bochecha. Sua mão se encaixa na minha cintura e dá um leve aperto. Me distancio, antes que eu acabe aceitando seu convite para passar a noite, não quero ir tão depressa.

- Boa noite Celene.

✨🌙✨

Meus lábios estão franzidos e sinto tinta cobrir meu rosto, analiso o quadro em minha frente, minha mão pincela livremente a área branca, quando menos percebo tem um homen com um par de asas de morcego, de costas e uma criança na sua corcunda enfeitando o quadro, com uma lua gigantesca e brilhante, estrelas caindo do céu. Limpo minhas mãos no avental creme que estou usando, franzindo o cenho tentando achar um defeito.

Termino de pintar com tinta branca as estrelas, fazendo uns riscos como detalhes. Deposito o pincel em cima da mesa ao meu lado e limpo meus dedos no pano, continuo focada no quadro quando escuto o barulho da porta sendo aberta.

- Não sei se você percebeu, mas está tarde. - Uma voz Murmura, me assustando, quase caio do banquinho de madeira com o pulo que dei na tentativa de esconder a pintura dele.

- Não, não não. De maneira alguma você vai ver, ainda não está pronta. - Paro, bloqueando sua visão do quadro. Um meio sorriso brincalhão surge em seus lábios sensuais.

- Nem uma espiadinha? - Faz um beichinho.

- Não Rhys. - Digo séria, mas acabo rindo.

- Tudo bem, minha senhora é quem manda. - Circula seus braços em volta de minha cintura, me aconchego em seu peito. Uma mão dele repousa em minha barriga, que encontra-se com um grande volume.

- Estou ansiosa com sua chegada. - Deito minha cabeça no seu ombro. Ele beija meus cabelos. - Estou louca para senti-lo em meus braços... - Sinto uma dor na barriga, rápida, mais para um desconforto, uma pancada de dentro para fora, arfo surpresa. Olho para o macho procurando saber se ele também sentiu.

- Você sentiu isso? - Pergunto emocionada, lágrimas transbordam de meus olhos. Ele concorda, seus olhos também com lágrimas querendo cair.

- Nosso menino chutou. - Afirma sentindo uma enorme felicidade, que só cresce conforme o tempo vai passando. O macho sendo o bom pai babão que é, foi atrás de seus irmãos para lhes contar que seu primogênito deu seu primeiro chute, ouço suas comemorações e gritos, provavelmente de Cassian no andar de baixo.

Balanço a cabeça em negação.

- É meu amor, vem logo conhecer sua família, você é muito amado, quero muito ter você no meu colo e olhar para seus olhinhos. Só é injusto que você venha a cara de seu pai, eu te carrego, tenho dores por sua causa, para no final você vir uma cópia dele. Não é justo sabia. - Acaricio minha barriga, falando para o bebê que ainda nem chegou.
















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