Capítulo 29

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Capítulo não revisado, contendo erros.

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Duas crianças atravessam nosso caminho, é visível por de baixo dos panos em frangalhos que vestem, quão magros estão. Os corpos extremamente secos e os ossos completamente visíveis. Além de suas aparências, que já mostra, os olhos transmitem o quanto estão famintos.

Eles não dizem nada, mas parados em nossa frente, seus olhos suplicam por um pouco de comida. Surpreendentemente é o homen ao meu lado que toma uma atitude, distorcendo a imagem que eu imaginei dele, de alguém arrogante, mimado, esnobe e outros adjetivos negativos.

Não me orgulho dessas conclusões que tirei precipadamente, hipócrita da minha parte ter pensado nele assim antes de o conhecer, não a imagem que ele passa para as pessoas e sim ele, verdadeiramente, sem máscaras.

Ele se agacha, ficando na altura da menina que segura a mãozinha do menino que eu suponho ser seu irmão, um pouco menor que ela. Ela aparenta ter uns oito anos de idade, suas maçãs do rosto evidenciadas pela magreza, o menino que se esconde atrás dela, talvez com medo ou pela timidez, parece ter cinco anos de idade, os rostos manchados pela sujeira.

- Pega. - Oferece o jovem com a mão esticada, ela reluta, dividida entre a dúvida e impulsionada pela fome, não sabendo se pode confiar em dois estranhos. Mas a fome é maior e ela rapidamente pega alguns doces oferecidos pelo homen, correndo em disparada logo depois com seu irmão. Com um suspiro sofrido, Tobias se levanta tirando a poeira de suas vestes.

A uma distância segura, a menina para e olha para nós, um olhar agradecido, depois de mexer os lábios formando uma palavra que pareceu obrigada, ela vai embora, nunca soltando a mãozinha do garoto.

- Algum problema? - Pergunto cuidadosa, seus olhos ficaram perdidos encarando o ponto onde os dois estavam, Tobias suspira profundamente e diz antes de me encarar:

- A vida não devia ser assim. - Faz um gesto amplo para a aldeia. - O mundo não devia ser assim. - Diz se referindo a miséria das pessoas, não só das duas crianças, mas a maioria do povo e a tantas injustiças que existem nessas terras. Em como quem pode ajudar os desfavorecidos, não se preocupa em mover um dedo, não perdendo tempo com quem, segundo a eles, não possui importância, não são nada além da escória.

Permaneço em silêncio, ouvindo. Então, como se ele já não tivesse conseguido mudar minha opinião sobre ele, conserteza teria mudado agora.

- Sinto muito. - Minha voz saindo um pouco mais que um sussurro. - Eu acabei despejando em você a raiva que sinto para com os nobres, não percebendo que apesar de você ser um, não acho que você seja como a maioria deles. Peço desculpas pela maneira com que lhe tratei no baile... E sinto muito se magoei você.

- Me magoar? Você não me magoou! Só deixou as coisas mais divertidas. - Exclama. Inclino a cabeça, confusa, divertidas?

- Realmente? - Ele assente, voltamos a caminhar.

- Quando as pessoas te decepcionam tantas vezes, você cria um muro, uma barreira para se proteger, ficando mais difícil com que se decepcione. Você só... Para de se importar, com que pensam, com que vão dizer. Decepções é para alguém que se importa, acho que eu parei de me importar a muito tempo. - Dá um sorriso amargo, sem emoções, seus olhos misturados com âmbar vacios, ocos, sem o típico brilho. Apesar da idade, ele parece ter passado por muito coisa na vida dele, o obrigando a amadurecer, provando que idade não representa maturidade.

Quando eu era mais nova, brincava muito nos campos cercada pelas árvores, nadava nos lagos, corria de um lado para o outro, minha mãe sempre me deu essa liberdade. Não costumava me machucar com frequência, e quando acontecia era um machucado superficial. Um dia quando tinha caído e arranhado meu joelho, não sendo nada profundo, mas mesmo assim saindo um pouco de sangue e os arranhões estavam ardendo. Uma mulher se aproximou de mim e perguntou o motivo pelo meu choro, eu expliquei entre soluços o que tinha acontecido, depois de terminar ela olhou nos meus olhos e disse:

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